Márcia Scapaticio
Philippe Petit é a estrela do documentário “O equilibrista”, vencedor do Oscar deste ano. Petit narra sua trajetória de vida, a qual tem como ápice a tentativa bem sucedida de se equilibrar entre as torres do World Trade Center, naquela época, os prédios mais altos do mundo.
O episódio aconteceu numa manhã de sete de agosto de 1974 e a realização desta obra cinematográfica foi uma oportunidade para Petit reviver seu grande feito. Toda estruturação da história é de autoria do Equilibrista, que possui a voz no documentário e direciona o pensamento do espectador; um ambiente mágico é criado, querendo demonstrar o papel e a relevância da concretização de um sonho.
O diretor James Marsh utiliza a estrutura clássica de construção documental, fazendo uso de depoimentos de pessoas envolvidas ou que acompanharam essa aventura – Petit recebeu ajuda de amigos e da namorada -, contudo, há cenas dramatizadas com a intervenção de atores que revivem os momentos mais tensos ou engraçados deste episódio, tal recurso possibilitou uma identificação maior com espectador, devido à beleza estética e formal obtida, além de reforçar a grandeza do ato de Petit.
O “crime artístico” do Equilibrista demonstra a força da determinação humana. Apesar das torres gêmeas serem lembradas pelo atentado de 11 de setembro de 2001 o documentário produzido pela BBC e Discovery se mostra forte o suficiente para ficar na lembrança. A reconstituição do sonho real de Petit é uma bela obra cinematográfica, seu ato mostra o extraordinário feito de um homem comum, por isso recebeu o Oscar e merece ser visto.