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Esporte e política caminham de mãos dadas

Inúmeros casos nos últimos cem anos mostram como o esporte influencia a política – e vice-versa Por Murilo Carnelosso (murilodejesus94@gmail.com) Dezesseis de outubro de 1968. Estádio Olímpico, Cidade do México. A final dos 200 metros rasos tinha um vencedor, o novo recordista mundial da prova, Tommie Smith, com 19.83 segundos. O afro-americano se encaminha ao …

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Inúmeros casos nos últimos cem anos mostram como o esporte influencia a política – e vice-versa

Por Murilo Carnelosso (murilodejesus94@gmail.com)

Dezesseis de outubro de 1968. Estádio Olímpico, Cidade do México. A final dos 200 metros rasos tinha um vencedor, o novo recordista mundial da prova, Tommie Smith, com 19.83 segundos. O afro-americano se encaminha ao pódio, acompanhado do compatriota John Carlos, medalhista de bronze, e do australiano Peter Norman. A partir deste momento, os três entravam para a história do esporte, não somente pelos seus resultados na pista de corrida, mas sim pelo gesto de rebeldia que denunciou ao mundo a política excludente e declaradamente racista dos Estados Unidos da América.
Panteras Negras
Gesto dos Panteras Negras ficou eternizado. Foto: John Dominis/Time & Life Pictures

Os dois norte-americanos adentraram o pódio olímpico descalços, calçando meias pretas. Smith tinha um lenço negro em seu pescoço. Carlos por sua vez estava com a jaqueta da seleção norte-americana aberta, para se solidarizar a todos os trabalhadores de “colarinho azul”, os que exercem trabalhos braçais. Por cima tinha um colar, que segundo ele era “para todos os que foram linchados e mortos e nunca tiveram quem rezasse por eles, para aqueles que foram jogados do barco no meio do caminho”. Assim como os dois, o australiano vice-campeão entrou com um broche do Projeto Olímpico pelos Direitos Humanos e demonstrou apoio a causa dos Panteras Negras.

Carlos havia esquecido suas luvas negras e Norman deu a ideia que cada um dos dois americanos utilizasse uma das luvas. Ao iniciar o hino nacional estadunidense, os olhos do mundo se voltaram aos negros. Era uma rara ocasião. Com os punhos para o alto e as cabeças baixas, Tommie Smith e John Carlos não precisaram de uma palavra para fazer um discurso que se eternizou através da fotografia tirada por John Dominis.

Mesmo assim, tentaram silenciá-los. Norman foi condenado ao ostracismo na Austrália, ao ser impedido de participar de outras Olimpíadas pelo próprio Comitê Olímpico do país, mesmo alcançando o desempenho necessário para tal. Quando Smith e Carlos voltaram para os EUA, foram muito criticados. A revista Time os colocou como “inimigos dos EUA” e definiu a cena como um “teatro do absurdo”. Suas famílias foram ameaçadas de morte. O presidente do Comitê Olímpico Internacional na época, Avery Brundage, disse que “aquilo era uma declaração política doméstica imprópria para um fórum apolítico e internacional como os Jogos Olímpicos”. 32 anos antes, o mesmo dirigente não disse uma palavra sobre as saudações nazistas nos estádios olímpicos em Berlim.

Para Paulo Nascimento, mestre pela Faculdade de Educação da USP e membro da Academia Olímpica Brasileira, esta visão de que o esporte deve ser despolitizado está em suas raízes aristocráticas. “Quem praticava esporte no início de sua era moderna, em meados do século XIX, era quem não trabalhava. Este ideal de olimpismo que visa o amadorismo da prática esportiva serve exatamente para tentar manter o esporte sob o controle das elites”.

Quando questionei Denaldo de Souza, professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), se os dirigentes tem medo de que os atletas participem do debate político, a resposta foi contundente: “Muito medo! Afinal você enquanto entidade governamental ou esportiva perde o controle. Os grandes mitos do esporte têm um poder de influência e de persuasão incomensurável no mundo moderno. Pena que poucos deles saibam disso”.

O negro que frustrou Hitler

Trinta e dois anos antes do ato dos Panteras Negras, um negro já havia utilizado seus resultados esportivos para confrontar os que oprimiam sua raça. Nas Olimpíadas de Berlim, em 1936, plena Alemanha nazista, o corredor afro-americano Jesse Owens conquistou quatro medalhas de ouro e fez ruir a tentativa de Adolf Hitler utilizar os jogos como uma demonstração da “superioridade da raça ariana” na qual este líder acreditava.

Jesse Owens
Jesse Owens fez história em 1936. Foto: Wikimedia Commons

No primeiro dia de competições do atletismo, Hitler subiu ao pódio apenas para cumprimentar os vencedores alemães. O Comitê Olímpico então disse ao comandante nazista que ou ele subiria ao pódio para dar as mãos a todos os vencedores ou não o faria em nenhuma ocasião. Preferiu a segunda, o que lhe poupou de ter de parabenizar Owens em quatro oportunidades naquela semana.

Entretanto, o corredor estadunidense, mesmo que tenha se eternizado como “o homem que ruiu os planos de Hitler”, sofreu com o preconceito em seu próprio país. Durante a Olimpíada de Berlim ele teve um “privilégio” que não tinha na maioria das competições nas quais defendia os Estados Unidos: viajar e ficar no mesmo hotel que os competidores brancos da delegação norte-americana.

Quando voltou aos EUA, encontrou a mesma dura realidade de antes. Ao receber uma homenagem no hotel Waldorf Astoria, um dos mais luxuosos de Nova York, pelo incrível feito conquistado em Berlim, teve de subir pelo elevador de serviço, pois o social era reservado aos brancos.

O ano de 1936 era ano de eleições presidenciais em seu país natal, e por isso Owens nunca foi convidado pelo então presidente Franklin Roosevelt para ir à Casa Branca receber alguma homenagem pelas quatro medalhas douradas em território nazista. O chefe de Estado ficou com medo de perder votos sulistas caso concedesse alguma honraria oficial a um negro. O corredor declarou certa vez: “Hitler não me esnobou, foi Roosevelt quem o fez. O presidente nunca me mandou nem sequer um telegrama”. O comandante alemão enviou a Owens um cartão comemorativo dos Jogos Olímpicos. O presidente de seu próprio país, assim como seu sucessor Harry S. Truman, não fez questão de felicita-lo pelo ato político que tinha conseguido com seu desempenho no maior evento esportivo do mundo. Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo no dia 20 de novembro de 1956, às vésperas das Olimpíadas de Melbourne, Owens comparou a Alemanha nazista e os EUA de sua época: “Depois de todas aquelas histórias sobre Hitler e como ele me esnobou, voltei para o meu país, um lugar onde eu não podia sentar na parte da frente de um ônibus. Eu tinha que ir para o fundo. Eu não podia viver no lugar que eu quisesse. Então, qual era a diferença?”

Paulo Nascimento analisa este enfoque no fato de Owens ter ganhado na terra do nazismo e o esquecimento da própria contradição que ele vivia em seu país. “Vai haver a tentativa de transmitir aquilo no que há de superficial da História, como se faz muitas vezes no esporte. Fala-se que havia o governo de Hitler e de como Jesse Owens conseguiu subverter todo o discurso nazista, mas muitos oportunamente se apropriam deste fato como se os EUA fossem uma ilha de equilíbrio entre negros e brancos”.

O eterno retorno

A relação entre esporte e política é historicamente comum. São incontáveis os casos que ocorreram durante todo o século XX. Segundo Denaldo de Souza, este cruzamento é natural. “O esporte faz parte da sociedade e, portanto, está permeado pelas contradições dessa mesma sociedade”, afirma. “Ele pode ser utilizado, num momento histórico, por um governo autoritário servindo-se dele como significante, por onde transmite mensagens ideológicas específicas. Mas também pode ser utilizado por um grupo de trabalhadores para demarcar os seus próprios limites”, completa o pesquisador.

Os Jogos Olímpicos costumam servir como catalisadores desta reação, muitas vezes explosiva. Em Sochi, na Rússia, sede das Olimpíadas de Inverno que ocorrem este ano durante o mês de fevereiro, outro capítulo desta história vem sendo escrita.

Caitlin Cahow
Caitlin Cahow é homossexual assumida e está nas Olimpíadas de Inverno. Foto: Wikimedia Commons

O presidente do país, Vladimir Putin, aprovou em junho de 2013 o artigo 6.21 do Código de Violações Legais Administrativas da Federação Russa, que ficou conhecido como “lei antigay”. Segundo a determinação, o governo pode multar pessoas que “espalhem propaganda de relações sexuais não tradicionais entre menores” com valores entre 4 mil até 1 milhão de rublos em casos que envolvam entidades jurídicas. Outra lei de 2012 também baniu eventos de orgulho gay pelos próximos 100 anos em Moscou.

Em declaração no dia 19 de janeiro, menos de 20 dias antes do início da competição, o mandatário russo deu a seguinte declaração: “Uma lei foi adotada recentemente proibindo a propaganda, não apenas da homossexualidade, mas também dos abusos sexuais a crianças. Mas não tem nada a ver com perseguir as pessoas por sua orientação sexual”. Neste raciocínio, Putin pôs a homossexualidade e a pedofilia em patamares semelhantes.

Esta posição do governo russo recebeu críticas em todo o mundo e sugestões até de boicote aos jogos. Países como os Estados Unidos, por exemplo, tem em sua delegação atletas declaradamente gays, como a jogadora de hóquei Caitlin Cahow. Ela vê os Jogos Olímpicos de Inverno como uma oportunidade para reivindicar os direitos dos homossexuais. Visão parecida tem o pesquisador Denaldo, que vê no esporte “a possibilidade de que os trabalhadores façam narrativas sobre si mesmos, e que atuem como sujeitos da História”.

A Noite de Tlatelolco

Os Jogos Olímpicos da Cidade do México de 1968 ficaram marcados pela efervescência política. Além dos punhos erguidos de Tommie Smith e John Carlos no pódio, a competição também é lembrada pelo Massacre de Tlatelolco, como ficou conhecido o ataque das forças de segurança mexicanas a jovens e trabalhadores que faziam uma manifestação dez dias antes do início dos jogos. A maioria das fontes aponta para o assassinato de 200 a 300 mexicanos naquela noite.

Monumento Plaza de las Tres Culturas
Monumento em homenagem aos mortos no massacre na Plaza de las Tres Culturas. Foto: Wikimedia Commons

Era dia 2 de outubro de 1968, quando mais de 15 mil estudantes de universidades mexicanas tomaram as ruas da capital do país. O clima político era de extrema instabilidade, a esperança de mudança ardia nos jovens que se inspiravam nas inúmeras revoltas estudantis que ocorreram durante todo o ano de 68. Em setembro o presidente Gustavo Días Ordaz Bolaños ordenou que o exército ocupasse o campus da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), que era a maior da América Latina, para tentar conter os estudantes.

Neste dia os jovens levavam consigo cravos vermelhos para simbolizar seu protesto contra a ocupação militar na UNAM. Quando a noite caiu, mais de 5 mil estudantes e trabalhadores, acompanhados de mulheres e filhos, se reuniram na Plaza de las Tres Culturas em Tlatelolco para entoar gritos de ordem para pedir liberdade.

Foi quando o exército e a polícia, equipados com carros blindados e tanques, cercaram os manifestantes e abriram fogo contra o aglomerado de pessoas indiscriminadamente. Manifestantes, crianças e curiosos, reunidos pacificamente, viraram alvo das forças de segurança mexicanas. Os soldados passaram a noite fazendo buscas nas casas e prédios próximos a praça para procurar quem havia escapado do tiroteio de mais cedo.

Testemunhas do fato afirmam que viram caminhões de lixo chegarem na praça para coletarem os corpos dos manifestantes. O governo mexicano na época afirmou que agitadores entre os manifestantes teriam atirado primeiro e a polícia teria apenas atuado em legítima defesa. O mar de corpos que foi visto desmente essa informação.

Quase 30 anos depois, em 1997, o ministro do interior do governo na época do massacre, Luís Echeverría Álvarez admitiu que os estudantes estavam desarmados e a ação policial teria sido previamente planejada para desarticular o movimento estudantil.

Para Paulo Nascimento, o medo dos organizadores do evento foi preponderante para o fato. “Em um cenário político para lá de efervescente, havia muito medo que a atividade dos estudantes prejudicasse o andamento dos Jogos. A solução mais fácil foi enviar a polícia aos protestos e assassinar estudantes”, aponta o pesquisador.

Se há alguma preocupação para que catástrofes como essa não se repitam em novas manifestações, como as que prometem ocorrer durante a Copa do Mundo no Brasil? Nascimento acredita que não. “Eu não vejo um movimento de olhar para casos como estes do passado e tentar evitá-los nestes próximos eventos. Quem sempre procura relembrar estes fatos são pesquisadores ou estudiosos que alertam sobre a possibilidade deste erro se repetir. Para os organizadores, a única preocupação deles é o dinheiro e o quanto eles conseguirão capitalizar sobre nossas vidas”.

90 milhões em ação

Os 21 anos entre 1964 e 1985 ficaram marcados no Brasil como a imagem da falta de expressão política da população e da extrema repressão do regime militar para com seus opositores. O governo brasileiro passou a controlar todas as áreas da sociedade, desde a política até a cultura. O futebol, a paixão nacional, não poderia ficar de fora das intervenções militares.

Desde os primeiros anos do regime de exceção o futebol foi utilizado como forma de expressão patriótica e instrumento de propaganda da ditadura. Para Paulo Nascimento, isso estava claro que iria acontecer. “Ponha-se no lugar deles. Estavam no governo e perceberam que o futebol é uma grande plataforma de divulgação. Qualquer um que esteja no poder vai se apropriar do futebol como uma espécie de palanque. É óbvio que se o Brasil ganhar a Copa do Mundo agora em 2014 a Dilma se utilizará deste fato para tentar se reeleger também”.

Denaldo de Souza só acrescenta que em casos de crises econômicas e institucionais graves demais, o futebol não é o suficiente para dar estabilidade a determinado regime. “O Brasil ganhou as Copas de 1962 e 2002 também, e isto não impediu que o governo João Goulart se mantivesse muito conturbado e viesse a cair após o golpe em um momento, e nem que Fernando Henrique Cardoso escapasse da crise econômica em que se encontrava o país em 2002 e perdesse a presidência para a oposição”.

Seleção 1970
Seleção que conquistou o tri em 1970. Foto: Wikimedia Commons

Durante os preparativos para a Copa do Mundo de 1966, a primeira sob o poder militar no país, a seleção brasileira chegou ao ponto de se dividir em quatro times (verde, amarelo, azul e branco) que rodaram o Brasil por pelo menos três meses disputando partidas com o intuito de levar este espírito nacionalista para todos os cantos do país e fazer destas excursões fortes instrumentos de propaganda política do regime. A preparação técnica do time foi relegada a segundo plano, e o resultado no campeonato mundial foi muito aquém do esperado.

No ano de 1969, João Havelange, presidente da CBF, colocou no cargo de treinador da seleção brasileira João Saldanha, que também era jornalista. Havia a expectativa de que assim a mídia tivesse menos interesse em criticar o time. Entretanto, o homem colocado para dirigir o mais poderoso instrumento de propaganda militar recusou-se a aceitar intervenções do governo na convocação da equipe.

O caso mais famoso é o do atacante do Atlético Mineiro na época Dadá Maravilha. O governo dirigido pelo general Garrastazu Médici queria que o ídolo do futebol mineiro também fosse convocado para agradar a população local, já que a base da seleção era composta por jogadores do Rio de Janeiro e de São Paulo. O treinador se recusou a acatar as intervenções, o que já estremeceu a sua relação com o regime.

Saldanha era também militante do PCB (Partido Comunista Brasileiro), inclusive se aproveitava das viagens internacionais para se comunicar em segredo com militantes exilados no exterior. A posição política do técnico e sua demonstração de constante autonomia amedrontaram os militares no poder à medida em que a seleção conquistava uma vitória atrás da outra. Qual seria a recepção popular com um personagem como estre levantando a taça da Copa do Mundo? Para que a propaganda não retornasse de forma negativa ao regime, João Saldanha foi retirado do cargo e Zagallo foi colocado em seu lugar. Militares foram colocados massivamente em cargos da comissão técnica e da delegação, algo que só não havia acontecido antes devido à insistência do antigo treinador em barrá-los do ambiente do time.

Meses depois a seleção foi campeã e com Dadá Maravilha entre os convocados. Instaurava-se aí o clima de euforia entre os “90 milhões em ação”, como dizia a música de Miguel Gustavo e que virou um marco da apropriação nacionalista do futebol pelos militares. Tudo o que o regime militar precisava para apaziguar os ânimos.

Ganhar ou perder, mas sempre com democracia

Na década de 80, passados os anos de repressão mais ferrenha do regime militar, surgiu um movimento único na história do futebol brasileiro. Em abril de 1982 acaba a gestão do mítico presidente do Corinthians, Vicente Matheus, e assume em seu lugar Waldemar Pires. Para o cargo de diretor de futebol do clube, o mandatário resolve colocar Adílson Monteiro Alves, um sociólogo.

A partir de então, uma revolução acontece no clube. Monteiro Alves primava por sempre ouvir os jogadores que, liderados por Sócrates, Wladimir, Casagrande e Zenon, se juntaram ao diretor para instituir a famosa Democracia Corinthiana. Jogadores, comissão técnica e dirigentes tomavam todas as decisões a partir do voto e todos os funcionários tinham peso igual na hora das decisões. Entre as decisões estavam inclusive contratações, demissões, a escalação do time, a concentração, todas baseadas no sistema de autogestão implantado no clube.

Democracia Corinthiana
Democracia Corinthiana estampada na camisa dos jogadores. Foto: Wikimedia Commons

Nos anos de 82 e 83 o Corinthians é bicampeão paulista, e quita praticamente todas suas dívidas, o que dá ainda mais publicidade ao movimento que acontecia dentro do clube. Juntamente com o publicitário Washington Olivetto, o time estampava em seus uniformes dizeres como “diretas-já” ou “eu quero votar para presidente”, isto em momentos de pressão popular cada vez maior para a instauração da democracia de volta ao país. O brigadeiro Jerônimo Bastos chegou a pedir publicamente para que o clube moderasse seus atos de cunho político que incomodavam cada vez mais os militares.

Na opinião do professor Denaldo, “o movimento não foi perfeito mas esta não é a questão central. Mais do que um modelo de gestão, a Democracia Corinthiana foi um exemplo de que era possível inovar. Às vésperas de encerrar o ciclo de governos militares, a sociedade brasileira não poderia ter tido inspiração melhor”.

Porém nos anos que se seguiram os resultados em campo pioraram, o Clube dos 13 foi criado para dar mais poder aos dirigentes dos grandes clubes brasileiros e centralizar o poder em suas figuras. Formas de gerenciamento privado de clubes começavam a proliferar na transição para o “futebol moderno” e os líderes do movimento no Corinthians começaram a se transferir para outros clubes e a Democracia Corinthiana esmoreceu, mas não sem antes deixar uma grande lição à sociedade da época, em um movimento sem precedentes no futebol brasileiro.

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