Jornalismo Júnior

logo da Jornalismo Júnior
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

‘Entre Mulheres’: fé e direitos colidem em um tocante diálogo

Com um roteiro maravilhosamente escrito, 'Entre Mulheres' grita com seu silêncio e toca com sua poesia

Entre Mulheres (Women Talking, 2022), é um delicado diálogo entre fortes emoções. O filme, dirigido por Sarah Polley, traz um ar fresco para o cinema com a profundidade de suas palavras e a simplicidade do enredo. Enquanto se propõe a lutar sem violência, o longa abre as portas da dor, em suas diversas reações, em uma conversa entre mulheres sobre a fé.

Impressionando com a força de palavras e interpretações, o longa não pede muito para entregar uma história tocante. Com roteiro adaptado do livro de mesmo nome, a história gira em torno de uma conversa entre mulheres de uma colônia religiosa, que se reúnem para decidir se vão ficar onde estão e lutar contra os homens, que constantemente abusavam de todas as meninas, mulheres e idosas na colônia, se não vão fazer nada, ou se vão embora para deixar para trás a violência com a qual conviviam e encarar o desconhecido.

Em apenas 24 horas, elas precisam tomar a decisão, o que torna o diálogo instigante em suas decisões e contradições. Com falas extremamente inteligentes, a conversa é enriquecida com reflexões sobre a religião e os direitos das mulheres. O roteiro contorna delicadamente a raiva com a dúvida e a dor, revelando verdades sufocadas em sua poesia e ganhando força com diferentes reações nas interpretações de tirar o fôlego. Enquanto algumas mulheres, como Ona (Rooney Mara), refletem calmamente sobre a decisão, outras, como Mariche (Jessie Buckley), se expressam com negação e fúria.

Salome (Claire Foy), uma das mulheres na conversa, com sua filha de quatro anos no colo
Salome (Claire Foy), uma das mulheres na conversa, com sua filha de quatro anos, também vítima da violência dos homens da colônia [Imagem: Divulgação/Universal Pictures].

As performances se complementam e todas as atrizes brilham em seus papéis sem ofuscar ninguém. Com um balanço que surpreende com a precisão, mulheres de todas as idades ganham voz na conversa, desde meninas, como Autje (Kate Hallet), até idosas, como Greta (Sheila McCarthy). Para esclarecer que nem todos os homens seriam iguais, o longa ainda conta com a presença de August (Ben Whishaw), que apoia e escuta as mulheres conversando. Todas elas conhecem a mesma dor e compartilham os mesmos princípios cristãos, tornando as falas da conversa uma crescente lição sobre o lugar das mulheres na fé. 

Com uma trilha sonora delicada e tocante, o filme cresce em seu pouco tempo de tela, apenas 1h40, como uma mensagem de esperança e liberdade em meio à sua fotografia cinzenta. Uma história profunda em sua simplicidade, a obra clareia a visão entre o conhecido e o desconhecido, entre a dor e a perda, entre a descrença e a fé, entre mulheres. Com duas indicações ao Oscar, de Melhor Filme e Melhor Roteiro Adaptado, o filme promete agradar qualquer um que procure uma história sensível em uma era de super produções no cinema.

O filme já está em cartaz nos cinemas. Confira o trailer:

*Imagem de capa: Reprodução/Universal Pictures

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima