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Tóquio 2020 | Após perder mundial por Covid, Daniel Cargnin conquista o bronze no Judô e abre a contagem para o Brasil no esporte

Judoca conquista a 23ª medalha olímpica brasileira na modalidade.

Depois de conquistar a primeira medalha com Kelvin Hoefler em uma modalidade inédita nas Olimpíadas, a segunda medalha do Brasil veio em uma modalidade já tradicional no quadro de medalhas no país. A medalha de bronze conquistada pelo gaúcho Daniel Cargnin na categoria até 66kg no Judô foi a 23ª do Brasil no esporte em Jogos Olímpicos.

 

As lutas dentro e fora do tatame 

No tatame, Cargnin teve que passar por todas as fases para alcançar a medalha de bronze. No entanto, sua chave era uma das mais difíceis de se competir, estando todos os adversários do brasileiro dentro do Top 20 do ranking mundial da categoria — inclusive ele, que é o 13º na listagem da Federação Internacional de Judô. 

Na primeira rodada, o judoca enfrentou o egípcio Mohamed Abdelmawgoud, 19º no ranking. Apesar do adversário ter iniciado mais incisivo nos golpes, Cargnin resistiu e levou a disputa para a prorrogação. Nos primeiros segundos do Golden Score — em que o primeiro a fazer um ponto vence —, o brasileiro aplicou um Ippon, em que o oponente bate com as costas no chão, e se classificou para a próxima luta.

As oitavas de final foram igualmente tensas. Contra Denis Vieru, judoca da Moldávia e posicionado em 15º no ranking mundial, novamente foi necessário passar pela prorrogação. Dessa vez, a prorrogação levou mais de um minuto e, em um contra ataque, Cargnin aplicou um Wazari e subiu mais um degrau na competição. 

O adversário da vez seria o italiano Manuel Lombardo. Apesar de ser o líder do ranking, o judoca brasileiro já havia conquistado uma medalha de ouro contra o italiano, no Grand Slam de Brasília de 2019. Em uma luta difícil, com o adversário se defendendo muito bem, Cargnin novamente conseguiu um Wazari, dessa vez faltando 10 segundos para o final da prova, classificando-se para as semifinais. 

Atuando em casa, o adversário da vez foi Hifumi Abe, 5º lugar na listagem mundial. Dessa vez, o brasileiro não conseguiu emplacar seus golpes e o japonês conquistou a vaga para a finalíssima com um Ippon. Abe, inclusive, foi medalha de Ouro da competição ao aplicar um Wazari no atleta da Geórgia Vazha Margvelashvili.

Caindo para a disputa do Bronze, Cargnin enfrentou o israelense Baruch Shmailov e, extremamente focado, aplicou um Wazari no início do combate. Mesmo com ataques agressivos do adversário — o que gerou um corte no nariz do brasileiro —, o judoca gaúcho soube controlar as ações até o fim do combate, inclusive sendo punido por falta de combatividade. 

Daniel Cargnin comemorando o bronze após a luta [Imagem: Gaspar Nóbrega/COB]
A conquista da medalha veio acompanhada de uma intensa emoção, visível logo ao final da luta. Isso porque, do lado de fora do tatame, os meses antes de Tóquio foram dramáticos para Cargnin. O judoca contraiu Covid-19 e teve que ficar fora do Mundial disputado em Budapeste. O ciclo olímpico do gaúcho também foi marcado por lesões. 

Ainda que tenha sido medalhista de prata no Pan-Americano de Lima em 2019, não chegou como um dos pretendentes a medalha em Tóquio pela delegação brasileira. Com 23 anos e cercado de nomes mais veteranos, como ‘Baby’, Mayra Aguiar e Maria Suelen Altheman; Cargnin é visto como um dos rostos da renovação da modalidade.

 

A vitória de Cargnin no templo do judô

A outra oportunidade que o Japão sediou os Jogos Olímpicos foi em 1964. Foi nessa mesma edição que o judô foi integrado às modalidades olímpicas. Diversos atletas da delegação brasileira, como Rafael “Baby” Silva do peso pesado,  comentaram sobre a honra de poder competir no berço do esporte.

Apelidado simplesmente de Budokan, a arena comporta aproximadamente 15 mil pessoas e carrega o título de centro espiritual da modalidade. Depois das Olimpíadas do Japão em 1964, o espaço passou a abrigar outras artes marciais.

A performance do Brasil está diretamente ligada ao Nippon Budokan e ao Japão. A associação vai além da tatuagem em kanji escrito “Família”, que Daniel carrega no peito. A japonesa Yoko Fujii é a primeira mulher da história a treinar a Seleção Brasileira de Judô. Ela também tem sua trajetória marcada pelo Budokan, local onde treina desde a infância. 

Daniel Cargnin abraçando a técnica Yoko Fujji [Imagem: Reprodução/Globo]
Em uma Olimpíada marcada pela pandemia e grandes possibilidades de surpresas, a vitória de Daniel Cargnin une a renovação do time brasileiro com a tradição do Budokan.

 

*Imagem de capa: Gaspar Nóbrega/COB

 

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