Este texto faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Para ler as resenhas do festival, clique na tag no final do texto.
Entre os dias 10 e 14 de outubro, aconteceu a apresentação da 44ª edição da Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Por conta da pandemia da Covid-19, tanto a coletiva de imprensa quanto as exibições dos filmes selecionados foram feitas a distância. Para isso, a organização da Mostra utilizou a plataforma de streaming Mostra Play, que exibiu um filme por dia para os jornalistas que cobriram o evento.
Além da plataforma exclusiva de exibição, entre os dias 22 de outubro e 4 de novembro, ocorrerão sessões no Belas Artes Drive-in e no CineSesc Drive-in para o público. Esse ano a Mostra conta com 198 filmes de 71 países.
A diretora do evento, Renata de Almeida, afirmou que, por conta da credibilidade e do tempo em que a Mostra vem ocorrendo, o contexto de pandemia não dificultou a seleção dos filmes. Ela ainda contou um detalhe sobre essa edição do evento, quando disse que “a seleção deste ano representa o momento que estamos vivendo”.
Atualmente, a exibição dos filmes selecionados alcança 100 cidades em 8 estados, e tem a pretensão de se expandir para que mais cidades do interior tenham acesso a produções fora do mainstream. E para estrear a Mostra, o filme escolhido foi Mães de Verdade (True Mothers, 2020), de Naomi Kawase.
Mães de Verdade
O longa japonês conta a história de uma adoção mostrando os núcleos familiares envolvidos no processo. Por um lado, aqueles que não podem gerar filhos biológicos, e por outro, mulheres que, por diversos motivos, não podem criar seus filhos. Cerca de cinco anos depois, os conflitos gerados pelo processo de adoção começam a aparecer e perturbar a rotina da família adotiva.
É impossível não se comover com o enredo ou não se conectar com as personagens. Naomi é conhecida por dirigir filmes com temáticas sociais e familiares, o que é muito bem retratado em Mães de Verdade. O respeito pelas mais difíceis situações apresentadas e a delicadeza com que são retratados os momentos de carinho e acolhimento fazem do filme uma experiência muito marcante.
Mães de Verdade foi uma ótima escolha para abrir a Mostra deste ano, já que cumpre muito bem o papel provocador do cinema. O filme traz uma coletânea de sentimentos que envolvem o espectador do início ao fim e tem muita importância no processo de conquistas femininas, pois teve grande destaque em um evento de credibilidade internacional, além de ser dirigido por uma mulher.
Como disse Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, a escolha foi feita segundo o critério da arte como manifestação das realidades, porque “incomodar é parte do nosso processo evolutivo”. Confira o trailer:
Capa [Imagem: Divulgação/44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo