Jornalismo Júnior

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

44ª Mostra Internacional de SP: ‘O Problema de Nascer’

Esse filme faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique na tag no final do texto.  O Problema de Nascer (The Trouble with Being Born, 2020) é um filme austríaco e alemão que está participando da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que terá …

44ª Mostra Internacional de SP: ‘O Problema de Nascer’ Leia mais »

Esse filme faz parte da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. Para mais resenhas do festival, clique na tag no final do texto. 

O Problema de Nascer (The Trouble with Being Born, 2020) é um filme austríaco e alemão que está participando da 44ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que terá início em 22/10. O longa dirigido por Sandra Wollner está marcando presença em indicações de diversos festivais, com alguns prêmios já garantidos.

A história é centrada em Elli (que mais adiante se tornará Emil), filha de Georg, ou melhor, uma criação robótica para substituir a filha que ele perdera. A primeira informação que o filme nos dá é uma cacofonia de sons metálicos e, logo em seguida, estamos dividindo nossa visão com Elli, antes mesmo de conhecê-la. Ela divide seus pensamentos e memórias conosco, raramente, se não nunca, estando fora de cena.

Dois atos claros podem ser evidenciados na obra: o primeiro, em que Elli está na casa do pai, e o segundo, em que ela, após fugir em busca de um som misterioso, acaba convivendo com uma idosa, a senhora Schikowa. Nesse segundo momento, ela recebe novas memórias e “se torna” o irmão mais novo de sua companheira que morreu ainda jovem, Emil. Ou seja, no primeiro ato, é a relação Elli/Georg que acontece, e no segundo é a relação Schikowa/Emil. O androide é sempre colocado para substituir alguém querido.

A relação paternal choca, pois fica claro que os dois, pai e filha, costumam ter relações sexuais e tem uma relação quase romântica. Isso, além das diversas críticas que devem ser feitas, dá abertura para uma das grandes reflexões da obra: as memórias que Elli tem não são dela, mas sim de como seu pai imagina as memórias da filha. De certo modo, ela é moldada em semelhança à Elli original, mas de acordo com os desejos de Georg.

[Imagem: Divulgação/Panama Film]
Já sua relação fraternal futura é problemática, pois, primeiramente, a senhora não se simpatiza pelo androide. Isso só acontece quando ela passa a agir como seu finado irmão após receber suas memórias; ela é vista como um objeto de interesse desde o primeiro encontro. Em segundo lugar, Schikowa já está idosa e o seu irmão, com as memórias congeladas no tempo desde sua morte, ainda é um jovem, o que torna a relação deles ainda mais trabalhosa.

O longa cumpre muito bem sua função de refletir sobre relações humanas, perda, e algumas dúvidas do campo da Inteligência Artificial, como a transferência de memórias; porém peca por não se aprofundar no quesito científico. Algumas pontas soltas como o “som misterioso” que separa o filme no meio e a relação dos humanos com robôs soam ainda muito vagas, pelo menos à primeira vista, e geram dúvidas que não são respondidas, e que se fossem, ajudariam a manter uma coesão maior, mesmo o enfoque da obra não sendo esse.

Por fim, as questões sobre a relação das pessoas com a morte e com máquinas é posta em xeque nesse longa. Um robô que recebe as memórias de outrem e passa a pensar como ele, tem culpa por suas ações? Ele pode ser julgado por pensar como ele pensa? E algum dia ele poderia substituir alguém que faz falta?

Confira o trailer:

*Capa: [Imagem: Divulgação/Panama Film]

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima