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Campus Party 2023: Um acampamento que não dorme

Com DJ, karaokê e competições, confira como foi a madrugada da Campus Party

Por Gabriela Cecchin (gabrielacmr@usp.br) e Lucas Lignon (lucas.lignon@usp.br)

Após um show de uma cosplayer de Anitta no Palco Meta Geek, boa parte dos campuseiros começaram a fazer fila na área de barracas e se arrumaram para dormir. Os estandes das empresas na Área Open foram cobertos por lonas e fitas de segurança, porém, as atividades do lado de dentro estavam longe de terminar. Os repórteres da Jornalismo Júnior acompanharam como foi a madrugada na 15ª edição Campus Party Brasil (CPBR15).

Às 23 horas, em um dos Palcos Multiusos, houve uma competição de “sites inúteis”. Os participantes tinham cerca de quarenta minutos para programar um aplicativo com a proposta de ser o mais desnecessário possível. O ganhador do desafio foi o “Alivia Dor”, um site em que o usuário colocava seus sintomas e recebia um poema associado às dores sem métricas e rimas.

Um outro exemplo foi o “Memelândia”, que gerava memes aleatórios de acordo com a palavra pesquisada. Lucas Paludo, um dos participantes desse grupo, conversou com a Jornalismo Júnior sobre o assunto.

“Quem teve a ideia foi o ChatGPT. Pedimos para ele produzir ideias inúteis para um aplicativo e recebemos a sugestão de um site para fazer memes aleatórios que a pessoa poderia compartilhar nas redes sociais”, explica Lucas. Ele complementa: “Aí, a gente bolou a ideia em cima disso”.

Lucas estuda Engenharia de Controle e Automação no Instituto Federal Catarinense e pretende seguir essa área implementada em Segurança Digital de Sistemas de Informação. Ele também tem um canal no YouTube  sobre programação e segurança da informação.

Ao mesmo tempo, no Palco Petrobras, a apresentação de um DJ animava uma festa próxima à área das barracas. Ela durou até perto da meia-noite, quando foi substituída por uma sessão de karaokê em um dos Palcos Multiusos.

A festa durou cerca de duas horas.
[Imagem: Acervo Pessoal/Gabriela Cecchin]

O karaokê estava lotado e contou com as lanternas dos celulares dos participantes durante a música “Someone Like You” da cantora Adele. Enquanto o público pedia mais músicas, a atividade teve que ser interrompida às 2h da manhã a pedido da organização do evento, para as pessoas dormirem.

O número de pessoas diminuiu ao longo das horas, mas houve um movimento considerável até o fim da cantoria.
[Imagem: Acervo Pessoal/ Gabriela Cecchin]

Perto de 1h30 da manhã, houve a realização de uma tradição da Campus Party. Os participantes colocaram cadeiras na cabeça e começaram a emitir sons. Eles se reuniam em grupo e escolhiam uma pessoa que não estava participando para fazer uma roda em volta dela e convidá-la a participar. Isso durou alguns minutos.

Paralelo a tudo isso, do lado de fora da área fechada, alguns campuseiros trabalhavam. Eles estavam participando da Robocop, uma competição de robôs que envolvia estudantes de universidades de fora de São Paulo. Um dos grupos vinha da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e estava trabalhando desde às 6 horas da manhã do dia anterior.

“Foi a hora que a gente chegou, aí a gente tem que adiantar as coisas, né? Porque o robô tem que lutar. A gente não veio até aqui para o robô não funcionar”, disse uma integrante. “As coisas começam a funcionar amanhã de verdade, então, o que não funcionou hoje tem que funcionar amanhã. Depois, é luta”, disse outro.

O dia anterior foi chamado de “expressão de segurança”, no qual os organizadores verificavam se os robôs tinham condições de competir. Um outro grupo, também de Curitiba, era da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e tinha a Ketlyn como integrante.

“A gente participa de várias categorias. Cada equipe escolhe as que quiser”, disse. “A nossa faz um pouco de tudo, geralmente é o que alguém da equipe cismou em fazer, e aí a gente vai junto. Todas as categorias têm os seus desafios,  é muito sobre o que a pessoa quer se desafiar a fazer: se é um projeto mecânico muito difícil ou um problema de computação muito grande”, completa Ketlyn.

De volta para a área fechada, algumas pessoas cuidavam de uma impressora 3D, que seguia trabalhando durante a madrugada. De acordo com o grupo responsável pelo aparelho, um simples chaveiro poderia levar mais de duas horas para ficar pronto. O grupo imprimia e vendia objetos que levavam mais de doze horas para serem concluídos.

Com o passar das horas, perto das 4h da manhã, o movimento diminuiu bastante e poucas pessoas continuaram acordadas. Vinicius Marcos Nascimento, desenvolvedor de software de São João del Rei (MG), aproveitava o momento para configurar seu celular e “deixar tudo no jeito para amanhã”. “Nos outros anos eu participei bastante das palestras, mas este ano eu vim mais para curtir mesmo. Selecionei umas palestras bem específicas”, conta.

“Campuseiros” relataram dificuldades para dormir e perceber o passar do tempo dentro do Pavilhão onde acontecia a CPBR15. Giovanna Vilela, estudante de Ciência da Computação na Fundação Educacional do Município de Assis, diz que virava madrugadas sem perceber. “Eu começava a conversar madrugada adentro sem ver o horário passar. Essa luz não deixa a gente saber o horário.” Para Lucas Paludo, seu tempo de sono foi inferior ao normal porque há muitas atividades acontecendo ao mesmo tempo. “É uma rotina que é cansativa, mas que, no final, acaba valendo a pena”, afirma.

Confira outras matérias da nossa cobertura da CPBR15: 

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*Imagem da capa: Acervo Pessoal/Lucas Lignon

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