Ei, você! Isso, você mesmo. Onde é que está me lendo? O que foi? Não entendeu a pergunta? É simples. Quero saber por onde é que você está lendo este texto. É um mobile, um computador, um netbook ou um tablet? Sim, porque para conseguir visualizar este blog é imprescindível fazer uso de algum destes meios.
Mas tudo bem, afinal, consumir o material de blogs e sites a partir de gadgets é mais do que normal, mas e os livros? Ah, não. Prefiro sentir as páginas e cheiro de velho. Ok, saudosismos à parte, é um fato que a migração dos textos de livros para estas novas formas se torna cada vez mais frequente e acessível graças a chegada ao país da americana Amazon.com.br, o que faz do e-book uma opção.
Nos Estados Unidos, a Amazon já oferece o Kindle desde 2007 e surpreendeu desde o início com a oferta de grandes livros em inglês a preços inferiores à dez dólares. Parcerias e negociações levaram editoras a fecharem contratos com a loja de departamentos online para não ficarem “de fora” desta nova onda. Até jornais tradicionais como The New York Times têm versões online disponíveis para assinatura que chegam diariamente ao aparelinho via WiFi ou 3G.
O gadget americano já foi lançado em várias gerações. Com e sem teclado, touch screen ou com botões, e trouxe recentemente ao Brasil uma versão Paperwhite (diferente do tom acinzentado das outras versões e com iluminação própria). Os leitores de plástico com telas de pouco menos de dez polegadas e tecnologia e-ink (tela que imita uma página impressa) são vendidos por preços baixos e agradam o consumidor. Na América do Norte, inclusive, é possível comprar um aparelho pelo preço de duas cópias de qualquer livro em sua versão “capa-dura”.
Para acender a concorrência, o canadense Kobo chega ao país pelas mãos da Livraria Cultura – é evidente que outras marcas tanto estrangeiras quanto nacionais, como a Positivo, vieram com seus aparelhos; entretanto os que mais conseguem se tornar uma opção acessível são os dois citados – que em pouco alterou a posição deste mercado até agora estagnado por impraticáveis preços de capas livros digitais. A Amazon.com.br, por outro lado, já oferece livros de qualidade a preços promocionais.
Segundo o designer editorial – e consumidor de eBooks – Esper Leon, os altos preços de capa dos digitais “envolvem interesses diversos do mercado editorial brasileiro. As editoras têm tentado utilizar um padrão de 70% do valor de capa dos impressos para os digitais. Contudo, principalmente com a chegada da Amazon.com ao Brasil, é possível que esse quadro se altere com o acirramento da concorrência”.
Mas qual leitor é o melhor? Ainda em conversa com o designer, foi possível apreender que em relação ao conforto de leitura, ambos são batante equivalentes. Entretanto, a escolha deve ser pautada pelo que oferece maior oferta e menores preços dos títulos. “O Kindle trabalha com um formato proprietário de arquivo, o que obriga o usuário à compra de títulos apenas a partir da Amazon.com, impondo seus preços. Já o Kobo trabalha com .epub, formato adotado como padrão para livros digitais, conferindo maior liberdade de escolha, sujeito a preços melhores, pela competição natural do mercado”.
Que tal então parar com o preconceito para os digitais e aproveitar a diminuição dos preços para começar ler alguns eBooks? Esper deixa algumas recomendaçõede leitura já que felizmente, a quantidade de títulos digitais oferecidos pelo mercado livreiro tem aumentado significativamente nos últimos meses. “Minhas duas últimas aquisições digitais foram ‘Uma breve história do conhecimento’, Charles Van Doren (Casa da Palavra) e ‘Bom dia para nascer’, Otto Lara Resende (Companhia das Letras). Recomendo ambos”.
por Fabio Manzano
frmanzano1@gmail.com
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