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Serial killer, criaturas fantásticas no submundo carioca e protagonistas fora dos padrões no instigante Deuses Caídos.

Imagem: Audiovisual / Jornalismo Júnior Por Beatriz Cristina (beatrizcristina.sg2000@gmail.com)  Imagine um lugar onde há um serial killer com poderes paranormais cujas as vítimas possuem certo notoriedade no evangelismo e seu uso midiático. Ao mesmo tempo, uma sociedade secreta conhecida pelo Vaticano frequentada por um padre exorcista sem nenhuma moral com objetivo de manter o equilíbrio em dois …

Serial killer, criaturas fantásticas no submundo carioca e protagonistas fora dos padrões no instigante Deuses Caídos. Leia mais »

Imagem: Audiovisual / Jornalismo Júnior

Por Beatriz Cristina (beatrizcristina.sg2000@gmail.com)

 Imagine um lugar onde há um serial killer com poderes paranormais cujas as vítimas possuem certo notoriedade no evangelismo e seu uso midiático. Ao mesmo tempo, uma sociedade secreta conhecida pelo Vaticano frequentada por um padre exorcista sem nenhuma moral com objetivo de manter o equilíbrio em dois mundos. Acrescente uma policial com poderes que envolvem tecnologia cibernética, um submundo habitado por criaturas sobrenaturais e um enredo eletrizante que consegue deixar o leitor impactado do início até o fim. Imaginou? Esse lugar é o Rio de Janeiro.

Deuses Caídos (Companhia das Letras, 2018), narra a busca pelo macabro serial killer que vem acometendo mais vítimas, ganhando likes nas execuções em tempo real via internet e deixando várias pistas desconexas para os investigadores “normais”. Para resolver o caso sem chamar atenção maior do que já havia, é chamada a inspetora policial Júlia Abdemi, contando ainda com Judas Cipriano, um padre exorcista indisciplinado da Sociedade Secreta de São Tomé, além de ser descendente de São Cipriano e detentor de poderes celestiais. A tal sociedade busca manter o equilíbrio entre o mundo sobrenatural e humano, quebrado pelas séries de assassinatos que vem ocorrendo. Nessa busca por respostas para o caso, acabam precisando lutar por sua sobrevivência e explorar o depravado submundo da cidade do Rio de Janeiro ao lado das mais bizarras criaturas.

O livro, escrito por Gabriel Tennyson, consegue ser um ótimo exemplo da nova geração de terror e fantasia brasileira. É o primeiro do autor e foi finalista no concurso Fantasy, da Editora Leya e finalista do prêmio BANG! da livraria online Saída de Emergência.

A mitologia única criada a partir de histórias bíblicas e personagens de diversas religiões,com suas características baseadas na paisagem urbana, passando aquela referência conhecida ao leitor ao mesmo tempo que não se similariza com as obras internacionais. Além dessas referências de sentido mais místico, há também as de produções como Constatine (2005), Seven (1995) e pode ser que o leitor também ache que pareça Stranger Things e MIB – Men in Black (Homens de Preto). Todas as referências são super válidas e vão enriquecendo a trama no seu caráter de ação.

 A construção da dimensão psicológica dos personagens consegue ser complexa e bem desenvolvida, criando um enredo sem censuras ou meio termos, explícito nas ações e falas informais que a todo momento são dinâmicas. Com seus capítulos divididos como dias ao longo de uma semana, a expectativa criada pelo autor consegue envolver o leitor, de mesmo modo como se estivesse assistindo algum filme de terror, mas de repente atinge o clímax no meio do enredo inesperadamente, dando aquela vontade de ler mais para saber o que vai acontecer.

Deuses Caídos não é apenas baseado nas investigações policiais e nos contos de terror, mas também possui um humor ácido contra a monetarização e exploração da fé e aos tabus criados pela “moral e os bons costumes” que tornou as ficções do gênero como grandes clichês. O leitor que for um pouco sensível poderá ficar mais impactado (ou até com medo) devido à crueza dos detalhes do enredo, mesmo assim, a vontade de terminar a leitura ainda vai ser grande, deixando aquele enorme EITA em suas mentes.

“Cipriano não possuía nada de especial: um metro e oitenta distribuídos em uma musculatura de pedreiro em fim de carreira. Barriga de girino, gestada com caldo de cana e pastel. A tez cor de argila, típica do carioca que não conseguia fugir do sol. Mantinha os cabelos grisalhos em um corte que imitava um astro de rock amadurecido. E, claro, as inseparáveis luvas de couro preto: um artifício para evitar a curiosidade que suas mãos despertavam.”

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