Depois de enfrentar Alemanha e Costa do Marfim, o Brasil voltou a campo para seu último jogo na fase de grupos da Olimpíada de Tóquio. E como se esperava, seria aquele que o Brasil teria mais dificuldades.
Segundo palavras do próprio técnico André Jardine, a Arábia Saudita era uma das seleções mais organizadas da competição, mesmo sem grandes nomes e destaques individuais no elenco. Mas a transição e a força defensiva sauditas eram preocupações da seleção brasileira e sua comissão técnica.
Além da entrada de Matheus Henrique, por conta da expulsão de Douglas Luiz no último jogo, algumas mudanças táticas foram promovidas para tentar furar o bloqueio imposto pela Arábia Saudita.
O mesmo Brasil de sempre
Os primeiros movimentos da partida mostraram que algumas mudanças deveriam ser realizadas. A linha de cinco montada pela defesa da Arábia Saudita anulou qualquer tentativa de ataque brasileiro pelo meio da área.
Além da entrada de Matheus Henrique, por conta da expulsão de Douglas Luiz no último jogo, outras alterações táticas foram promovidas para tentar furar o bloqueio imposto pela Arábia Saudita.
Uma das soluções pensadas foi explorar lançamentos vindos da defesa, utilizando das velocidades de Richarlison e Matheus Cunha, referências no ataque.
Outra foi de alongar o campo, passando a jogar basicamente pelas pontas, principalmente pelo lado esquerdo. Claudinho, meio campo de origem, foi colocado ao lado de Arana, que já haviam sido testados dessa forma na partida contra a Costa do Marfim.
Ainda assim, sem criatividade para quebrar a linha defensiva saudita, a Seleção ficou refém das jogadas aéreas, mas conseguiu chegar, por meio de um cruzamento, em seu primeiro gol.
Após escanteio cobrado por Claudinho, Matheus Cunha, que tinha desperdiçado algumas oportunidades nos primeiros jogos, acabou com o seu jejum na Olimpíada.
Sem o controle da partida e com uma partida discreta de Antony, que permaneceu recuado durante o ataque, a ponta direita brasileira foi pouco utilizada no primeiro tempo como válvula de escape brasileira.
Alterações precisas e a volta de Richarlison
Com o empate, o momento exigiu mudanças por parte de Jardine. Direto do intervalo, Malcom entrou no lugar de Antony, e alterou completamente a mentalidade da equipe, e foi essencial para a vitória
Com mais volume pela ponta direita, confundindo a defesa saudita, o Brasil passou a ter mais liberdade de criação pelo meio campo. Nesse quesito, destacou-se a atuação de Bruno Guimarães, que controlou o setor no segundo tempo.
O time melhorou ainda mais após a entrada de Reinier no lugar de Claudinho. O meia, utlizado pela esquerda, não conseguiu ter liberdade de criação, ideal para que ele consiga atingir todo o seu potencial.
Com essa alteração, Richarlison deixou de ser referência junto ao Matheus Cunha, passando a ocupar a ponta esquerda, que ele tem mais destaque. E Reinier, a dividir o centro da área com Matheus Cunha.
Com a velocidade de Malcom, o suporte de Daniel Alves pelo meio e o pivô de Reinier, era questão de tempo para o Brasil marcar o seu segundo gol. E ele veio em menos de 5 minutos com essa formação.
Em jogada aérea, Bruno Guimarães encontrou Richarlison para voltar a marcar, após uma partida em branco, e tirando a pressão do time.
Com isso, a seleção brasileira garantiu o primeiro lugar do grupo D. Com altos e baixos, o time concluiu essa fase com confiança. Após boa atuação no segundo tempo e, principalmente, dos reservas que foram responsáveis um gol e duas assistências até aqui.
Após a definição do grupo C, as atenções agora se voltam para o Egito, sábado (31), às 7 horas, horário de Brasília.
*Imagem de capa: Disputa de bola entre Guilherme Arana e Al Hamdan [Imagem: Reprodução/Twitter @Espn_Brasil]