por Breno Leoni Ebeling
brenolebel@gmail.com
A indústria cinematográfica enfrenta muitos percalços na produção de filmes. São inúmeros projetos que começam e nunca chegam à conclusão. O mais comum são problemas de morte de atores; mas também é alto o número de problemas com adaptações, já que livros enfrentam desafios à parte. Questões mercadológicas podem influenciar também: há casos de filmes concluídos que tiveram seu lançamento adiado por mais de um ano por motivos de estratégia de marketing. Confira abaixo uma lista com 7 grandes produções organizadas por tempo de atraso!
O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus
Em termos de tempo de produção, perto de outros exemplos de peso O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus (The Imaginarium of Doctor Parnassus, 2009) passa quase despercebido. Durante as filmagens, a trágica morte de Heath Ledger (Tony) marcou não só a produção do filme, como também toda a comunidade cinematográfica. Ledger deixou um legado marcante, com talento e expressividade notáveis. São muitos os casos de atores que morreram durante filmagens: este é um fator de atraso relativamente comum. Aqui, é interessante a solução encontrada pela equipe depois de um tempo de paralisação da produção. A temática do filme foi brilhantemente aproveitada com a criação de três Tonys imaginários interpretados por Johnny Depp, Jude Law e Colin Farell. O resultado ficou bem interessante e faz dele um filme que vale muito a pena!
Exorcista – Prólogo(s)
Sabe quando você quase termina de fazer algo e o chefe – geralmente – fala pra fazer tudo de novo? Com Exorcista – O Início (Exorcist: the Beginning, 2004), as coisas aconteceram de forma mais dramática. O filme estava na etapa de pós produção, com a implementação das cenas de efeitos especiais, quando o diretor Paul Schrader foi demitido (!) e substituído por Renny Harlim. Ele refilmou a maior parte das cenas e refez praticamente tudo. O filme não estourou, e, Schrader recebeu autorização para utilizar seu material original para um outro filme, Dominion: Prequela do Exorcista (Dominion: Prequel to the Exorcist, 2005). Também não houve grande comoção popular neste caso. Novelas mexicanas à parte, o primeiro Exorcista (The Exorcist, 1973), da década de 70 gerou muitos acontecimentos creepy – coisas inexplicáveis aconteciam durante as filmagens. A diferença é que no caso, o sobrenatural não chegou a atrasar a produção. Como na sabedoria popular: não são os espíritos a que se deve temer.
O Hobbit
O universo Tolkien já oferece por si só muitas características com alto potencial de “desvios de rota”. No caso de “O Hobbit” foi muito discutida a questão de ele ser em formato de trilogia.
A diferença de tamanho entre os livros “O Senhor dos Anéis” e o “Hobbit” é desproporcional. Mas no caso do Hobbit, a zica se deu em relação à co-direção do projeto por Guillermo del Toro em parceria com Peter Jackson. Apesar de terem uma visão semelhante e alguns gostos parecidos, é muito difícil dividir a direção. Del Toro seria responsável pelo segundo filme da série: ele é conhecido pela fixação em animais mitológicos dentro do metier cinematográfico. Fofocas à parte, Jackson estava se sentindo desconfortável com a situação. Depois de sua saída, o projeto ganhou uma velocidade bem mais forte. Assim como Senhor dos Anéis (Lord of the Rings, 2001-2003), essa trilogia foi filmada em uma única investida; neste processo a dificuldade é maior, mas os custos são minimizados. Este ano o terceiro filme será lançado.
Bastardos Inglórios – Kill Bill
Tarantino anunciou um filme dentro da temática da Segunda Guerra Mundial em 1997. O filme começou a ser filmado em 2008, e foi lançado no segundo semestre de 2009. Doze longos anos se passaram de ponta a ponta: ele encarou este trabalho como sua grande obra de arte. E de fato foi, até Django Livre (Django, 2012), lançado 3 anos depois, seu longa de maior sucesso comercial. Em 2002 ele percebeu que haviam muitos diretores trabalhando com a temática da Guerra, e depois de dois roteiros quase completos, partiu para a concepção de Kill Bill. Ele escreveu o papel Beatrix Kiddo especialmente para Uma Thurman. Aqui também a produção precisou ser adiada muitos meses, por motivos de gravidez de Uma. Se comparado com Bastardos Inglórios, a gravidez de sua musa representou pouco tempo de atraso perto do desenvolvimento da obra prima. Matar Hitler foi algo que gerou muita repercussão, e que só poderia ser concebido diante de muito trabalho no roteiro. Trabalho recompensado por sinal.
Homem de Ferro
Para a versão de Homem de Ferro no cinema, as aventuras começaram em 1990. O projeto não foi para frente até 2006, quando os Estúdios Marvel readquiriram os direitos de produzir o filme. Um dos motivos de ter ficado tanto tempo no limbo é que a responsabilidade pelo roteiro era múltipla, tendo passado, inclusive pelas mãos de Tarantino. Tom Cruise foi cotado para o papel de Tony Stark antes de Robert Downey Jr., mas cá entre nós o perfil “Wolverine Milionário” caiu muito bem em Downey.
Os Miseráveis
por Breno Leoni Ebeling
brenolebel@gmail.com
Em 1985 começa-se a falar sobre uma adaptação do musical de sucesso da Broadway para as grandes telas. No ano de 1988, Alan Parker (Evita, 1996) foi cogitado para trabalhar na adaptação, que no entanto só foi assinada em 1991 por Bruce Beresford (O Ultimo Dançarino de Mao, 2009). Porém, após o anúncio feito em 1992 da co-produção pela Tristar Pictures, o projeto acabou caindo no limbo. Ele ficou esquecido até 2005, quando o produtor Cameron Mackintosh (O Fantasma da Ópera, 2004) anunciou seu desejo de retomar o projeto. Erik Fellner (Simplesmente Amor, 2003) entrou na jogada, para adquirir os direitos autorais. O filme foi lançado em 2011. Os Miseráveis contaram com menos dramas se compararmos aos prologos d’O Exorcista, mas ainda assim uma novela de mais de 20 anos.
Star Wars – Trilogia Sequencial
Quando se trata de inovação no cinema, Star Wars representou um marco de época. Quem já ouviu “a lenda” dos 9 filmes de Star Wars? Não é lenda! Assim que saiu a primeira trilogia, George Lucas planejava produzir a continuação. Essa sequência foi planejada concomitantemente com a trilogia original (episódios IV, V e VI), pelos idos de 1975. Depois do lançamento do Retorno de Jedi (1983) a ideia não foi para a frente. Em 1999, tivemos então o lançamento de A Ameaça Fantasma, que inaugurou um novo ciclo de três filmes, contendo o prólogo da história anterior. Para o ano que vem é aguardado o lançamento de Star Wars Episódio 7, uma co-produção dos estúdios Disney com a LucasFilm. Alguns fãs manifestaram grande descontentamento com a participação da Disney na produção, mas as últimas produções vêm demonstrando um grande amadurecimento do estúdio com relação às suas temáticas: quando eles entram em uma produção é um grande indicativo de sucesso de bilheteria.