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Vai Que Cola nas telonas: a mesma receita em um novo formato

por Flávio Ismerim flavio.ismerim@gmail.com Com estreia marcada para o dia 1º de outubro, a versão cinematográfica da série Vai Que Cola mantém a fórmula que propiciou o enorme sucesso alcançado pelos realizadores na TV fechada. O improviso, a metalinguagem e a característica mescla entre personagem e autor faz o longa pertencer formalmente ao que o …

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por Flávio Ismerim
flavio.ismerim@gmail.com

Com estreia marcada para o dia 1º de outubro, a versão cinematográfica da série Vai Que Cola mantém a fórmula que propiciou o enorme sucesso alcançado pelos realizadores na TV fechada. O improviso, a metalinguagem e a característica mescla entre personagem e autor faz o longa pertencer formalmente ao que o espectador já conhece da televisão. Poucas alterações foram necessárias para adaptar o estilão de sitcom de canal fechado para o cinema, uma vez que o público já foi fidelizado.

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O enredo do filme tem base na história já contada nas duas temporadas de seriado. Valdomiro Lacerda (Paulo Gustavo), laranja de uma empreiteira numa operação suja, foge para o Méier com medo de ser pego pela Polícia Federal e acaba na pensão da Dona Jô (Catarina Abdalla). E é nessa pensão que costumavam se desenrolar todas as subtramas da história. No filme, no entanto, a trama se passa no apartamento de Valdo no Leblon, para onde toda a trupe foi depois que a pensão foi interditada por conta de uma forte chuva.

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Todas as personagens tem sua subtrama no filme, o que o torna bastante fiel à série. Mas o que torna o filme possível dentro do ponto de vista narratológico é o uso do Valdomiro como um fio condutor e narrador. Dessa forma, o diretor César Rodrigues efetiva a  quebra da quarta parede e o espectador se sente mais ligado à trama. O timing de Paulo Gustavo para improvisos e cacos é o instrumento que permite ao filme fazer uso da metalinguagem: seja zombando do próprio filme, seja falando diretamente com o espectador. Catarina Abdalla diz que “enquanto os outros personagens ficavam presos no mundo do Vai Que Cola, o personagem do Paulo ultrapassava essa barreira e chegava ao público”.

Há ainda um outro plano narrativo. Seu Wilson (Fernando Caruso) passa a obra inteira tentando entender, a seu modo, o que se passa nos corredores da cobertura de Valdomiro no Leblon. Por conta desse outro desenrolar, o personagem de Caruso também assume por vezes o papel de condutor. Chegando até mesmo a olhar diretamente e conversar com câmera.

O filme como um todo foi pensado e executado apostando em cima do potencial individual e coletivo dos atores. Seu orçamento de R$ 7 milhões mostra muito sobre como o filme é caro para a média da produção brasileira, mas não chega nem perto dos recursos tecnológicos de blockbusters como Tropa de Elite 2. Em contraste com o ritmo diário da sitcom, o longa foi gravado durante cinco semanas, e contou com no máximo duas câmeras por cena, segundo dito em coletiva pelo diretor César Rodrigues.

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A recepção do público perante aos personagens é facilitada, porque já são conhecidos os trejeitos e os costumes de cada um. São estereótipos bastante superficiais e exagerados típicos desse estilo de filme, mas é uma combinação de perfis diferentes que funcionam juntos. A saída do filme, então, foi ter como roteiro exatamente o que fica como pano de fundo na série: a trajetória do Valdomiro. Trazer um elenco para o cinema que costuma ficar suspenso na televisão fez com que as personagens fossem testadas em diferentes locais, com seus sonhos e vontades mais escancarados que nunca.

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Ver esse filme é como assistir a um episódio de quase duas horas da série. As cores continuam quentes, a trilha continua descontraída. O Leblon parece bem melhor, e o Méier parece bem pior. A grande diferença é que esse episódio demorou muito mais para ser feito, e tem links mais complexos entre suas partes. “A gente teve a oportunidade de pegar cada cena e trabalhar com muito afinco (…) e fazer mais coisas do que a gente faz na série de TV”, disse Fernando Caruso.

https://www.youtube.com/watch?v=fKlcX8iyLGs

Jéssica (Samantha Schütz) fica com Kleber Toledo, Ferdinando (Marcus Majella) performa divas do pop, Terezinha (Cacau Protásio) abala a Zona Sul. O segredo desse produto é justamente o que a Fiorella Mattheis apontou em coletiva: as pessoas conseguem perceber que eles estão se divertindo em cena. E isso é o que torna toda a trama tão natural e faz com que a gente possa se identificar com traços (cômicos ou não) deste ou daquele personagem.

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Confira o trailer:

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