A amizade entre os humanos e os cães não é um tema novo e, muito menos, pouco explorado pelo cinema. Alfa (Alpha, 2018), dirigido por Albert Hughes, se passa há 20.000 anos e tenta mostrar (dramaticamente) o surgimento dessa relação de companheirismo. A trama acompanha o jovem Keda (Kodi Smit-McPhee) que precisa provar seu valor para a tribo da qual seu pai é líder. Ele acabou de atingir a maioridade e, em uma caçada de búfalos, sofre um acidente ao cair de um penhasco.

[Sony]
Tudo neste filme é exagerado: a superficialidade do texto, os efeitos especiais, as brincadeiras com o vai e vem do som, a previsibilidade do roteiro e até a fetichização da mulher (é pré-história e todas as mulheres têm a sobrancelha PER-FEI-TA).
A tentativa de emocionar o público é muito grande e, em algumas cenas, alcançada. Nos primeiros 30 minutos, os efeitos sonoros surpreendem e causam arrepios mas, após, o longa se torna cansativo e chato. Infelizmente para Hughes, a última impressão é a que fica. É interessante ver Keda lutar para reencontrar sua família (mesmo que seu pai não o tenha tratado muito bem), mas a suposta necessidade de fazer dos 90 minutos uma única cena dramática e inesquecível é um fracasso.

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Mais decepcionante, porém, é o final. A cena de reencontro mais fria e forçada da história. Tudo que poderia ter sido construído ao longo do filme foi destruído naquele momento. Tau (pai de Keda, líder da tribo, interpretado por Jóhannes Haukur Jóhannesson) grita, chora e se mantém em pânico durante dias quando seu filho supostamente morre. Mas é incapaz de derramar uma lágrima quando ele retorna para casa.

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Alfa não surpreende, qualquer espectador é capaz de prever quais serão os próximos passos da trama. O longa lança dia 6 de setembro no Brasil. Confira o trailer abaixo:
por Mariangela Castro
mariangela.ctr@gmail.com