Marcus D’Almeida fez história nessa madrugada (28). O brasileiro, de apenas 23 anos, se classificou para as oitavas de final da modalidade de Tiro com Arco individual, algo inédito para a categoria masculina.
O jovem já havia obtido excelentes resultados em sua carreira. Medalhista de ouro nos Jogos Sulamericanos de 2014, nas categorias individual e por equipes, o que rendeu o título de segundo melhor arqueiro do mundo. Além disso, teve excelentes desempenhos nos Jogos Pan-americanos.
Em Toronto 2015, o atleta conquistou a medalha de bronze por equipes, competindo ao lado de Daniel Xavier e Bernardo Oliveira. Já em Lima 2019, perdeu a final para Crispin Duenas, ficando com a medalha de prata.
Um jovem promissor e talentoso, que em 2016 ainda teve a honra de competir a Olimpíada em sua casa, o Rio de Janeiro. Entretanto, acabou eliminado na primeira rodada nas duas categorias: por equipes e individual. Mas ainda assim, mostrou força na competição.
Para Tóquio 2020, Marcus chegou embalado. Em março, após a conquista da medalha de ouro do Campeonato Pan-americano de Tiro com Arco, disputado por equipes ao lado de Marcelo Costa e Bernardo Oliveira.
Mas nos Jogos Olímpicos o início não foi dos melhores. Os excelentes resultados do início do ano vieram seguidos de um desempenho mediano.
Ainda que esses altos e baixos sejam algo normal, ainda mais para a sua idade, o resultado prejudicou o atleta e a equipe do Brasil.
Na fase classificatória, cada arqueiro realiza 12 séries de seis tiros cada. Marquinhos, como é conhecido, ficou na 40ª posição, com 651 pontos. Somado com o desempenho de Ane Marcelle, sua parceira na disputa por equipes mista, o Brasil terminou com 1287, na 20ª posição, dez pontos a menos que Bangladesh, que ficou com a última vaga.
“Só existe uma coisa que podemos fazer com o passado: é aprender”. Com essa declaração nas suas redes sociais, Marcus se mostrava abatido com os primeiros resultados, mas focado para o restante da competição. Ainda que não tenha obtido a melhor classificação possível, o atleta terminou sua declaração com impacto: “Vou forte para esses combates”.
E ele cumpriu com sua palavra. Para a primeira disputa da noite, na trigésima-segundas de final, o adversário foi Patrick Huston, jovem atleta britânico, em sua segunda Olimpíada da carreira. Em quatro sets, com parciais de 24-24, 27-24, 27-20 e 27-25, o brasileiro mostrou superioridade durante toda a disputa e se classificou com um 7 a 1.
Para a décima-sextas de final, seu adversário seria Sjef van den Berg. O holandês, de 26 anos, teve um quarto lugar no Rio 2016, e era amplo favorito para a disputa com o brasileiro.
O foco e a determinação do arqueiro se mostraram presentes mais uma vez. Repetindo o 7 a 1 da fase anterior, Marquinhos não tomou conhecimento de van den Berg, apesar da experiência — num curto espaço de tempo — que o holandês possuí no cenário competitivo.
Com parciais de 27-27, 29-26, 28-27 e 26-24, Marcus conquistava assim sua classificação inédita para as oitavas de final, repetindo o feito de sua parceira, Ane Marcelle, em 2016.
🇧🇷7×1 🇳🇱(de novo!)
Marcus D´Almeida repete o placar e avança para as oitavas de final do 🏹
Resultado histórico para a modalidade!
📸Jonne Roriz/ COB pic.twitter.com/c5VB15rONV
— Time Brasil (@timebrasil) July 28, 2021
Nessa próxima fase, o arqueiro enfrentará o seu adversário mais difícil até aqui, sexta-feira, às 21h30, horário de Brasília, Mauro Nespoli, medalha de ouro em Londres 2012, faz uma competição semelhante à de Marcus D’Almeida: após uma fase classificatória mediana, segue sem sustos no mata-mata.
Apesar dos obstáculos, o desempenho que o atleta mostrou até aqui permite sonhar com as quartas de final inédita. E como o próprio afirmou, “todo dia uma nova oportunidade para sermos melhores que ontem, estou focado”.
*Imagem de capa: Marcus D’Almeida competindo em Tóquio 2020. [Imagem: Reprodução/Twitter @timebrasil]