No início dos anos 2000 surgia o grupo de funk Gaiola das Popozudas, que contava com Valesca Reis Santos na formação. Passado um tempo, ela acabou ficando mais conhecida como Valesca Popozuda. A música “late que eu to passando” virou hit ao tocar na novela Beleza Pura, da Rede Globo. E assim ia surgindo um nome que todos iriam conhecer anos depois.
O grupo fez turnê em várias cidades do Brasil, encantava, chocava e – principalmente – fazia o público dançar ao som dos funks cariocas. Desde o início já percebíamos uma temática que Valesca levou como lema: a libertação sexual da mulher. Letras como “Agora eu tô solteira” e “Larguei o meu marido e virei puta” davam voz às mulheres e mostravam, que elas podem sim manifestar seus desejos em um ritmo com letras que muitas vezes só expõem o desejo masculino.
Antes de conquistar a fama, Valesca foi frentista em um posto de gasolina e chegou a posar pra Revista Playboy em 2009 – causando muita polêmica ao tirar uma das fotos junto a uma iagem do então presidente da República, Lula. Valesca explicou o ocorrido dizendo que era fã dee. Ainda em 2009, ela foi rainha de bateria da escola de samba Porto da Pedra (o que repetiria no ano seguinte). Em 2011, a funkeira entrou para o reality A Fazenda, da TV Record, ao lado de outros famosos como Monique Evans e Joana Machado.
Em 2013, Valesca lançou seu primeiro hit em carreira solo, “Beijinho no ombro”, o sucesso dessa música? Comece a cantar na rua e veja se há alguém que não saiba. Valesca abalou com um clipe cheio de luxo, requinte e uma letra que ficava na cabeça de quem ouvia a partir da primeira vez. Durante o carnaval, foi o que se ouviu. Nas rádios do Rio de Janeiro, era o que se escutava. E na Europa? Não era diferente. Não demorou para Valesca estar pisando em solos internacionais para levar o funk carioca.
O ano de 2014 começou e o que todos sabiam cantar era Beijinho no ombro. Nas festas de casamento, nos aniversários, nas festas de faculdades, nas baladas, nas festinhas das madames – e como elas mandavam beijinho no ombro. Mandar o recalque para o longe virou dito popular. E – tchan – mais uma vez Valesca nos surpreende lançando “Eu sou a diva que você quer copiar” – alguém tinha dúvida? – e “Tá pra nascer”.
Para 2015, Valesca prepara o lançamento do seu primeiro disco e uma carreira ainda maior. Mais que isso, é essencial reconhecermos o que Valesca trouxe ao movimento do funk e às mulheres. Como ela mesma canta, tá pra nascer alguém que vai esculachá-la.
Por Jeferson Gonçalves
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