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‘Chamas da Vingança’: mais um remake que deixa a desejar

O longa dirigido por Keith Thomas não honra toda a genialidade de Stephen King e decepciona, com cenas incoerentes e forçadas

CINÉFILOS
26 maio 2022 | Por Por Lorena Corona (lorenacorona@usp.br)

No dia 19 de maio de 2022 chegou às telonas o filme Chamas da Vingança  (Firestarter, 2022), um remake da adaptação cinematográfica de 1984 do livro de Stephen King A Incendiária. O longa foi dirigido por Keith Thomas e conta com atuações de Zac Efron (High School Musical, O Rei do Show, Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal), Ryan Kiera Armstrong (Anne with an E, Viúva Negra, It – Capítulo 2) e Sydney Lemmon (Helstrom, Fear the Walking Dead).

A obra conta a história de Charlie (Ryan Kiera Armstrong), filha do casal Andy McGee (Zac Efron) e Victoria (Sydney Lemmon), que foram usados como cobaias por uma sombria agência, em experimentos com uma droga chamada Lote 6. Porém, assim como os pais, a menina possui um super poder, que no seu caso, consiste em criar fogo. A trama então começa quando Charlie tem 11 anos de idade e começa a perder controle de suas habilidades, chamando atenção dos fantasmas do passado de seus pais, o que resulta em uma fuga frenética pela liberdade.

Andy e Charlie escondidos.

Andy McGee (Zac Efron) e Charlie (Ryan Kiera Armstrong) [Imagem: divulgação Universal Pictures]

O longa, apesar de possuir um início cativante, logo se mostra incoerente e incompleto. Não há explicações, por exemplo, de como Andy e Victoria se conheceram e fugiram da agência que os sequestrou. Também não é explicado o passado de John Rainbird (Michael Greyeyes), que se mostra importante para a construção atual da personagem e assim, os porquês de suas ações no momento presente são deixados em abertos, sem um desenvolvimento pleno. Na realidade, nenhuma narrativa foi exposta em sua totalidade, deixando o público com mais perguntas do que respostas e com uma cronologia rachada.

Além disso, apesar de o filme ter sido produzido por um dos maiores nomes da produção cinematográfica de terror, a famosa Blumhouse Productions, Chamas da Vingança peca em relação aos efeitos especiais, principalmente quando o foco é o poder de Charlie. Realmente há um peso maior no lado sobrenatural da trama, com o objetivo de não ser apenas mais um filme de super-heróis, mas infelizmente essa meta não foi alcançada. O trailer do filme chega a ser mais encantador do que a obra em si, dando uma ilusão de que houve uma grande produção, quando na verdade Chamas da Vingança teve um orçamento baixo (US $12.000.000), enquanto o orçamento de grandes filmes fica em torno de 150 milhões de dólares.

Charlie, interpretada por Ryan Kiera Armstrong.

Charlie (Ryan Kiera Armstrong) [Imagem: divulgação Universal Pictures]

É importante frisar também que Charlie, a personagem principal, tem apenas 11 anos e, apesar de ter vivido sua vida inteira com grandes responsabilidades, por conta de seus poderes pirocinéticos, ela é apenas uma criança. Ainda assim, em diversos momentos durante o filme, a personagem é retratada como uma adulta, tomando decisões e realizando ações simplesmente irreais para uma menina tão nova. Ser uma obra cinematográfica de fantasia não diminui a importância de um contato mínimo com o real.

O longa abriu no Rotten Tomatoes (site agregador de críticas de filmes e séries de TV) com apenas 36% de aprovação, possuindo atualmente míseros 12% de aceitação da crítica internacional, com 118 reviews e 43% de qualificação do público. Ou seja, Chamas da Vingança se tornou uma das piores adaptações das obras de Stephen King, desonrando a genialidade de um dos livros mais famosos deste grande nome da literatura ficcional de terror, sendo apenas mais um remake que deixa muito a desejar.

O filme estreou no dia 19 de maio nos cinemas brasileiros. Confira o trailer:

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O Cinéfilos é o núcleo da Jornalismo Júnior voltado à sétima arte. Desde 2008, produzimos críticas, coberturas e reportagens que vão do cinema mainstream ao circuito alternativo.
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