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42ª Mostra Internacional de SP: Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos

Este filme faz parte da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique aqui. Ihjãc, seu nome. Henrique, seu nome de branco. Henrique Ihjãc Krahô está passando por mudanças. Ele não quer, mas seu destino está traçado. Ihjãc em breve será pajé. O longa Chuva é Cantoria na Aldeia dos …

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Este filme faz parte da 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique aqui.

Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos 01
Ihjãc está passando por mudanças (Imagem: Reprodução)

Ihjãc, seu nome. Henrique, seu nome de branco. Henrique Ihjãc Krahô está passando por mudanças. Ele não quer, mas seu destino está traçado. Ihjãc em breve será pajé. O longa Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (2018) acompanha o processo de um indígena que ainda jovem foi escolhido para tornar-se líder dos processos ritualísticos da aldeia. Logo no início essa transformação é apresentada, com Ihjãc sonhando com seu pai e indo até o local do sonho, numa cachoeira. Na sequência, passa a sentir-se mal, doente, mas não está, então o antigo pajé de sua tribo confirma que há chegado a hora.

Ihjãc não não quer ser escolhido, não quer passar por isso tão cedo, então foge na espera de que seu mestre, a Arara, o esqueça, e esqueça também a decisão de torná-lo “ancião” antes da hora. Chegando na cidade, vai a um médico comum que o diagnostica como hipocondríaco. “Você colocou na sua cabeça que você tá doente, mas você não está” diz o motorista que leva Ihjãc até a casa de apoio quando o indígena pergunta o sentido da palavra.

Ihjãc passa um tempo na cidade, mais do que a casa de apoio poderia sustentá-lo, por isso, acaba tendo que ficar na casa de conhecidos e na rua. Mas precisa voltar. Tanto porque a aldeia é seu lar, quanto porque precisa realizar a festa de fim de luto para seu pai. Falecido recentemente, o pai de Ihjãc ainda o assombra. Para que ele possa chegar a aldeia dos mortos, é preciso que um ritual seja feito. Nesse ritual é utilizado uma tora de madeira que é pintada e enfeitada com penas. Depois de correr com a tora haverá o último momento para lembrar desse homem para que então ele se vá.

 Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos 02
Kôtô Krahô, esposa, e Tepto, filho, foram visitar Ihjãc foram na cidade (Imagem: Reprodução)

Ao entorno desse enredo, há uma profunda imersão na cultura indígena, representada pela aldeia Pedra Branca. O enquadramento da câmera, com lindas fotografias, os sons, o cenário, o roteiro praticamente todo falado em língua indígena e composto por imensos períodos de silêncio trazem à tona essa imersão. Há poucas falas em português no filme, estas aparecem mais no momento em que Ihjãc vai à cidade. É nessa ida que também há um alívio cômico no longa, como na cena em que o indígena aparece cantando o forró Eu tô na sua fita, da banda Arriba Saia. Ou na cena em que o mostra dizendo à moça da casa de apoio que se ele morrer, a culpa será dela ― a assistente aconselhava Ihjãc a entrar no carro que o levaria de volta à aldeia.

Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos (2018), dirigido por Renée Nader Messora e João Salaviza é pura cultura. Confira o trailer original:

https://www.youtube.com/watch?v=kxmDxwME6n4

por Crisley Santana
crisley.ss@usp.br

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