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Entre tapas e beijos
CINÉFILOS
02 dez 2011 | Por Jornalismo Júnior

[Guerra dos sexos]

É muito provável que você já tenha assistido a um desses filmes em que diversas histórias sem nenhuma relação aparente vão se entrelaçando aos poucos no decorrer da obra. Desde o clássico Magnólia até comédias românticas atuais, a estratégia continua aparecendo aqui e ali.

O italiano Guerra dos sexos (Maschi contro Femmine), dirigido por Fausto Brizzi, figura nessa lista. Nicoletta (Carla Signoris) e Mônica (Lucia Ocone) não se conhecem, mas tem em comum o fato de serem mulheres de meia idade, casadas e traídas pelos maridos. Divorciada, a primeira enfrenta uma crise de autoconfiança, enquanto a outra cuida do filho recém-nascido.

Walter (Fabio De Luigi), marido de Mônica, tenta superar uma abstinência sexual de 10 meses, devido à gravidez da esposa, mas acaba cedendo às investidas de Eva (Giorgia Wurth), a bela jogadora do time de vôlei que ele treina.

Diego (Alessandro Preziosi), ao contrário, não quer compromisso com mulher nenhuma. Ele mora sozinho num apartamento e recebe noite após noite mulheres de diferentes nacionalidades, para a infelicidade de Chiara (Paola Cortellesi), sua vizinha. Além de desprezá-lo por sua conduta, ela ainda sofre para dormir com os gemidos vindos do apartamento ao lado.

Enquanto isso, os amigos Marta (Chiara Francini) e Andrea (Nicolas Vaporidis) enfrentam um problema atípico: ela, homossexual, e ele, hétero, têm a amizade posta à prova por uma garota com dificuldades em escolher apenas um deles.

Mais do que uma guerra dos sexos, o filme de Brizzi retrata o amor em suas diferentes formas e estágios, do fim ao recomeço. Esse sentimento é o responsável por levar os personagens a viver as situações mais inusitadas. Apesar de alguns toques hollywoodianos de “politicamente correto”, é no meio que o filme se destaca. A trama não é a das comédias românticas açucaradas, nem comuns. A cena às vezes fica tão maluca que resvala nos filmes estilo “paródia”, mas sem perder a classe.

Tanto pelo nome evocando o confronto, quanto por seu país de origem, a obra é enérgica. Alguns momentos de pancadaria mais acirrada lembram a comédia pastelão e os personagens fazem jus à fama de esquentadinhos dos italianos.

Literalmente entre tapas e beijos, o filme não conta com um grande momento de clímax, mas é leve e divertido, pretendo a atenção do espectador do começo ao fim – com direito a boas gargalhadas. Guerra dos sexos é uma alternativa ao clichê, intercalando momentos explosivos com outros de sensibilidade apurada.

Por Juliana Santos
juliju-santos@hotmail.com

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O Cinéfilos é o núcleo da Jornalismo Júnior voltado à sétima arte. Desde 2008, produzimos críticas, coberturas e reportagens que vão do cinema mainstream ao circuito alternativo.
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