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Ilegal: Para romper os preconceitos

Por Vitor de Andrade vitortheandrade@gmail.com Você quebraria a lei pra salvar a vida de quem você ama? Este dilema é o ponto de partida do documentário “Ilegal”, que estréia no dia 9 de outubro nos cinemas. O filme, produzido pela revista Superinteressante em parceria com a produtora 3Film, toca em um assunto que está esmagando …

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Por Vitor de Andrade
vitortheandrade@gmail.com

Você quebraria a lei pra salvar a vida de quem você ama?

Este dilema é o ponto de partida do documentário “Ilegal”, que estréia no dia 9 de outubro nos cinemas. O filme, produzido pela revista Superinteressante em parceria com a produtora 3Film, toca em um assunto que está esmagando preconceitos: o uso da maconha para fins medicinais. O filme faz parte da campanha REPENSE, que tem o objetivo de conscientizar o brasileiro sobre a efetividade do uso da maconha no tratamento medicinal.

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A história deste documentário começou com um curta de mesmo nome, idealizado pelos jornalistas Tarso Araújo e Raphael Erichsen, que conta o drama de Kathiele Fischer e sua filha Anny, que sofre de CDKL5, um problema genético que a faz sofrer cerca de 60 convulsões por semana. Inúmeros medicamentos são utilizados e nenhum resolve o problema. Após 5 anos de vida e centenas de crises epilépticas graves, uma nova esperança é avistada: Kathiele pesquisa na internet maneiras alternativas de prevenção da epilepsia e descobre um remédio inusitado, o canabidiol.

Canabidiol (CBD) é um composto encontrado na planta de maconha.  Possui propriedades medicamentosas comprovadas no tratamento de problemas como Mal de Alzheimer, esquizofrenia, ansiedade, síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo e também doenças psicóticas raras como no caso da Anny. Desesperada por uma solução para as crises epilépticas da filha, a mãe encomenda um pacote de canabidiol dos Estados Unidos. Os resultados são surpreendentes: as convulsões simplesmente chegam a 0.

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“Tive que traficar pra salvar a vida da minha filha”, declara Kathiely no documentário

Porém há um problema: o CBD é ilegal no Brasil, por ser um composto originado da cannabis sativa. A ANVISA percebe o esquema de Kathiele e segura o segundo pacote do remédio vindo do exterior. Após o esgotamento do primeiro pacote, a pequena Anny volta a sofrer as mesmas 60 convulsões por semana, a deixando novamente em risco constante de vida. A partir daí começa o drama do longa : Kathiely vai ter que lutar nos orgãos governamentais para ter o direito de evitar a morte de sua filha. E no caminho irá conhecer outras pessoas que precisam recorrer a ilegalidade para sobreviver e cuidar de suas famílias, como vítimas de dor crônica, pacientes de quimioterapia e outras mães de crianças com epilepsia refratária.

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Juliana conseguiu substituir uma bomba de morfina por THC para curar a dor crônica

“Ilegal” é uma aventura capaz de convencer até mesmo os mais conservadores a pensar de novo em seus conceitos sobre a maconha medicinal. Reunindo credibilidade e sensibilidade de uma maneira incrível, este longa asseguradamente vai te levar entre momentos de alegria pela eficácia do canabidiol e de fúria por causa da burocracia maçante e conservadorismo do governo. Além disso, a composição visual e estilo da produção são surpreendentes e bastante eficazes em se juntar com a história no objetivo de deixar o público boquiaberto e acima de tudo, bastante comovido.

Se estiver afim de um filme que vai te fazer pensar e descobrir uma realidade que não está tão longe de nós, “Ilegal” deve ser a sua escolha para a próxima semana. Apenas uma coisa é necessária: mantenha a sua mente aberta.

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