Por Dimítria Coutinho
O futuro que parecia tão distante já está quase aí: falta menos de um ano para os Jogos Olímpicos Rio 2016. O evento, que ocorre dos dias 5 a 21 de agosto do ano que vem, já teve duas fases de venda de ingressos e parte agora, em outubro, para a terceira.
Até agora, a venda funcionou através de sorteios, nos quais as pessoas se inscreveram pelo site e aguardaram para ver se haviam conseguido ou não adquirir os convites. Já nessa terceira fase, o esquema vai funcionar de uma forma um pouco diferente: os ingressos que não foram vendidos nas duas fases anteriores serão postos a venda e isso se dará por ordem de acesso à página de ingressos. Quem clicar primeiro, leva.
Além da venda que se inicia em outubro, haverá também uma quarta fase em 2016, que vai do mês de Junho até o término do Jogos. Essa etapa existirá apenas se sobrarem ingressos e ocorrerá nas bilheterias autorizadas nas quatro regiões de competição do Rio de Janeiro e nas cidades que receberão competições de futebol (Belo Horizonte, Brasília, Salvador, São Paulo e Manaus).
Como comprar
Antes de comprar o ingresso, o requerente deve avaliar se cumpre os pré-requisitos necessários. Eles não são muitos; basta ter mais de 18 anos, possuir CPF válido e residir no Brasil.
Cidadãos residentes em outros países não estão aptos a comprarem ingressos da mesma forma que os brasileiros, em nenhuma das três fases. Estrangeiros devem ser dirigir aos revendedores autorizados em seu país, os chamados ATR (Authorised Ticket Reseller) para realizar a compra.
Os brasileiro que decidirem comprar ingressos e cumprirem os pré-requisitos devem, assim que a nova fase de vendas for aberta, criar uma conta na Página de Ingressos, por meio da qual solicitará os ingressos. Depois disso, chega a hora de escolher um ingresso. Nesse momento, o comprador optará um esporte (que pode ou não estar subdividido em modalidades e disciplinas), uma sessão e uma categoria de preço. A sessão refere-se a uma competição esportiva, um conjunto de competições ou uma cerimônia. Existem cerca de 700 sessões, mas cada requerente só pode optar por, no máximo, 20 delas. Para cada sessão, é permitido que cada pessoa compre até 6 ou – nas sessões de alta demanda – 4 ingressos.
Depois de selecionados esporte, sessão e categoria, chega o momento do pagamento. É possível selecionar o local de retirada, bem como optar por ingresso comum ou comemorativo (que tem desenho personalizado e pode servir como lembrança).
Os ingressos selecionados a serem entregues em residência começam a ser distribuídos em maio de 2016 e a retirada de ingressos pode ser feita a partir de junho, junto com a venda dos remanescentes.
Acessibilidade e descontos
Na compra dos ingressos, é possível solicitar a meia entrada. Tal recurso está disponível para maiores de 60 e cadeirantes, em todas as categorias de preço. Também serão beneficiados estudantes, professores da rede pública municipal do Rio de Janeiro, pessoas com deficiência que não façam uso de cadeira de rodas, pessoas com mobilidade reduzida e obesos, na categoria de menor preço. Os descontos não são cumulativos.
Quanto aos assentos preferenciais, há um número limitado de espaços para cadeirantes em cada sessão. Cada cadeirante pode entrar com um acompanhante, que também tem direito à meia entrada. Quando as vendas de outubro forem abertas, um serviço especializado para espectadores deficientes estará disponível: é o suporte via telefone, através da Central de Relacionamento de Ingressos Rio 2016.
Além dessas características em relação aos ingressos, deficientes, idosos e pessoas com crianças de colo também poderão contar com infraestrutura especializada. Bilheterias e balcões de informações acessíveis e com serviço especial, elevadores e banheiros adaptados, serviço de empréstimo e condução de cadeiras de rodas, local de armazenamento para carrinho de bebê, carrinho de golfe em instalações esportivas para pessoas com dificuldade de locomoção, área para acomodação de cães-guias e assistência a pessoas com deficiência visual são algumas das promessas para os Jogos Olímpicos.
Valores e público contemplado
Desde que se começou a falar sobre os ingressos para as Olimpíadas, a promessa é de haveriam ingressos a preços mais baratos, contemplando, também, as classes mais pobres da sociedade. E isso não deixa de ser verdade; os ingressos mais baratos custam apenas 40 reais, e quase quatro milhões de entradas – o que corresponde a mais de 50% do total – custarão até 70 reais.
Analisando os preços de ingressos por esporte e categoria de assento, é possível perceber o óbvio: os assentos em locais privilegiados são bem mais caros, ao mesmo tempo que as finais são bem mais “salgadas” que as preliminares.
O valor mais caro de jogos é de 1200 reais, nas finais do Voleibol, do Basquetebol e do Vôlei de praia, além da super final do Atletismo. As cerimônias de abertura e encerramento, no entanto, apresentam preços ainda mais elevados. Para ver o início dos Jogos, é necessário desembolsar no mínimo 200 reais e, no máximo, 4.600 reais por ingresso. Já para ver o encerramento, é necessário pagar no mínimo 200 e no máximo 3000 reais.
Os convites mais baratos são, geralmente, para esportes menos conhecidos ou em categorias menos bem localizadas, bem como em fases preliminares. Mas, como a quantidade de ingressos abaixo de 70 reais é muito grande, a variedade deles também é. Abaixo desse valor é possível assistir maratona, marcha atlética, badminton, basquete, boxe, canoagem, a final do ciclismo, esgrima, quartas de final do futebol, golfe, hipismo, hóquei, levantamento de peso e lutas (nos melhores assentos), a final da maratona aquática, pentlato, polo aquático, remo, rugby, tênis, tiros e a final do triatlo e da vela.
A variedade de esportes é grande e, com pouco dinheiro, é possível assistir à muitos esportes bacanas e, até, à final de alguns deles. Infelizmente, assistir às cerimônias e aos esportes mais famosos fica só para quem tem bastante dinheiro. Mas, mesmo assim, a iniciativa de ingressos mais baratos nos Jogos Olímpicos já foi um grande passo para a acessibilidade de espectadores com menos poder aquisitivo. Esse passo representa uma grande diferença, por exemplo, em relação à Copa do Mundo de 2014, na qual o ingresso mais barato custava 60 reais, nos mais mal localizados assentos da fase de grupos.