Jornalismo Júnior

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Lagum está de volta aos palcos para viver o melhor do presente

Grupo mineiro formado por Pedro Calais, Chico, Zani e Jorge enche a casa com letras que falam diretamente com o público jovem
Foto do show da banda Lagum. A imagem é vermelha por conta das luzes, mostra o palco com os artistas e as cabeças da plateia
Por Ana Julia Oliveira (anajulia.oliveira@usp.br)

Na sexta-feira (3), a banda Lagum realizou seu segundo show em São Paulo depois de ter esgotado sua estreia na capital paulista, em agosto. Os shows fazem parte da turnê As Cores, As Curvas e As Dores do Mundo (2025), em divulgação do seu quinto álbum de estúdio, de mesmo título. O evento percorre cidades do Brasil inteiro, com data de término prevista para dezembro e uma pequena turnê pela Europa, em 2026.

Em São Paulo, os dois shows aconteceram no Espaço Unimed e contaram com uma setlist de abertura mixada pelo DJ Bruno Machado, que variou entre clássicos de Charlie Brown Jr, NX Zero e Restart, até One Direction e Rebelde, e movimentaram a plateia antes mesmo do show. A banda, por sua vez, contou com sua formação original, além da participação do trompetista Pajé, que deu vida a várias das canções performadas, e do baterista Glauco Mendes.

O Sala33 esteve presente e destacou alguns dos momentos mais marcantes da apresentação ao vivo.

Paixões, decepções e emoções à flor da pele: a delicada arte de ser jovem

Com o fim da playlist de abertura, o público recebeu a banda ao som de Eterno Agora, que também dá início ao último disco. Com um novo arranjo preparado para animar os fãs, uma sequência luminosa de hipnotizar e uma letra que marca a leveza e a maturidade de uma nova era, Pedro Calais (vocalista) promete eternizar a noite.

O show contou com uma setlist de 27 músicas, que percorreram todas as fases da banda em seus oito anos de carreira [Imagem: Reprodução/Facebook/Espaço Unimed]

Em seguida, Dançando no Escuro, mais uma faixa do quinto álbum, agita a plateia enquanto o vocalista corre e dança pelo palco em uma troca de energia contagiante. Com uma retomada nostálgica, Hoje Eu Quero Me Perder, Telefone e Detesto Despedidas foram tocadas em sequência, e a partir daí, o público não parou mais. Durante a segunda, Jorge e Zani, os dois guitarristas da banda, se complementam em um solo eletrizante, que finaliza a canção.

Para fechar o primeiro bloco, Tô De Olho foi a faixa escolhida, uma parceria de estúdio entre a Lagum e a artista Céu, que confere sensualidade e delicadeza à composição. Com o fim da sequência, Pedro aproveitou a pausa para conversar com os fãs, agradecer a sua presença e enfatizar que São Paulo é o maior público da banda. “Hoje, a gente vai fazer uma noite histórica. Posso contar com vocês ou não?”, ele perguntou, bem humorado, e recebeu o retorno positivo da plateia.

“É interessante porque a turnê é um organismo vivo, então é uma troca que a gente tem com os fãs, é uma experiência que a gente tem toda noite em cima do palco. A cada noite a gente se propõem a tocar músicas diferentes, a mudar os arranjos, fazer momentos diferentes”

Pedro Calais, em entrevista ao Gshow

‘Habite-se’: um convite à aceitação e uma celebração da juventude

Em 2020, o baterista da banda, Tio Wilson, faleceu em decorrência de uma parada cardiorrespiratória, mas a formação da Lagum não mudou desde então: Pedro, Jorge, Chico e Zani [Imagem: Reprodução/Instagram/Lagum]

Em uma conversa sincera com os fãs, Pedro confessou se sentir nervoso antes do show e convidou o público a cantar uma das faixas que lhe trouxeram mais calma ao longo da turnê: Habite-se. Encaixada junto a Ponto de Vista, as duas canções são muito íntimas e as preferidas de boa parte dos fãs porque falam sobre a relação de identidade, autoestima e a necessidade de se reencontrar.

Com a promessa do vocalista de trazer o “set dos sets” — já que a banda toca músicas diferentes em todo show —, as próximas da lista foram Baby Blue e Não Vou Mentir, que trouxeram romance e leveza ao momento. Chico, o baixista do grupo, foi responsável por levantar o astral do público e o convidou a cantar ainda mais alto e fazer muito barulho.

Já no final do segundo bloco, Pajé, o trompetista que compôs a formação do grupo para o show, marcou presença em Transante, composição do primeiro álbum de estúdio da banda, Seja o Que Eu Quiser (2016), um marco do caráter jovial do grupo. Depois de um coro de pedidos, eles finalizam com Fifa, uma das músicas mais queridas pelos fãs, que tinha sido retirada da setlist. Em defesa da decisão, o vocalista afirma que acreditava que a faixa não faria tanta falta, e por isso, foi excluída das turnês.

‘Só falta você’: entre encontros, desencontros e desilusões

A Lagum já havia feito um show em São Paulo, em agosto, porém, com o esgotamento dos ingressos, um show extra foi adicionado [Imagem: Reprodução/Instagram/Lagum]

Para dar início ao terceiro ato do show, Vida Novela acende a multidão novamente, com uma letra leve e uma batida que cresce conforme avança. A Cidade vem logo em seguida, uma das canções mais famosas do último lançamento, que fala sobre a dor da falta, a qual muitos fãs relacionam não só a términos, mas à perda de entes queridos. 

Em sequência, a plateia vibrou com universo de coisas que eu desconheço, colaboração mais recente entre Lagum e a dupla Anavitória, que também promove seu álbum Esquinas (2024) com uma turnê nacional. Musa do Inverno e Veja Baby são as próximas da lista e trazem o alto astral que caracterizou o terceiro álbum da banda, MEMÓRIAS (de onde eu nunca fui) (2021). Para fechar o bloco, a faixa É Seu, também nostálgica para os fãs, mexeu com a plateia, que gritou alto a letra sobre um relacionamento que não deu certo.

“Às vezes, a gente, como compositor, escreve um som e depois percebe que a mensagem era para a gente mesmo. Vemos as pessoas ouvindo e usando para si, causando conforto, mas acaba que mais uma vez é uma lição que uma letra está dando para mim mesmo”

Pedro Calais, antes de cantar A Cidade em um dos shows

‘A força do para sempre está no agora’

Original de Brumadinho (MG), a Lagum começou distribuindo CDs do seu primeiro álbum após shows no entorno de Belo Horizonte [Imagem: Reprodução/Instagram/Espaço Unimed]

Depois de checar se os fãs estão bem e hidratados — e de distribuir algumas garrafas de água —, a banda segue para o último segmento do show. Vagarosa Manhã marca esse início, uma das preferidas de Pedro dentro do novo álbum e uma mensagem sobre a importância de viver o presente. As Desvantagens de Amar Alguém Que Mora Longe vem logo depois, outra faixa que se tornou muito amada pelos fãs. De volta aos primeiros passos da Lagum em direção à fama, Deixa, uma colaboração com Ana Gabriela, transborda nostalgia.

Em seguida, Pedro se arrisca no inglês, italiano e francês com Outro Alguém, canção de tom sensível e vulnerável, marcante no quarto álbum do grupo, Depois do Fim (2023). Com Eu Não Valho Nada, o público é transportado de volta para 2017, e com Oi e Bem Melhor, a banda relembra sucessos que marcaram a década passada.

Em homenagem à família, amigos e ao Tio Wilson, ex-integrante da Lagum que faleceu em 2020, a banda joga a energia para cima e se despede com Ninguém Me Ensinou e Quem Desligou o Som?. Ao longo de quase duas horas, o grupo abordou temas como amor, términos, saudade, autoestima e amadurecimento e deixou os palcos com uma mensagem clara: o melhor momento para se viver é o agora.

*Imagem de capa: Reprodução/Espaço Unimed

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima