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Violência nossa de cada dia

Saulo Yassuda “Cidade de Deus” e “Tropa de Elite” são dois filmes da safra recente dos nacionais que mostram a pobreza urbana. Se eles são abrangentes e abordam uma questão social vista como um todo, “Última Parada 174”, filme de Bruno Barreto, que estréia hoje nos cinemas, parece abordar uma mesma questão social vista na …

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Saulo Yassuda

“Cidade de Deus” e “Tropa de Elite” são dois filmes da safra recente dos nacionais que mostram a pobreza urbana. Se eles são abrangentes e abordam uma questão social vista como um todo, “Última Parada 174”, filme de Bruno Barreto, que estréia hoje nos cinemas, parece abordar uma mesma questão social vista na pele de um personagem – Sandro (Michel Gomes) – e não num “apanhado geral”.

A temática não é nova no cinema brasileiro, e a tendência, pelo que parece, é que continue sendo freqüente na safra de filmes nacionais. Um sinal disso é a escolha do governo para que o filme seja o representante do Brasil nas disputas pelo Oscar. Segundo o próprio diretor, os festivais internacionais têm valorizado essa temática da pobreza – “é o que se espera do Brasil”, disse, em exibição fechada do filme.

A idéia de fazer o longa veio depois de Barreto ter assistido ao documentário de José Padilha, “Ônibus 174”, sobre o famoso caso do seqüestro de um ônibus no Rio de Janeiro por um jovem (Sandro). Barreto disse ter ficado muito impactado ao ver o documentário e muitas perguntas teriam surgido em sua mente. E é no longa ficcional, baseado em fatos da vida de Sandro, que o diretor tenta respondê-las. Segundo ele, “a ficção tem a necessidade de ser muito mais verossímil que a realidade”.

Em “Última Parada 174” podemos ver uma série de fatos infelizes acontecerem na vida de Sandro, que, passa, entre drogas e delitos, passa o filme em busca da mãe, em direção à catarse final: o seqüestro do ônibus. Cenas de violência, que impactam, permeiam o longa, o que fez com que ele fosse, da carreira de Barreto, o mais difícil de conseguir financiamento.

O diretor afirmou que tentou revelar a “condição humana” e não “social” no filme. Apesar disso, “Última Parada 174” parece cambalear entre essa história mais humana (da procura de uma mãe pelo filho e de um filho pela mãe) e mais social (a condição de miséria em que vive o protagonista) – ainda que não dê para fazer uma separação clara entre essas vertentes.

Os atores têm boa atuação, com o protagonista, Michel Gomes, que trabalhou em “Cidade de Deus”. Gomes tem uma atuação bastante verossímil, sobretudo em suas falas, com gírias da periferia e trejeitos que convencem e tem boa consonância com a atriz , que faz personagem por quem Sandro se apaixona – e expõe seu lado mais “humano”.

O roteiro do filme é de Bráulio Mantovani, que já trabalhou na escrita de “Cidade de Deus”, “Tropa de Elite” e “Linha de Passe” – filmes da mesma temática do longa de Barreto. Apesar disso, “Última Parada 174” não mostra o primor do roteiro dos “colegas”. Falta novidade no longa, que seria só mais um filme de pobreza urbana não fossem os fatos reais nos quais é baseado. “Última Parada 174” serve, talvez, para fazer com que o público se acostume cada vez mais com a violência urbana.

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