por Bruna Nobrega
brunadenobrega@gmail.com
Imagine a cena: executivo de muito sucesso que dá mais valor ao trabalho do que à família, sócio invejoso que quer roubar toda a sua fortuna, ex-esposa que reclama de tudo, esposa atual que quer se divorciar por se sentir sozinha demais, filho que só quer o reconhecimento do pai e filha que, no dia do seu aniversário, só quer um pouco mais de atenção… e um gato.
Virei um Gato (Nine Lives, 2016) segue exatamente por essa linha de personagens clichês e enredo que se desenvolve, literalmente, pelo título do filme: o pai e executivo de sucesso, Tom Brand, passa a viver sob a perspectiva de um gato (através de um processo que envolve o cara assustador e misterioso que qualquer pessoa perceberia que tem outras intenções, menos o protagonista).
A partir daí, Tom precisa passar por uma jornada emocional para perceber porque isso aconteceu justo com ele e o que ele precisa fazer para voltar a ser humano. Uma típica história de redenção – que todos sabemos como termina.
Apesar do roteiro previsível, o filme ainda consegue apresentar algumas cenas cômicas que distraem o espectador, principalmente nas cenas em que o executivo precisa aprender a se comportar como animal, desde a dificuldade com as patas e a comida de aspecto nojento que ele precisa comer até, claro, a perseguição cão e gato.
Entretanto, há um esforço evidente em querer transformar todos os momentos em comédia. Assim, cenas que poderiam ter mais destaque acabam ficando cansativas e cenas sérias – como as referentes ao amor familiar – perdem sua importância.
Outro detalhe importante fica por conta dos efeitos especiais durante a tentativa falha de dar expressões humanas ao animal. O gato fica com uma aparência de desenho animado, tornando toda a situação ainda mais forçada e irreal.
Apesar dos defeitos, Virei um Gato ainda deve garantir algumas risadas para quem
for ao cinema a partir do dia 8 de setembro. Confira o trailer!