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Catar 2022 | Tunísia x França: a primeira derrota da campeã mundial na Copa de 2022 

A seleção africana tem vitória histórica contra sua colonizadora em partida marcada por pedidos de libertação da Palestina 

A partida ocorreu no Estádio da Cidade da Educação, localizado em Al Rayyan, no dia 30 de novembro, às 12h (horário de Brasília). Este foi o jogo final das duas nações na fase de grupos da Copa do Mundo de 2022 e terminou com vitória de 1 a 0 para o país africano. O grupo D, que contém França, Tunísia, Dinamarca e Austrália, classifica França, em primeiro lugar, e Austrália, em segundo. Os dois países irão enfrentar Polônia e Argentina, respectivamente. 

Com a classificação final, estão eliminadas as seleções do México e da Arábia Saudita. O árbitro da partida foi o neozelandês Matt Conger, que contou com a assistência de Mark Rule, também neozelandês, e Tevita Makasini, de Tonga. A importância da vitória tunisiana tem relação com a história do país africano, uma vez que este foi colônia francesa nos séculos XIX e XX. Ainda no início da partida, o hino da França foi vaiado pelos torcedores africanos. 

A Tunísia só conseguiu sua independência em 1956. [Imagem: Reprodução/ Twitter]

A seleção francesa foi liderada por Didier Deschamps, o mesmo treinador que garantiu o título mundial francês de 2018. Com essa conquista, Deschamps se tornou, ao lado do Zagallo e Beckenbauer, um dos únicos a ganhar a Copa do Mundo como jogador e treinador. O time francês entrou em campo com a formação tática 4-3-3 e poupando seus jogadores principais, pois já estava classificado antes da partida começar. A França começou com o goleiro Steve Mandanda, os laterais Eduardo Camavinga e Axel Disasi, os zagueiros Ibrahima Konaté e Raphaël Varane (William Saliba, 18’/2ºT), os volantes Youssouf Fofana (Antoine Griezmann, 28’/2ºT), Jordan Veretout (Adrien Rabiot, 18’/2ºT) e Aurélien Tchouaméni, os pontas Kingsley Coman (Kylian Mbappé, 18’/2ºT) e Mattéo Guendouzi (Ousmane Dembélé, 34’/2ºT) e o centroavante Randal Kolo Muani. 

Já a seleção tunisiana foi guiada pelo técnico Jalal Qaderi. Os tunisianos foram a campo com o goleiro Aymen Dahmen, os zagueiros Yassine Meriah, Nader Ghandri e Montassar Talbi, os alas Wajdi Kechrida e Ali Maâloul, os meio campistas Ellyes Skhiri e Aissa Laïdouni, os meias Anis Ben Slimane (Ali Abdi, 37’/2ºT) e Mohamed Ali Ben Romdhane (Ghayléne Chaaleli, 29’/2ºT) e o atacante Wahbi Khazri (Issam Jebali, 15’/2ºT). A formação tática utilizada foi 3-4-2-1. 

A partida teve um maior domínio francês, que ficou com 66% da posse de bola. Mesmo assim, os dois times empataram em chutes ao gol: três para cada lado. No começo do jogo, a Tunísia conseguiu dominar o número de passes e chegou ao às redes, ainda aos sete minutos de disputa. O gol foi marcado pelo camisa 5 da seleção tunisiana, Nader Ghandri, após cobrança de falta de Wahbi Khazri. Entretanto, após análise do VAR, o gol foi anulado pois Ghandri encontrava-se impedido. 

Embora a França tenha jogado Disasi e Camavinga improvisados nas laterais,  o time europeu conseguiu segurar os ataques dos tunisianos nos primeiros 45 minutos de jogo. Além disso, chegaram ao ataque algumas vezes, mas sem sucesso. Sendo assim, o primeiro tempo da partida acabou em zero a zero. Esse resultado também foi visível no primeiro tempo do jogo entre Dinamarca e Austrália que acontecia no mesmo horário, dando ainda esperanças que a Tunísia se classificasse. 

No segundo tempo do jogo, os tunisianos continuaram avançando no ataque e os franceses mantiveram-se na defensiva. Aos 58 minutos, a Tunísia realizou mais um gol, com Khazri,  só que dessa vez, ele foi validado. Com esse placar, a Tunísia estaria classificada para as oitavas de final. Mas dois minutos depois a Austrália marca em cima da Dinamarca e se classifica em segundo lugar. 

Aos 70 minutos, a partida foi paralisada após um homem, portando a bandeira da Palestina, invadir o campo. Ele também estava vestido com uma camisa que dizia “Tunísia, seu tempo é agora”. Ele foi retirado pelos seguranças que estavam em campo e defendido por alguns jogadores tunisianos. Antes mesmo da invasão, a torcida tunisiana já gritava palavras a favor dos palestinos, que enfrentam uma batalha para acabar com o domínio de Israel em seu território.

O homem entrou no campo e ainda deu algumas piruetas, a torcida da Tunísia vibrou com a entrada como se Khazri tivesse marcado outro gol [Imagem: Reprodução/Twitter]

Ainda sobre o segundo tempo da partida, o placar continuou em 1 a 0 para os africanos durante os 45 minutos. Todavia, já nos acréscimos, a França realizou um gol, com Dembélé raspando de cabeça e Griezmann vendo uma oportunidade de chutar para o fundo da rede.  Entretanto, o gol também foi anulado por impedimento pelo VAR e assim acabou a partida, com vitória da Tunísia por 1 a 0 contra sua colonizadora, a França.

Com a vitória, a seleção tunisiana marca um feito histórico para o futebol de seu país. A França foi derrotada pela primeira vez desde as quartas de final da Copa de 2014 contra a Alemanha, encerrando uma sequência de 9 jogos invicta. Além disso, a Tunísia sofreu apenas um gol em três jogos que participou na fase de grupos da Copa de 2022. É o menor número de gols que um time africano sofreu na fase de grupos da Copa, empatado com Camarões, em 1982, e Marrocos, em 1986 e 2022. 

A Tunísia recebeu apenas um cartão amarelo: Wajdi Kechrida, além de cometer 14 faltas ao todo. Já a seleção francesa não recebeu nenhum cartão amarelo, mas fez seis faltas. O craque da partida foi Wahbi Khazri, pelo gol marcado e por se tornar o primeiro jogador africano a marcar três gols como titular na Copa do Mundo: contra a Bélgica e o Panamá, em 2018, e contra a França em 2022. 

99% da população tunisiana é muçulmana, por isso, com o final da partida, os jogadores realizam uma homenagem a sua religião [Imagem: Reprodução/Twitter]

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