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VII Semana de Fotojornalismo: a curiosidade de Geraldo Garcia
Eu Fui
16 ago 2013 | Por Jornalismo Júnior

Geraldo Garcia

Carioca  nascido no bairro de Santa Teresa, Geraldo Garcia – convidado da VII Semana de Fotojornalismo – deu os primeiros passos rumo ao mundo fotográfico ainda durante a infância. Tudo começou como uma curiosidade: para o futuro fotógrafo, o ato de capturar momentos e transferi-los para um papel era um processo mágico. “O impulso artístico e a paixão por retratos vieram depois, mas no início a relação era com os equipamentos e com o processo fotográfico”, acrescenta Geraldo.

Apesar do interesse pela fotografia, Geraldo dedicou-se a carreira de T.I. (Tecnologia da Informação) durante um tempo, mas acabou deixando-a. “A verdade é que eu não abandonei minha carreira de analista de sistemas para virar fotógrafo, abandonei para manter minha saúde física e mental sem saber exatamente o que faria em seguida”. Foi exatamente durante esse momento de férias do artista que este voltou a dedicar-se ao mundo fotográfico, ingressando em cursos que antes não tinha tempo de realizar. A transformação de analista de sistemas para fotógrafo profissional aconteceu de forma natural: “amigos me chamavam para fazer assistência em trabalhos, outros começavam a me pedir para cobrir suas faltas em pequenos serviços e, quando percebi, já estava trabalhando como fotógrafo”.

Frente a essa nova situação, Geraldo complementou sua formação com um curso profissionalizante de fotografia no Senac e com vários outros cursos livres. “Um misto de afinidades e coincidências acabaram me levando a trabalhar principalmente em fotografia publicitária e editorial, fazendo fotos de produtos, culinária e pessoas (retratos). Ao mesmo tempo minha eterna curiosidade sobre os processos de formação de imagem e minha bagagem de “T.I.” me colocaram numa posição de vantagem com a entrada da fotografia digital, quando comecei a ser solicitado a dar cursos e consultorias sobre fluxo de trabalho, tratamento de imagem e gerenciamento de cor para processo fotográfico”.

O trabalho já levou Geraldo para várias partes do Brasil, bem como para a França e a Alemanha: “ Sempre tento aproveitar essas oportunidades para produzir material autoral em paralelo e isso é o mais gratificante”, acrescenta o fotógrafo. O currículo de Geraldo apresenta trabalhos para agências de publicidade, editoras e até mesmo para a Rede Globo de Televisão: “ Acabei sendo convidado para atuar na Globo como editor de fotografias para mídias digitais (internet, celular, etc.) e trabalhei na Globo.com e na Central Globo de Jornalismo por cerca de três anos e meio”.

Cobertura de Geraldo Garcia da Marcha das Vadias

Atualmente, Geraldo faz várias coisas ao mesmo tempo: “divido meu tempo entre a fotografia comercial, a fotografia artística, a administração da Imagem Impressa (meu estúdio de impressão de arte especializado em atender fotógrafos e artistas plásticos) e, quando posso, ministro cursos de fotografia e de tratamento de imagem”. Além de ótimo fotógrafo, Geraldo mostra-se um grande leitor: “De fotografia leio praticamente tudo, de livros técnicos à livros filosóficos e teóricos, de Ansel Adams à Susan Sontag, passando obrigatoriamente pelas antologias fotográficas dos grandes mestres. Nesse bolo entram também assuntos que tangenciam a fotografia como teoria das cores, estética e história da arte. Não conseguiria fazer uma lista de favoritos com menos de 20 livros”. Além de livros sobre fotografia, Geraldo assume gostar também de romances históricos. Quando o assunto é “outros tipos de arte além da fotografia”, o fotógrafo mostrou atração pela pintura e pela música “o campeão de permanência nos meus fundos de tela é o pintor Johannes Vermeer e as trilhas mais tocadas no meu iPod são de Mozart e Jethro Tull”.

 

Em 2011, Geraldo cobriu a Marcha das Vadias no Rio de Janeiro. Com mais de mil participantes, foi o primeiro ano do evento que defende o fim da violência sexual e de gênero. Optando por captar a Marcha de uma forma diferente da mídia convencional, Geraldo obteve o agrado de quem via suas fotos: “fui por conta própria, para tentar documentar a realidade do movimento e dos indivíduos, para servir de contraponto ao que, eu sabia, iria povoar as páginas de jornais do dia seguinte. Fora alguns panoramas da Marcha para mostrar o conjunto, optei por fazer ‘retratos’ das pessoas e de seus cartazes e acho que esse caráter pessoal foi a razão do sucesso das fotos”. Quando questionado sobre o que o mantem no mundo da fotografia, Geraldo respondeu: “Em uma palavra eu diria ‘curiosidade’. Curiosidade sobre as pessoas e seus pontos de vista, curiosidade sobre as múltiplas formas de se retratar a mesma cena e curiosidade sobre as sensações que temos ao observarmos uma imagem. É isso que me inspira a documentar e a criar como artista”. Pelo visto, o que começou como um fascínio infantil frente ao mundo mágico das imagens captadas continua a mover o fotógrafo Geraldo Garcia até hoje.

por Mariana de Arruda Miranda
marimiranda94@gmail.com

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