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Invisível: Um tapa na cara silencioso

Na última semana, uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe em risco as formas de aborto previstas atualmente pelo Código Penal, como o direito de interromper a gravidez em caso de estupro ou risco à vida da mulher. É nesse cenário de discussão que chega …

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Na última semana, uma Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que põe em risco as formas de aborto previstas atualmente pelo Código Penal, como o direito de interromper a gravidez em caso de estupro ou risco à vida da mulher. É nesse cenário de discussão que chega aos cinemas brasileiros o longa argentino Invisível (Invisible, 2017), um retrato sensível que contribui para a reflexão da legalização do aborto, além de tratar de outros temas como a depressão e a falta de diálogo.

Dirigido por Pablo Giorgelli, do premiado Las Acacias (2011), o filme acompanha a protagonista Ely (Mora Arellinas), uma adolescente que estuda pela manhã e a tarde trabalha em um pet shop de Buenos Aires. O filho do dono do estabelecimento mantém uma fria relação extraconjugal com a jovem. Aos poucos, com a sutileza de imagens, vamos entendendo outros aspectos da vida da jovem, ao mesmo tempo que a empatia do espectador com a personagem também vai se desenvolvendo junto com a história.

A gravidez indesejada é logo descoberta por Ely, e a partir daí, começa uma jornada em busca de um meio de interromper a gestação, com a ajuda da melhor amiga. Toda a trajetória mostra os percalços muito parecidos com a situação de muitas mulheres também no Brasil, já que na Argentina o aborto também é proibido: desde o total despreparo e descaso da assistente social, quanto o submundo do aborto clandestino, mostrando a hipocrisia de se tratar como tabu um assunto tão comumente habitual e que não importam as leis que não garantem sua segurança, as mulheres continuarão abortando, como mostram inúmeras pesquisas sobre o tema.

As cores frias e as longas cenas silenciosas contribuem para retratar a solidão da protagonista, em meio ao problema da gravidez indesejada, e ao lidar com a depressão da mãe, que não consegue sair de casa desde que a empresa onde trabalhava faliu e ela ainda tem que lutar para ter sua indenização. Um amontoado de situações que forçam um amadurecimento sufocante de Ely, e que acaba transmitindo o sentimento para quem está assistindo.

Invisível estreia nos cinemas brasileiros no dia 9 de novembro. Confira o trailer:

Por Mel Pinheiro
mel.pinheiro.silva@gmail.com

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