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Qual a receita para uma boa cena de amor no cinema?

Felipe Marques Quem sabe tudo comece com uma loira escultural capaz de deixar a platéia masculina sem fôlego. Depois, ganhe consistência com a adição de uma boa pitada de canalhice de um dos maiores canastrões do cinema. Então basta uma geladeira, calda de chocolate e cascas de nozes espalhadas pela cama que Voilà!, tem-se um …

Qual a receita para uma boa cena de amor no cinema? Leia mais »

Felipe Marques

Quem sabe tudo comece com uma loira escultural capaz de deixar a platéia masculina sem fôlego. Depois, ganhe consistência com a adição de uma boa pitada de canalhice de um dos maiores canastrões do cinema. Então basta uma geladeira, calda de chocolate e cascas de nozes espalhadas pela cama que Voilà!, tem-se um das mais sexies cenas de amor da telona.

A cena em questão é um “clássico” do soft porn, sendo imitada por diversos casais – geralmente, com variados graus de insucesso. Talvez porque a original, protagonizada por Kim Basinger e Mickey Rourke em 9 ½ Semanas de Amor, contasse com algo que a maioria dos casais (espera-se) não conta: o ódio.

Se em cena Basinger e Rourke tinham uma química capaz de deixar o espectador mais animado imerso numa poça de suor (e possivelmente outros fluidos), o relacionamento nos bastidores não era dos mais amistosos. Diferentemente dos casais de contos de fadas de Hollywood que se juntam logo após se conhecerem nas filmagens – vulgo o fenômeno Brangelina – Basinger e Rourke mal conseguiam tomar o mesmo elevador, quem diria extrapolar as peripécias sexuais do filme para a vida real. Basinger, não-fumante convicta, chegou a declarar que beijar Rourke era como “levar um cinzeiro aos lábios”. Rourke, por sua vez, queixava-se de que Basinger era feia e nada sexy, não chegando aos pés de Isabella Rosselini, inicialmente testada para o papel.

Como se o clima de desavenças no set não fosse ruim o suficiente, o diretor Adrien Lyne ainda buscava usar a volatilidade da relação Rourke/Basinger a favor do filme. Reza a lenda que ele formou um “triângulo de desavenças” com o casal protagonista para poder manipular emocionalmente Basinger, de modo que seu humor coincidisse com o de sua personagem no filme. Assim, além de proibir que os dois se falassem fora do set, o diretor também contava a Basinger coisas que Rourke teria dito de modo a produzir nela reações positivas ou negativas sobre o ator, de acordo com a necessidade da cena seguinte. Evidência dessa megalomania manipulativa do diretor seria a forma seqüencial como o filme foi rodado, algo caro e inusitado para os padrões de Hollywood.

A cereja no topo desse bolo de problemas foi a necessidade do diretor “picotar” o filme pouco antes do lançamento. Entre queixas do público sobre a duração e reclamações dos executivos sobre conteúdo“psicologicamente danoso”, um grande número de cenas ficou para sempre trancado nos cofres da MGM. Não que isso fosse afetar a péssima qualidade do filme. É infinitamente mais interessante por seus bastidores do que pelo enredo. Uma história que não se sustenta, atuações um tanto duvidosas… E uma Kim Basinger que nada mais é que um dublê de corpo. Esse filme é um exemplo clássico de que no cinema nem tudo é o que parece. Até a mais tórrida cena de amor.

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