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Austrália e Nova Zelândia 2023 | Austrália faz lição de casa e atropela o Canadá

Donas da casa venceram com autoridade e se classificaram para as oitavas de final ainda sem Kerr

Por Diego Coppio (diegocoppio@usp.br)

Em partida impecável, as australianas despacharam as canadenses com uma goleada por 4 a 0 na última rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de 2023. Ainda com a atacante Kerr sendo preservada (ela se lesionou antes mesmo da estreia), as anfitriãs dominaram com intensidade a maior parte da partida. Os gols foram de Raso (2), Fowler e Catley, de pênalti.

Com o empate no confronto entre Nigéria e Irlanda, as australianas se classificaram em primeiro lugar do grupo A, e vão enfrentar a Dinamarca — segunda colocada do grupo D — nas oitavas de final.

Como chegam?

A Austrália chegou à última rodada precisando vencer para não ter o mesmo destino da co-anfitriã Nova Zelândia e ser eliminada ainda na fase de grupos. O empate seria viável, mas faria com que a seleção passasse a depender de uma vitória da Irlanda por, no mínimo, 2 a 0 contra a Nigéria. Para o Canadá, o empate bastaria para conquistar a classificação.

As campeãs olímpicas foram a campo com o mesmo time usado na vitória contra a Irlanda: escaladas no 4-3-3, com Sheridan no gol; Lawrence, Gilles, Buchanan e Riviere na defesa; Quinn, Fleming e Grosso no meio-campo; Huitema, Leon e a veterana Sinclair no comando do ataque.

A Austrália contou com o retorno de Fowler, ausente na derrota para a Nigéria. A atacante foi escalada no time titular no lugar de Vine para atuar como meia-atacante atrás de Van Egmond, mantida entre as titulares. Com isso, Foord foi deslocada para a ponta esquerda e Raso permaneceu na direita. Era um time ofensivo, pois que precisava da vitória a qualquer custo.

Primeiro tempo

As duas equipes começaram querendo jogo. Apesar de precisarem apenas do empate, as canadenses foram mais propositivas no início, reivindicando a posse da bola e abrindo espaços no campo enquanto atacavam. Essa postura favoreceu o jogo australiano, que se fundou na marcação intensa e em contra-ataques rápidos nos espaços deixados pelo Canadá.

Aos 10’, após escanteio para a Austrália, a bola foi recuada até Arnold, o que atraiu o time canadense para o campo de ataque. Aproveitando os espaços abertos, a goleira tocou para Foord na intermediária defensiva, que acionou Catley, desmarcada. A lateral avançou pela ala esquerda e tocou para Raso, também livre de marcação, que abriu o placar para as australianas. A auxiliar Elodie Coppola marcou impedimento de Catley, mas o VAR interferiu e validou o lance.

Três minutos depois, Raso quase ampliou o placar em jogada muito parecida com a do gol, novamente com passe de Catley. Mas Sheridan faz boa defesa. O Canadá seguiu com a posse da bola, mas não conseguiu criar chances de ataque. A finalização mais perigosa foi aos 21’, com Huitema, após cobrança de escanteio. No geral, a Austrália foi bem sucedida também defensivamente no primeiro tempo, aproximando as linhas de marcação e recuperando a bola com intensidade.

A partir dos 30’, as Matildas impuseram seu domínio ao jogo. Aos 32’, Fowler marcou após boa jogada de ataque coletiva e confusão na área. O VAR foi acionado novamente, desta vez contra as australianas, e detectou o impedimento de Carpenter no lance. O jogo ainda ficou parado por seis minutos para o atendimento de Buchanan, atingida na cabeça durante a confusão na área.

A anulação do gol não abateu as australianas, que voltaram a marcar aos 39’. Após cobrança de escanteio e bate-e-rebate na área, Raso marcou seu segundo gol na partida e garantiu a vantagem no placar para as anfitriãs no primeiro tempo.

Hayley Raso tem sido um dos principais escapes da Austrália na Copa [Reprodução/Twitter: @TheMatildas]

Segundo tempo

O Canadá voltou do intervalo com quatro alterações, enquanto a Austrália não mudou. As equipes voltaram com a mesma postura do fim do primeiro tempo, com a Austrália dominando as ações, sem deixar o Canadá criar ou manter a posse quando recuperava a bola.

Como tem sido tendência nesta edição da Copa do Mundo, as equipes decidiram arriscar mais chutes de fora da área no segundo tempo. Aos 51’, Cooney-Cross finalizou para a defesa de Sheridan. Cinco minutos depois, Schmidt, que entrou no lugar de Grosso, também tentou pelo Canadá.

Aos 57’, a Austrália fez valer seu domínio mais uma vez. Catley lançou para Foord no corredor esquerdo, que carregou para a área superando duas defensoras canadenses e tocou para Fowler marcar o terceiro gol australiano em jogada semelhante à do primeiro gol.

O Canadá inexistia na partida a essa altura. A equipe chegou ao ataque algumas vezes com Leon — que foi substituída por Viens após se lesionar em choque com Raso aos 62’ — mas sem levar perigo ao gol australiano. A primeira finalização ao gol saiu aos 66’, em jogada de Viens pelo meio para Rose na direita, que finalizou para a defesa de Arnold. 

A Austrália manteve a mesma postura intensa até os últimos dez minutos. Aos 79’, Gorry fez boa jogada na área e tocou para Fowler, que driblou duas defensoras e finalizou com força na trave. Aos 83’, Gustavsson adotou uma postura defensiva e colocou Polkinghorne no lugar de Van Egmond.

O Canadá teve sua melhor chance aos 88’ com Viens batendo colocado para ótima defesa de Arnold. Mas o ímpeto canadense durou pouco. Aos 92’, a árbitra interrompeu um ataque das visitantes para consultar o VAR e anotar pênalti de Fleming em Gorry. Catley bateu e converteu, sacramentando a classificação das Matildas e a eliminação das canadenses.

Destaques

A Austrália deu uma resposta perfeita após a derrota para a Nigéria. Ainda que não tenha jogado mal na ocasião, desperdiçou muitas chances, o que não ocorreu contra o Canadá. O lado esquerdo australiano funcionou de maneira exemplar, com grandes atuações da dupla do Arsenal — Catley e Foord. A atacante foi uma das melhores em campo, atuando com intensidade tanto ofensiva quanto defensivamente, apesar de não marcar nenhum gol. O destaque negativo foi a atuação apagada de Van Egmond. Com a provável volta de Kerr nas oitavas de final, o esperado é que ela entre no lugar de Egmond no comando do ataque das Matildas.

Do lado canadense, praticamente nada funcionou. Algumas atuações individuais — como a de Buchanan, Viens e Schmidt — ajudaram a evitar um placar mais elástico, mas o time foi muito mal coletivamente. O Canadá entrou para história como o primeiro campeão olímpico eliminado na Copa do Mundo seguinte.

Outro ponto a se lamentar foi o desempenho abaixo do nível de Christine Sinclair em sua despedida das Copas. A veterana histórica foi eliminada sem balançar as redes, deixando o caminho livre para Marta se tornar a primeira jogadora a marcar gols em seis edições da Copa do Mundo. Na saída do jogo, Sinclair protestou contra a situação do futebol feminino no Canadá, pedindo que a eliminação precoce seja vista como um pedido de ajuda de uma modalidade desvalorizada no país.

Com 190 gols pelo Canadá, Sinclair se aposentou como a maior artilheira por uma seleção [Reprodução/Twitter: @EsportudoW]

Ficha técnica

Austrália: Arnold; Carpenter, Hunt, Kennedy, Catley; Cooney-Cross, Gorry (Grant), Van Egmond (Polkinghorne); Fowler, Raso (Vine), Foord. Técnico: Tony Gustavsson

[Reprodução/Twitter: @TheMatildas]

Canadá: Sheridan; Riviere (Chapman), Buchanan, Gilles, Lawrence; Quinn (Smith), Flaming, Grosso (Schmidt); Huitema (Rose), Leon (Viens), Sinclair (Lacasse). Técnica: Beverly Priestman

[Reprodução/Twitter: @CANWNT]

*Imagem de capa: Reprodução/Twitter @TheMatildas

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