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Austrália e Nova Zelândia 2023 | Dominante, Espanha justifica favoritismo e marca três em estreia contra costarriquenhas

Mesmo com melhor do mundo no banco por grande parte do jogo, qualidade e entrosamento do elenco levou La Roja à vitória em estreia no mundial

A ansiedade pelo jogo entre Espanha e Costa Rica estava grande. Não era à toa: sexta no ranking da Fifa, a seleção espanhola é uma das favoritas ao título da Copa do Mundo Feminina e é também a equipe que tem em seu elenco a melhor jogadora do planeta — Alexia Putellas, craque do Barcelona e última vencedora da Bola de Ouro e do prêmio The Best.

No entanto, a primeira partida pelo grupo C, ocorrida às 4h30, no horário de Brasília, nesta sexta-feira, surpreendeu. Em recuperação de lesão no joelho, Putellas entrou só aos 77’. A ausência da atleta, porém, não foi impeditivo para que La Roja dominasse completamente em campo — em uma atuação que prova que o favoritismo que elas detém não é infundado.

Quem são as adversárias?

Apesar dos problemas recentes com o técnico Jorge Vilda — no ano passado, 15 jogadoras pediram pela demissão do treinador —, a Espanha continua como uma das favoritas da competição. Ainda que não tenha títulos com o time principal nos últimos anos, La Roja conquistou os últimos torneios sub-17 e sub-20, mostrando o poder de sua base e também de seu futuro no cenário do futebol feminino.

Já a Costa Rica apresenta pouca experiência com Copas do Mundo: Austrália e Nova Zelândia 2023 é somente a segunda edição que conta com a participação das costarriquenhas. Na estreia em mundiais, em 2015, caíram na fase de grupos. Na última competição disputada — o Campeonato da CONCACAF de 2022 —, a Costa Rica chegou a disputar o terceiro lugar, mas foi derrotada pela Jamaica. 

Escalações

A Espanha de Jorge Vilda iniciou o jogo em um 4-2-3-1 com a goleira María Rodríguez; Ona Battle, Irene Hernandez, a capitã Ivana e Olga Carmona na parte de trás; Aitana Bonmatí e Teresa Abelleira; Athenea, Jenni Hermoso e Paralluelo; e Esther Gonzalez mais à frente.

As costarriquenhas, por sua vez, iniciaram com um 3-4-3. Amelia Valverde escalou Solera no gol; Valeria del Campo, Benavides e Fabiola Villalobos na defesa; Elizondo, Gloriana Villalobos, Alvarado e Coto mais ao meio; e Chinchilla, Salas e Herrera no ataque.

Primeiro tempo: domínio espanhol

Após o apito de Ramina Tsoi, a seleção espanhola não perdeu tempo. Logo no primeiro minuto, Olga Carmona jogou a bola muito para a frente, no lado costarriquenho — o que, efetivamente, não apresentou qualquer tipo de resultado, mas ajudou as espanholas a se postarem inteiramente no campo adversário, onde permaneceram pela maior parte da primeira etapa.

Já aos 3’, as espanholas exploraram ambos os lados do campo para chegar pela primeira vez à grande área de Solera, mas Paralluelo não conseguiu dominar bem. As europeias continuaram atacando, mas sem finalizar.

Não foram muitas as chances da Costa Rica de realmente pontuar no jogo, mas as oportunidades escassas ofereceram perigo às espanholas. Aos 10’, após cobrança de tiro de meta, Salas conseguiu finalmente passar a linha de meio de campo e, apesar da chuva, correu mais do que a defesa adversária, finalizando à esquerda do gol de María Rodríguez.

A Espanha ainda chegou várias vezes próxima da meta costarriquenha. Depois de, aos 7’ e aos 9’, Bonmatí e Gonzalez, respectivamente, finalizarem para fora, aos 11’, após cobrança de escanteio de Teresa, Ivana cabeceou no meio — para grande defesa de Solera.

Fosse com as várias cobranças de bola parada — por causa dos muitos escanteios —, ou com as belas jogadas construídas com todo o elenco, a Espanha ia mostrando sua qualidade técnica. Chegando várias vezes na cara do gol, parecia que faltava um pouco de sorte, um tanto de detalhe, uma jogadora mais adiantada, para as espanholas finalmente abrirem o placar.

Só aos 21’ que a sorte veio — e por pés adversários. González, tendo recebido a bola na esquerda, cruzou. Mas o chute encontrou Valeria del Campo que, na tentativa de cortar e afastar o perigo, mandou contra a própria meta. O 1 a 0 espanhol, que veio por uma pequena infelicidade, desestabilizou Costa Rica. 

Com o emocional abalado, a defesa de Costa Rica passou a falhar mais. Aos 23’, Bonmatí fez o dela. Foi Castillo quem deu a assistência para a camisa 6, que estava no meio da área. Depois de mais defesas de Rosela, o terceiro gol veio aos 27’, assinado por González.

Pouco mais tarde, aos 32’, Olga Carmona foi derrubada na área pela 20 costarriquenha. Pênalti marcado — apesar de ter gerado certa dúvida. Na cobrança, Jennifer Hermoso, a 10 espanhola, chutou fraco no meio e a goleira espalmou, salvando sua equipe mais uma vez. Os minutos seguintes decorreram com mais tentativas de gol espanholas, sem mais sucesso. 3 a 0 no fim da primeira etapa.

Segundo tempo: desaceleração

No início do segundo tempo, a Espanha parecia não dar trégua e veio com o mesmo ritmo acelerado. Mas ainda com as várias bolas no travessão, finalizações para fora e chutes defendidos, o gol não vinha.

Com as equipes começando a cansar, a velocidade do jogo diminuiu — e as substituições vieram. Aos 58’, Maria Elizondo deu lugar a Cristin Granados no meio-campo da Costa Rica. Chegando aos 60’, as costarriquenhas cobraram seu primeiro escanteio, prontamente inutilizado pelas adversárias. Aos 63’, foi momento de Vilda fazer suas alterações e tirar González e Castillo para a entrada de Redondo e Caldentey. Com a mudança, Paralluelo, que jogava principalmente pela esquerda, passou a atuar mais pela direita.

Pouco aconteceu até os 73’, quando Salas e Gloriana Villalobos foram substituídas por Sheika Scott e Alexandra Pinell Gonzalez. Aos 75’, Olga ofereceu perigo mais uma vez mandando o chute por cima do gol.

Dois minutos mais tarde, aos 77’, o técnico espanhol satisfez as esperanças dos torcedores e colocou em campo Putellas, a melhor do mundo, com Zornoza, no lugar da jovem Paralluelo e Abelleira. Mas, com pouco tempo hábil, não foi possível para Alexia criar uma jogada que realmente trouxesse algum risco de aumentar a pontuação da Espanha no jogo — com exceção de um chute defendido aos 83’.

Perto do apito final, aos 88’, mais trocas do lado europeu: Batlle foi retirada para a entrada de Oihane Hernández. O último lance importante do jogo aconteceu no quarto minuto de acréscimo, quando novamente Solera barrou um ataque. A partida encerrou no 3 a 0, tendo um primeiro tempo muito mais frenético que o segundo.

Craques do jogo

É impossível falar da atuação da Costa Rica sem citar Solera. Ainda que tenha por três vezes recebido gols, pode-se dizer que as falhas na defesa foram mais coletivas do que dela em si. Não fossem as muitas espalmadas da goleira, o jogo teria acabado em uma goleada ainda maior a favor das espanholas. Chinchilla também pode ser citada, tendo participado da maior parte das poucas jogadas com risco criadas pela seleção da América.

Do lado vencedor, Paralluelo, com sua velocidade e capacidade de atuar bem nos dois lados do campo, foi uma das principais jogadoras da seleção espanhola. Escolhida como melhor da partida, Bonmatí fez um dos gols que levaram a equipe a uma vitória tranquila. Destaque também para González, uma das principais referências no ataque, frequentemente na posição ideal para pontuar, mais à frente no campo.

Estatísticas surpreendentes

A partida entre Costa Rica e Espanha terminou com números discrepantes. No que diz respeito à posse de bola, as espanholas dominaram: 81% do tempo a bola estava nos pés delas. Já nas finalizações, um recorde de Copas Femininas — Las Rojas finalizaram 46 vezes, 12 delas no gol, contra apenas uma para as costarriquenhas, nenhum na meta.

O número de escanteios também assusta. No total, foram 23 — e 22 deles foram cobrados pela Espanha. Isso demonstra a quantidade enorme de vezes que a equipe europeia chegou próxima ao gol adversário, e também a quantidade de vezes que foi defendida.

Próximos jogos

Esse jogo de estreia foi importante para a Espanha acumular saldo de gols e conquistar a dianteira do grupo C — necessário, afinal, ficar em primeiro ou segundo lugar na fase de grupos pode transformar a trajetória de uma seleção nas oitavas de final. No próximo jogo, as espanholas enfrentam a Zâmbia, no dia 26, às 4h30, horário de Brasília. Costa Rica, na tentativa de se recuperar, enfrenta o Japão no mesmo dia, às 2h.

*Imagem de capa: Reprodução/Twitter @SEFutbolFEM

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