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6 situações ridículas de quem foi adolescente com internet discada

A MTV ainda fazia sentido. Mario era Nintendo, Sonic era Sega. Xuxa da Globo, Gugu do SBT. O jogo do show do milhão era só pra quem tem computador e gravador de CD custava caro.  A internet ainda era um lugar do qual a gente entrava e saía. O mundo pré-banda larga podia ser mais …

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A MTV ainda fazia sentido. Mario era Nintendo, Sonic era Sega. Xuxa da Globo, Gugu do SBT. O jogo do show do milhão era só pra quem tem computador e gravador de CD custava caro.  A internet ainda era um lugar do qual a gente entrava e saía. O mundo pré-banda larga podia ser mais simples, mais estável, mas não necessariamente melhor. Afinal, imagine o que era você estar conectado à internet e

1) Não achar algo 

Por volta de 1999 comecei a me interessar por esportes americanos. Mas como pouca gente assistia a isso, já que TV a cabo também era serviço de luxo, saber as regras tornava-se uma grande empreitada. Na Barsa de casa não se falava quase nada do Hóquei e eu não conseguia entender porque os caras tinhas 5 “meios de campo” na quadra. Wikipedia era inimaginável na 8ª série. Era o bom e velho Cadê, formador de uma geração, o grande recurso do momento. Mas mesmo nele não havia nada. Mês a mês eu voltava ao tema, mas nenhuma das 30 ocorrências que o site dava me ajudava.

Os mais versados já sabiam de um tal de Altavista, um buscador incrível, bem melhor que o Cadê, diziam.

Até que um dia alguém acha um site clean, rápido e que dá muito mais resultados. Parecia melhor…

2) Não espalhar que existe este tal de Google, senão pode lotar e ficar lento.

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Sim. Isto foi pensado. Talvez por poucos, é verdade. Poucos e tolos. Mas parecia bom demais pra ser verdade ter um buscador que poderia dar resultados que ninguém tinha e que iria garantir trabalhos de ciências sem que fosse preciso usar o auto-resumo do Word e trocar palavras. Só ia precisar fazer aquela capa linda com Word-Art mesmo.

Uma vez encontrado o site perfeito, aquele que merece assinatura no Guestbook, podia muito bem chegar o momento ridículo de se

3) Passar por telefone o endereço de um site pra sua dupla terminar o trabalho da escola. 

http, dois pontos, barra, barrra, w, w, w, (…) ponto Geocities (leia-se geosaitesntr) ponto com barra porcento (o símbolo de porcento) vinte (isso, dois, zero)…

E claro que ia dar errado em algum momento.

Mandar por mensagem? De que adianta se sua mãe saiu com o celular de casa? (e será que Motorola StarTac faz isso?)

Também não era todo mundo que já tinha ICQ ou MSN na época. E antes que você diga que havia o e-mail, acalme-se.

Mandar e-mail era uma operação bastante complexa pra quem ainda estava se habituando ao Windows 98 e ao Netscape Navigator. E mesmo para um jovem que dominasse a arte, você sabe o que é a experiência de se deparar com um Spam no fim dos anos 90, antes do filtro do gmail? Terror absoluto. Como aquela propaganda pornô foi parar ali? É vírus. Nunca mais abro essa caixa de entrada.

Eram tempos inocentes. Jornais de papel faziam anúncios na TV com o telefone de sua página de classificados. Fazia-se piada com a conversa ouvida na linha cruzada.

Eram tempos em que linhas telefônicas ainda eram bens de luxo. Sinal de vida boa era chegar numa casa que tivesse modem de 56.600 Kbps com uma linha só para a internet. Coisa para poucos. A maioria tinha que se virar com uma linha só, o que fatalmente te faria

4) Brigar com seus pais porque eles tiraram o telefone do gancho. 

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Por algum motivo misterioso, algumas vezes em que o telefone era tirado do gancho a conexão caia. Provavelmente na hora em que a conversa com Hton@ engatou no bate-papo UOL, agora que você disse que tem 12, quase 13. Que desespero!

Mesmo depois que seu pai desligar ele falou que não tem mais internet essa semana. Acabou o pacote da TravelNet. O que ele não sabe é que ainda dá pra

5) Usar um CD de horas grátis do America Online.

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Ter um provedor de internet não era barato, especialmente se você almejasse algo como mais de 10 horas semanais de acesso. Tudo bem que não havia muito a se ver na web daqueles tempos – especialmente pra quem não sabia inglês além dos menus de jogos do Super Nintendo – mas a demora pra abrir cada página era tal que o tempo não demorava a acabar.

É aí que os CD’s de horas grátis faziam a alegria do jovem. Você ganhava não só as horas: o CD te ajudava a configurar a própria conexão e ainda vinha com navegador!

Como era bom poder clicar sem medo de perder as horas em “Conexão dial-up” e depois em“conectar”. Mas este mesmo ícone do telefoninho amarelo em certos momentos era o mesmo que fazia

6) Soar o alarme da puberdade

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Sábado, 0h01. Conectar.

O momento mais esperado da semana.

Mas não adianta baixar o volume da caixa de som. Nem tirá-la da tomada. Também não é o volume da barra de tarefas. Este som, inevitável, inabaixável, insondável, vai tocar. E alto. Alguém vai acordar em casa e ver que você está ali.

Mesmo depois de quase meio minuto daquele guincho eletrônico, ainda fica uma tensão no ar.

Melhor entrar primeiro no mIRC, ICQ, talvez depois baixar uma, UMA, música que hoje a conexão tá boa, batendo 3,5kb por segundo. Talvez abrir uma, só uma janela com uma foto. Quando tudo estiver mais seguro, talvez ela já esteja até inteira carregada.

Por Raphael Concli
raphconcli@gmail.com

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