Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Austrália e Nova Zelândia 2023 | Com precisão cirúrgica, Filipinas surpreende Nova Zelândia e sonha com classificação

Filipinas marca no começo e conta com goleira para resistir à pressão de uma Nova Zelândia impaciente e afobada

Por Diego Coppio (diegocoppio@usp.br)

Uma finalização no gol durante todo o jogo foi o suficiente para garantir a primeira vitória filipina em uma Copa do Mundo. Agora, as Filipinas — primeiras estreantes a marcar nesta edição — dependem só de si para conseguir a classificação histórica para as oitavas de final.

Preparativos e expectativas

Ambas as equipes mantiveram as escalações de suas estreias. A Nova Zelândia foi à campo com duas linhas de quatro, para que Hassett e Indiah Paige-Riley tivessem espaços para atacar e recompor a defesa rapidamente. Do outro lado, as Filipinas tiveram uma preocupação defensiva maior, com três zagueiras e as laterais atuando como alas. 

A Nova Zelândia chegou com favoritismo por ter vencido a Noruega no primeiro jogo. Caso vencessem as Filipinas, uma derrota norueguesa para a Suíça dali a algumas horas garantiria a inédita classificação para as oitavas de final. 

Já às Filipinas, uma derrota significaria a eliminação do torneio em caso de vitória suíça sobre a Noruega. Mas uma vitória a levaria à liderança do grupo junto com Nova Zelândia e Suíça, deixando a decisão para a última rodada.

Um primeiro tempo de surpresas

Desde o apito inicial, ficou evidente que a proposta das anfitriãs era ter a posse e atacar pelos lados do campo contra uma defesa filipina compacta que cedeu poucos espaços.

O jogo se manteve assim durante os primeiros 15’, quando a Nova Zelândia chegou a ter 81% de posse de bola, com boas chegadas de Indiah Paige-Riley e Wilkinson, ainda sem levar grande perigo à goleira filipina. 

Mas ao contrário da partida contra a Suíça, as Filipinas descompactaram seu jogo e subiram as linhas gradualmente, forçando erros de passe e jogadas precipitadas da Nova Zelândia. 

A mudança de postura gerou efeito imediato: aos 24’, após cobrança de falta e bate e rebate na área das anfitriãs, Bolden subiu no meio de três defensoras e cabeceou à queima-roupa, marcando o primeiro gol das Filipinas em uma Copa do Mundo.

Bolden subiu mais alto que as três marcadoras no lance para entrar para a história das Copas [Reprodução/Twitter: @PilipinasWNFT]

Engana-se quem pensa que as Filipinas se retrancaram com a vantagem. Ao contrário, o time impôs pressão à saída de bola das neozelandesas, que sentiram o baque e tiveram dificuldade para criar jogadas logo após o gol.

Aos 33’, retomando o controle do jogo, a Nova Zelândia desperdiçou a chance do empate após Hand receber desmarcada na área e chutar para fora. Em nova chance aos 38’, Bowen também finalizou sem levar perigo à meta filipina. No último minuto, Percival ainda acertou uma finalização fraca para a defesa da goleira McDaniel.

Segundo tempo

A treinadora Jitka Klimková promoveu duas alterações no intervalo: Chance e Longo nos lugares de Indiah Paige-Riley e Hassett. As mudanças buscavam uma melhora no lado ofensivo neozelandês, com Chance cobrindo o lado esquerdo e realocando Hand pela direita, espalhando a defesa filipina.

Agora com um trio ofensivo, a Nova Zelândia passou a criar mais chances e impor seu domínio ao jogo. Aos 57′, Wilkinson antecipou as zagueiras e chegou com muito perigo por cima, mandando a bola por cima do gol. 

Aos 64′, a Nova Zelândia teve sua chance mais perigosa até então. Chance enxergou o deslocamento de Hand pelo meio e lançou para a atacante, que superou as zagueiras e chutou na trave, voltando para a goleira, que só observou o lance. 

O volume ofensivo da Nova Zelândia foi recompensado aos 68′ pelo gol de Hand, anulado pelo VAR devido à condição irregular de Wilkinson, que fez ótima jogada, mas inválida.

A partir daí, as Filipinas reequilibraram o jogo. A Nova Zelândia sentiu a anulação do gol, e as alterações promovidas pelo técnico Stajcic renovaram o fôlego filipino. As anfitriãs ainda tinham a posse, mas de maneira desorganizada, deixando as Filipinas confortáveis na partida.

A Nova Zelândia ainda teve chance nos acréscimos, com chute perigoso de Jale — que entrou no lugar de Percival aos 82’ — mas a goleira McDaniel estava muito bem colocada no lance.

A goleira Olivia Davies-McDaniel foi o grande destaque da partida, fundamental para a vitória filipina [Reprodução/Twitter: FOXSoccer]

Destaques

As anfitriãs foram melhores durante boa parte do confronto, mas com pouca eficácia: tiveram cinco finalizações nos primeiros 34 minutos, mas nenhuma na meta adversária. 

A Nova Zelândia, que entrou como azarona contra a Noruega, não soube lidar com o favoritismo no segundo jogo, muitas vezes afobadas e desorganizadas.

Apesar do começo apagado, com destaque negativo para Indiah Paige-Riley — que fez ótimo jogo na estreia —, as alterações promovidas por Klimková no intervalo reviveram o time, que passou a atacar com mais volume principalmente pelo lado esquerdo com Chance.

A centroavante Wilkinson foi o grande destaque neozelandês, chegando com perigo no ataque e demonstrando intensidade durante os 90 minutos.

Pelo lado filipino, o grande destaque foi a goleira McDaniel, fundamental para segurar a vitória. As Filipinas não fizeram a partida dos sonhos, mas tiveram a efetividade que faltou à Nova Zelândia: durante os mesmos 34 minutos, as visitantes finalizaram uma vez ao gol e abriram o placar.

Méritos também para a atacante Bolden, que assumiu a liderança na artilharia histórica do país, com 23 gols. 

E agora?

O empate entre Suíça e Noruega embolou de vez o grupo A. A Suíça ainda lidera com quatro pontos, seguida de Nova Zelândia e Filipinas com três, e a Noruega com um ponto. 

Surpreendendo as expectativas, as Filipinas têm grandes chances de classificação, já que na próxima rodada pegam a lanterna Noruega, que até agora não deu provas de que poderá estar nas oitavas de final. A crise gerada por Graham Hansen certamente não ajuda.

A Nova Zelândia tem um caminho mais difícil: terá que vencer a líder Suíça para não depender de outros resultados. Uma tarefa árdua, mas certamente possível, principalmente com o apoio de sua torcida jogando em casa.

Ficha técnica

Nova Zelândia: Esson; Riley, Bowen, Stott, Bott; Hassett (Longo), Percival (Jale), Steinmetz, Paige-Riley (Chance); Wilkinson, Hand. Técnica: Jitka Klimková

Filipinas: Davies-McDaniel; Harrison, Beard, Cowart (Bugay), Long, Barker (Annis); Eggsevik (Flanigan), Sawicki, Quezada (Randle); Bolden (Frilles), Guillou. Técnico: Alen Stajcic

Imagem de capa: Reprodução/Twitter @FOXSoccer

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima