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Chuva de bronzes: judô brasileiro conquista cinco medalhas no Grand Slam de Tel Aviv

Resultados deixaram o Brasil em décimo sexto lugar do ranking geral da competição

Duas semanas após o Grand Slam de Paris, os olhos dos apaixonados por judô se voltaram para acompanhar o segundo Grand Slam do ano — o Grand Slam de Tel Aviv — em Israel, realizado entre os dias 16 e 18 de fevereiro. Com uma equipe muito parecida com a da última competição, a seleção brasileira aperfeiçoou sua performance e participou de oito disputas de medalha — cinco a mais do que na França — e conquistou cinco bronzes.

Os convocados pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) foram Natasha Ferreira (48kg), Larissa Pimenta (52kg), Maria Taba (52kg), Jéssica Pereira (57kg), Rafaela Silva (57kg), Tamires Crude (63kg), Ketleyn Quadros (63kg), Aléxia Castilhos (70kg), Luana Carvalho (70kg), Samanta Soares (78kg), Giovanna Santos (+78kg), Matheus Takaki (60kg), Gabriel Genro (66kg), Daniel Cargnin (73kg), Guilherme Schimidt (81kg), Eduardo Yudy Santos (81kg), Giovani Ferreira (90kg), Rafael Macedo (90kg), Leonardo Gonçalves (100kg), Rafael Buzacarini (100kg), João Cesarino (+100kg) e Rafael Silva (+100kg).

Primeiro dia: começam as vitórias!

O primeiro dia de combates (16) mostrou a força que a seleção brasileira trouxe já na sua estreia. Foram três disputas de terceiro lugar, com duas medalhas conquistadas. Natasha Ferreira (48kg) e Larissa Pimenta (52kg) subiram ao pódio, enquanto Rafaela Silva (57kg) ficou em quinto lugar.

Na categoria até 48kg, Natasha Ferreira fez quatro lutas para conseguir sua medalha. Na primeira disputa, venceu a italiana Francesca Milani, sétima colocada no ranking, com um ippon feito a um minuto do fim da luta. Ela já havia feito um waza-ari pouco antes disso. No combate seguinte, enfrentou Laura Martinez Abelenda, judoca da Espanha. No limite da quantidade de punições permitidas — já com dois shido —, a brasileira levou a luta para o golden score e derrotou a adversária em seu segundo ippon do dia.

A primeira derrota veio quando enfrentou a grega Tamar Malca — que ficou com a prata em Israel. Nenhuma das atletas fez qualquer pontuação, mas Natasha recebeu três punições e, por isso, levou um hansokumake. Na briga pelo terceiro lugar, a brasileira enfrentou a estadunidense Maria Celia Laborde. Na última vez em que se enfrentaram, no Grand Slam de Paris, a norte-americana levou a melhor e conseguiu um ippon em cerca de dez segundos de luta. Porém, desta vez, Natasha derrotou Maria Celia no golden score e garantiu a primeira medalha do torneio para o Brasil.

Natasha Ferreira foi a primeira medalhista do Brasil em Israel (Imagem: Reprodução/Twitter @Judo)

Depois de ser desclassificada na disputa pelo bronze na França, Larissa Pimenta deu a volta por cima e conquistou o terceiro lugar em Tel Aviv. A judoca derrotou a dona da casa Paz Kafri por um waza-ari na primeira luta, mas foi vencida pela italiana Odette Giuffrida nas quartas de final no início do golden score.

Na repescagem, a Pimentinha venceu Aleksandra Kaleta, da Polônia, com um waza-ari feito no início da luta e carregado até o final dos quatro minutos de combate. A classificação para a disputa do bronze foi conquistada — e não foi desperdiçada. Com pouco mais de dois minutos, a brasileira derrotou a alemã Mascha Ballhaus e alcançou seu melhor resultado em um Grand Slam desde o realizado em Paris em 2020 — quando também ficou em terceiro lugar.

Larissa Pimenta conquistou a medalha que ficou no quase no último Grand Slam (Imagem: Reprodução/Twitter @Judo)

Foram necessárias quatro lutas para que Rafaela Silva chegasse até sua disputa da terceira posição no pódio em Tel Aviv. A campeã olímpica dos Jogos de 2016 teve um começo duro contra a polonesa Arleta Podolak. O combate foi acirrado, com a adversária saindo na frente com um waza-ari faltando pouco menos da metade do tempo regulamentar de luta. Rafaela teve que correr atrás do prejuízo e, quando ambas as lutadoras estavam com dois shido, a brasileira conseguiu empatar e levar a o combate para o golden score. E foi no ponto de ouro que Arleta levou sua terceira punição, permitindo que Rafa avançasse.

A partir disso, Rafaela teve vitórias menos sofridas. Venceu a ucraniana Anastasiia Chyzhevska e a belga Mina Libeer por dois waza-ari cada, todos antes dos quatro minutos de combate. Contra a canadense Jessica Klimkait, porém, teve uma luta longa. Foram mais de nove minutos de disputa — quatro no tempo normal e mais de cinco no golden score — até levar três punições e ser desclassificada. Mais tarde, Klimkait tornou-se a campeã do torneio.

Na tentativa de conseguir uma medalha, a brasileira enfrentou Timna Nelson Levy, de Israel. Nos quatro minutos iniciais, Rafaela tinha vantagem: possuía uma punição a menos que sua adversária. No entanto, lutando no próprio país, Timna teve fôlego para segurar a luta até que a judoca do Brasil levasse dois shido por falso ataque e perdesse o combate — e a chance do bronze.

Segundo dia: Cargnin outra vez

O segundo dia de combates, realizado no dia 17, veio para adicionar mais uma conquista na sequência de bons resultados que vem fazendo o atleta Daniel Cargnin (73kg). Vice-campeão do Grand Slam de Paris, o judoca mais uma vez disputou medalha em uma grande competição internacional — desta vez, um bronze.

Em sua estreia em Tel Aviv, Cargnin enfrentou o tcheco Khusniddin Karimov. Com um maior volume de ataques durante a luta, o brasileiro fez com que seu adversário levasse três punições pelo mesmo motivo — falta de combatividade — e fosse desclassificado. Na segunda disputa, o mesmo: o mongol Erdenebayar Batzaya também tomou três shido e levou um hansokumake.

A primeira derrota veio nas quartas, contra o cubano Magdiel Estrada. Apesar de estar em vantagem por ter um shido a menos que Estrada, Cargnin levou um waza-ari no segundo minuto do golden score. Restava ao brasileiro tentar avançar na repescagem, na qual enfrentou o atleta do Canadá Arthur Margelidon. Na última vez em que tinham se encontrado, no Grand Slam de Paris, Daniel havia levado a melhor e vencido a semifinal por um waza-ari. Em Israel, não foi diferente. Um waza-ari no golden score levou nosso medalhista olímpico para mais uma disputa de medalha.

Para conquistar o bronze, Cargnin teve que encarar outro mongol: agora, o judoca Tsogtbaatar Tsend-Ochir. Foram precisos pouco menos de três minutos. O adversário recebeu três punições, sendo duas delas por falta de combatividade. Daniel pôde, novamente, subir ao pódio.

Daniel Cargnin no pódio do segundo dia do Grand Slam de Tel Aviv (Imagem: Reprodução/Twitter @Judo)

Terceiro dia: com chave de bronze

O último dia de torneio foi, de longe, o mais proveitoso para a seleção brasileira. Um total de quatro medalhas foram disputadas para fechar a competição com chave de ouro — ou melhor, de bronze. Dois bronzes. Leonardo Gonçalves (100kg) e Rafael Silva (+100kg) subiram ao pódio de Tel Aviv. Já Rafael Macedo (90kg) e João Cesarino (100kg) ficaram com o quinto lugar.

Em sua estreia no campeonato, Leonardo Gonçalves teve uma vitória rápida. Apenas quatro segundos após levar um shido por falta de combatividade, ele derrotou por ippon o húngaro Zsombor Veg — o combate não chegou a durar dois minutos. Na luta seguinte, contra Varlam Liparteliani, da Geórgia, ganhou também de ippon na reta final da disputa. Nas quartas, contra o holandês Michael Korrel — vencedor do Grand Slam de Paris — , foi desclassificado após tomar três punições.

Na repescagem, Gonçalves ganhou sem lutar. No judô, é o que se chama de fusen gachi — uma vitória sem oponente. O português Jorge Fonseca, que seria seu adversário, desistiu de lutar depois de receber uma chave de braço no combate anterior. Leonardo estava direto na disputa do bronze, na qual venceu o Gennaro Pirelli, italiano, por ippon com somente 47 segundos. Esse terceiro lugar foi o melhor resultado de Gonçalves em um Grand Slam.

Leonardo Gonçalves fez por merecer seu melhor desempenho em uma edição do Grand Slam (Imagem: Reprodução/Twitter @Judo)

Rafael Silva, o Baby, iniciou a competição vencendo o polonês Kacper Szczurowski, alcançando o ippon quase ao fim do combate. Depois, com um waza-ari feito quase no zerar do cronômetro, ganhou de Yevheniy Balyevskyy, da Ucrânia. Em seguida, na semifinal, foi derrotado pelo atleta do Azerbaijão Ushangi Kokauri com pouco mais de um minuto de luta e partiu direto para a disputa do bronze. 

A medalha veio com uma vitória em cima do sul-coreano Jaegu Youn. O adversário de Baby foi levando punições ao longo do combate, até receber o terceiro shido — por falta de combatividade — aos três minutos e doze segundos. O resultado de Rafael Silva representa uma boa recuperação desde o Grand Slam disputado em Paris, em que sofreu uma derrota relâmpago na estreia.

Após ser derrotado rapidamente no último Grand Slam, Rafael Silva deu a volta por cima e conseguiu o bronze em Tel Aviv (Imagem: Reprodução/Twitter @Judo)

Após vencer duas lutas, cair nas quartas contra o húngaro Krisztian Toth e ganhar a repescagem, Rafael Macedo não conseguiu superar Mammadali Mehdiyev, do Azerbaijão, e voltou para casa sem o bronze. Por sua vez, João Cesarino chegou às semifinais, nas quais foi derrotado pelo mongol Tsetsentsengel Odkhuu. Na tentativa de conquistar o terceiro lugar, perdeu o combate contra o francês Emre Sanal.

O próximo desafio da seleção brasileira no Circuito Mundial da Federação Internacional de Judô será o Grand Slam de Tashkent, no Uzbequistão, que acontecerá do dia 3 ao 5 de março. Além dele, acontecerão mais dois Grand Slam até o Mundial em Doha, em maio.

Imagem de capa: Divulgação/Federação Internacional de Judô

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