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Eu te amo…

Bruna Buzzo O amor é o grande tema deste magnífico filme do prestigiado diretor francês Patrice Leconte. Mas não um amor tradicional, não como estes que temos visto com tanta freqüência na tela dos cinemas. O roteiro de A Viúva de Saint Pierre nos apresenta três personagens centrais e a possibilidade de conflito entre eles. …

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Bruna Buzzo

O amor é o grande tema deste magnífico filme do prestigiado diretor francês Patrice Leconte. Mas não um amor tradicional, não como estes que temos visto com tanta freqüência na tela dos cinemas. O roteiro de A Viúva de Saint Pierre nos apresenta três personagens centrais e a possibilidade de conflito entre eles. O diretor, no entanto, soube desenvolver brilhantemente a história, sem cair em nenhum clichê que poderia transformá-la em apenas mais um drama amoroso.

A história começa em 1850, na ilha de Saint Pierre, quando um homem é brutalmente assassinado e o responsável pelo crime, Neel Auguste (Emir Kusturica), é condenado à morte. Na pequena colônia francesa, porém, não há viúva (viúva, em francês veuve, que também significa guilhotina), e enquanto espera o instrumento chegar da metrópole, Neel é colocado sob a custódia do Capitão (Daniel Auteuil).

Madame La (Juliette Binoche), esposa do Capitão, preocupa-se com o destino do condenado e acredita que qualquer homem pode regenerar-se. Ela defende sua reabilitação e faz Neel realizar pequenos serviços à comunidade, os quais o tornam muito popular. O possível envolvimento amoroso da personagem de Juliette com o condenado parece preocupar todos na cidade, exceto o Capitão, que tem uma relação de total confiança e amor com a esposa.

O elenco dá vida aos personagens: cada um dos atores centrais soube entrar brilhantemente no papel e ajudar a construir um enredo atrativo e convincente. Juliette Binoque atua impecavelmente e forma com Daniel Auteuil um casal formidável: os atores nos convencem do amor de seus personagens, que exalam envolvimento e paixão. O diretor iugoslavo Emir Kusturica não decepciona em sua primeira atuação em papel de destaque e faz do condenado uma figura ingênua e cativante, digna de salvação.

Como na canção de Chico Buarque e Tom Jobim], o Capitão poderia dizer à esposa: “se entornaste a nossa sorte pelo chão” e, assim como o personagem da música, ele se rende ao amor, indo até as últimas conseqüências deste, lutando por seus ideais ao mesmo tempo em que procura agradar a esposa que tanto adora.

A trilha sonora e a fotografia também merecem destaque: as músicas e as belas tomadas completam o clima de envolvimentos e tensões – não só amorosas. Junte bons atores, um Canadá gelado e a música adequada: está feito um bom filme. Um luxo do começo ao fim. Sedutor e adorável – para saborear sozinho, ou ao lado da pessoa amada – o desafio é tentar não se envolver ou conter as lágrimas.

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