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Uai, Paul! – Turnê ‘Out There’ do ex-Beatle Paul McCartney começa em MG

Mineirão lotado. Quanta gente… O estádio emana expectativa. O que estaria agitando daquele jeito a tranquila cidade de Belo Horizonte? Sir Paul McCartney. Sim, o ex-Beatle veio falar “uai” e abrir sua mais nova turnê, a “Out There”, aqui no Brasil. Antes do show começar, a plateia se envolve no murmúrio elétrico que percorre todo …

Uai, Paul! – Turnê ‘Out There’ do ex-Beatle Paul McCartney começa em MG Leia mais »

Mineirão lotado. Quanta gente… O estádio emana expectativa. O que estaria agitando daquele jeito a tranquila cidade de Belo Horizonte? Sir Paul McCartney. Sim, o ex-Beatle veio falar “uai” e abrir sua mais nova turnê, a “Out There”, aqui no Brasil.

Paul
Turnê mundial ‘Out There’ estreou no sábado, dia 4 em BH. Divulgação

Antes do show começar, a plateia se envolve no murmúrio elétrico que percorre todo o Mineirão. Uma eventual descarga de energia, em forma de ôla, alimenta as emoções e expectativas dos fãs. Sobe um DJ ao palco, que toca remixes de clássicos dos Beatles, dos Wings (banda do Paul, posterior aos Beatles) e da carreira solo de McCartney. A espera pela apresentação ganha clima de comemoração e festa.

Os telões verticais, um em cada lado do palco, exibem uma montagem de fotos que, conforme passam, de baixo para cima, contam um pouco da história de McCartney – fotos de sua infância, de sua fase inicial com os Beatles, da beatlemania, da transição para sua carreira solo. Passa-se ali uma cronologia resumida de sua carreira, garantindo aos fãs uma dose de nostalgia para inaugurar o que poderia render mais uma foto naquela linha do tempo.

Quando finalmente as luzes se diminuem e Paul McCartney faz sua tão aguardada entrada, a plateia começa a delirar. Carismático, com seu característico baixo Höfner, se dirige até o centro do palco e cumprimenta o público com um sorriso no rosto. Logo abre o show com uma música inesperada: “Eight Days A Week”, dos Beatles. De ritmo leve, alegre e dançante, do álbum Rubber Soul, a canção foi tocada pela última vez quando ainda faziam turnê, em 1965.

Paul tocou desde hits dos Beatles até músicas do seu último CD, o Kisses on The Bottom, de 2012 Foto: Ricardo Matsukawa. Terra.

Depois de “Junior’s Farm”, do Wings – banda formada em 1971 por Paul, Linda, sua mulher na época, e Denny Laine, ex-guitarrista da banda Moody Blues – McCartney embala o público numa cruel e deliciosa nostalgia com “All My Loving”, do quarteto fantástico. A melodia de altos e baixos, cujas frases se encerram em notas familiares, se combina com a letra esperançosa da canção e com trechos do filme “A Hard Day’s Night” no telão, gravado em 1964, em que os Beatles estão fugindo juntos de fãs enlouquecidas. É um momento que toca tanto beatlemaníacos quanto os que conhecem apenas as canções mais famosas.

McCartney, então, retorna aos clássicos do Wings. Depois de tocar “Listen to What the Man Said” (última vez tocada em 1976, pelos próprios) e “Let Me Roll It”, Paul agita o Mineirão com “Paperback Writer”, dos Beatles, e, logo em seguida, desacelera com “My Valentine”, que pertence ao seu álbum mais recente “Kisses On the Bottom”, de 2012. Falando português, dedica a canção à sua esposa atual Nancy Shevell, casados desde outubro de 2011. Uma das mais lindas canções de todo o repertório, é acompanhada pelo seu videoclipe, projetado no telão, que conta com a participação de Natalie Portman e Johnny Depp. Realmente, a música nunca soou tão genuína e bela quanto naquele momento.

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“Carismático, com seu característico baixo Höfner, se dirige até o centro do palco e cumprimenta o público com um sorriso no rosto”. Foto Marcos Hermes. Divulgação

Após mais uma série de músicas de sua carreira musica, McCartney explica que a próxima canção foi escrita para apoiar o movimento a favor dos direitos civis, forte na época. Sozinho no centro do palco com seu violão, começa a dedilhar “Blackbird”, enquanto ascende lentamente num elevador iluminado. Em seguida, dedica “Here Today” a John Lennon, seu amigo e ex-colega nos Beatles, morto em 1970. A música parece um último diálogo entre Paul e John, como se resolvessem as desavenças que perduraram desde o rompimento dos Beatles até poucos dias antes da morte de Lennon.

“Essa canção é um lançamento mundial”, diz McCartney, com bastante sotaque, introduzindo a próxima canção: “Your Mother Should Know”. Escrita e gravada em 1967, quando os Beatles já tinham deixado de fazer turnês, nunca havia sido tocado em show algum da banda nem durante a carreira solo de nenhum de seus ex-integrantes. É um momento que, literalmente, entra na história.

Depois de “Lady Madonna”, mais um hit dos Beatles, McCartney estreia “All Together Now”, “Lovely Rita” e “For the Benefit of Mr Kite!”, três apresentações também inéditas ao vivo, para o deleite dos beatlemaníacos e de fãs dos lado B.

Imagens no telão revisitaram memórias da carreira do ex-Beatle.  Foto: Ricardo Matsukawa. Terra.

Vários outros clássicos aparecem no repertório: “Let It Be”, “Back In The USSR”, “Live and Let Die” (com seus fantásticos fogos de artifício), “Band On The Run” (que, infelizmente, enfrentou problemas de som), “Hey Jude”, “Day Tripper”, “Get Back”, “Yesterday” e “Helter Skelter”. Todavia, é inegável que quando Paul homenageia George Harrison com sua versão de “Something” no ukelele… o estádio cai abaixo.

Para encerrar a noite, Paul se senta à frente do piano para tocar a última música. Os fãs, que não conseguem se recordar qual música ao piano poderia fechar o setlist, se maravilham quando soa o primeiro acorde de “Golden Slumbers”. Trata-se do famoso “Abbey Road Medley”, que conclui o icônico álbum dos Beatles “Abbey Road”. O Medley se compõe pelo trio “Golden Slumbers”, “Carry That Weight” e “The End”, um emendado no outro.

Assim, depois de uma boa remodelagem do setlist normal dos shows de Paul e de uma rápida, porém intensa viagem no tempo de volta aos anos 60 até retornar a 2013, o último verso de “The End” ecoa na consciência e na memória de todos os presentes no Mineirão naquela noite: “And in the end, the love we take is equal to the love we make”.

por Camilla Cossermelli
camillacoss@yahoo.com.br

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