Seja por meio dos que dizem que livros impressos estão com seus dias contados ou por aqueles que insistem que precisam ter uma cópia física dos seus romances favoritos, todos nós já nos deparamos com a batalha entre livros e e-books. Aqui, ao invés de defender um só com unhas e dentes devido a um apego emocional, vamos analisar o que exatamente se ganha (e perde) ao escolher cada um:
Preço
De início, um e-reader – aparelho necessário para a leitura confortável de e-books – é bem mais caro do que um livro comum: enquanto estes saem em torno de 30 reais, as três opções mais em conta de e-reader disponíveis no Brasil – o Kindle, da Amazon; Lev, da Saraiva; e Kobo, revendido pela Livraria Cultura – custam R$ 300.
Se você pensar a longo prazo, no entanto, levando em conta a quantidade de livros gratuitos disponíveis e a tendência de e-books a serem mais baratos que suas versões físicas, o e-reader ganha disparado – sua memória suporta cerca de 4.000 livros. Apesar dessa vantagem beneficiar a todos, é importante ressaltar que quem mais ganha são leitores particularmente ávidos e aqueles que têm bom domínio do inglês, uma vez que a maior parte dos e-books gratuitos que encontramos pela internet estão nesta língua.
Praticidade
Novamente, ponto óbvio para o e-reader, que pesa os mesmos 200 gramas, quer você esteja lendo Guerra e Paz ou um artigo de 10 páginas em pdf, e provavelmente também ocupa menos espaço na sua mochila. O único ponto negativo é que e-readers contam como eletrônicos, devendo ser desligados durante vôos.
Agora, um ponto que também cabe a esta categoria e dá pontos para os livros físicos: sabe quando você está lendo uma história cheia de nomes e acontecimentos e precisa voltar a determinado capítulo para entender o que está acontecendo? É infinitamente mais fácil fazer a ida e volta com as mãos no papel do que pelas teclas ou pela tela do e-reader. Este te permite consultar seus trechos grifados de todos os livros com bastante facilidade, mas ainda sim, não é a mesma coisa.
Acessibilidade
De início, dá pra pensar que e-books ganham por estarem disponíveis na internet em enormes quantidades, a todo momento. Mas livros físicos ainda são os que mais encontramos na nossa casa, na da nossa avó, na dos nossos amigos, em bibliotecas… Na prática, já temos um acervo extenso à nossa disposição. Claro, não chega aos milhares de livros em fácil acesso na internet, mas ainda é bastante coisa. Sem falar que muitos livros mais antigos não possuem versões digitais.
Num outro sentido da palavra “acessibilidade”, ponto pros e-readers: tanto o tamanho quanto o estilo e o espaçamento entre as linhas são customizáveis, adaptando o livro às necessidades visuais do leitor.
Leitura em línguas estrangeiras
E-books em outros idiomas, como inglês, espanhol e francês, também tendem a ser mais baratos que suas versões físicas – diferença de preço especialmente relevante devido ao custo mais elevado de livros importados. A versão digital do sexto volume de Harry Potter em inglês, por exemplo, custa em torno 24 reais na Amazon, e R$ 115 em sua edição física.
Além disso, os e-readers também contam com dicionários embutidos, listando a definição de uma determinada palavra mediante um clique em cima dela, algo que facilita muito a compreensão (até de livros em português, em alguns casos) e auxilia no aprendizado de uma nova língua.
Disponibilidade
Apesar dos e-books serem mais leves e caberem mais facilmente em qualquer bolsa, eles tem o empecilho de dependerem de uma bateria – que pode durar bastante, mas eventualmente acaba. Um livro talvez seja mais vulnerável a líquidos, mas “funciona” sempre.
Como alguém que utiliza ambos, é nisso que eu acredito: quanto mais meios de ler, melhor. Um livro continua sendo um presente possivelmente mais especial, por ter uma dimensão estética – quem nunca quis comprar uma edição diferente de um livro antigo só por causa de uma capa maravilhosa? – mas e-books nos fazem encarar um livro pelo que ele realmente é: um conjunto de palavras que compoem uma história. Por motivos ambientais, talvez eles realmente sejam o futuro, como seus defensores gostam de dizer. Mas por enquanto, ainda podemos aproveitar os dois.
Por Bárbara Reis
barbara.rrreis@gmail.com