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Maestro… O filme, por favor!

Felipe Marques Quando se fala sobre David Bowie, o título de “Camaleão do Rock” é mais do que merecido (Ziggy Stardust, sua persona intergaláctica, que o diga). Mas não custa lembrar que as habilidades camaleônicas de Bowie vão muito além do reino musical. Seu Rei-Duende, vilão do cultuado filme “Labirinto”, dirigido Jim “Muppets” Henson, habita …

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Felipe Marques

Quando se fala sobre David Bowie, o título de “Camaleão do Rock” é mais do que merecido (Ziggy Stardust, sua persona intergaláctica, que o diga). Mas não custa lembrar que as habilidades camaleônicas de Bowie vão muito além do reino musical. Seu Rei-Duende, vilão do cultuado filme “Labirinto”, dirigido Jim “Muppets” Henson, habita o imaginário de milhares de pessoas mundo afora. Seu Pôncio Pilatos recebeu a benção de Martin Scorcese para condenar (e quase flertar com) o Jesus Cristo vivido por Willem Dafoe em “A Última Tentação de Cristo”. Com papéis tão significativos quanto esses, David Bowie é um exemplo bem-sucedido de um fenômeno característico do show business: a transformação de cantores em atores e vice-versa.

“Quando se escuta a sua voz, só sua voz, já se pode escutar uma história; por isso, gosto dela; por isso, quis fazer um filme com ela.” Essa é a justificativa de Wong Kar-Wai para a contratação da cantora de jazz Norah Jones para o papel de protagonista em “Um Beijo Roubado”, primeiro filme em língua inglesa de um dos maiores cineastas da Hong-Kong atual. Outro exemplo de um diretor cultuado que decidiu encara o desafio de trabalhar com uma personalidade musical foi Lars Von Trier, no seu ame-ou-odeie “Dançando no Escuro”. Protagonizado pela cantora islandesa Bjork, “Dançando no Escuro” conta com uma sólida performance da atriz principal e com uma rica história de bastidores. Diferentemente de Kar-Wai e Norah Jones, o relacionamento entre Von Trier e Bjork foi, segundo as más línguas da época, marcado de desavenças. A cantora teria chegado a afirmar que depois da experiência jamais trabalharia em outro longa-metragem novamente.

Ainda que Bjork não tenha se sentido muito a vontade com o jogo de poder do mundo cinematográfico, existe uma série de estrelas da música que parecem ter um dom natural para lidar com ele. Will Smith, por exemplo, migrou de uma razoavelmente bem-sucedida carreira no hip hop para um lugar no panteão das divindades hollywoodianas. Smith também foi capaz de combinar perfeitamente as duas funções: além de atuar como o agente J em “MIB: Homens de Preto”, sua contribuição para a trilha sonora do longa, “Gettin’ Jiggy Wit It”, ocupou o primeiro lugar das paradas musicais de 1998. Smith também já foi duas vezes indicado ao Oscar de melhor ator por “Ali” e “Em Busca da Esperança”. Nada, porém, comparado a Cher e Frank Sinatra, dois egressos do meio musical que não só foram indicados como levaram a estatueta para casa. Cher ganhou o de melhor atriz por “Feitiço da Lua” e Sinatra o de melhor ator coadjuvante por “A Um Passo da Eternidade”. Recentemente, a novata Jennifer Hudson, saída do reality show musical “American Idol”, também ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por seu papel em “Dreamgirls”.

Ainda que não tenham ganhado Oscar nenhum e que sua passagem pelo cinema tenha sido um tanto controversa, é inegável que Elvis Presley e Maddona deixaram suas marcas tanto na música quanto na tela grande. Presley em “Coração Selavagem” e Maddona em “Evita” são exemplos de atuações memoráveis dos dois artistas. Elvis merece menção honrosa por ter feito um total de 33 filmes, sendo que a maioria era mera tentativa de comercializar cinematograficamente o sucesso e o carisma do Rei.

Falando em Rei, é impossível não citar as três aventuras juvenis do nosso Rei, Roberto Carlos, no cinema. “Em Ritmo de Aventura”, “A 300 Quilômetros por Hora” e “O Diamante Cor-de-Rosa” têm clima de superprodução, com direito a efeitos especiais e, até mesmo, cenas gravadas na NASA. “Em Ritmo de Aventura”, o Rei até dispensou dublês nas cenas em que um carro é içado por um guindaste ou em que um helicóptero atravessa um túnel. Roberto Carlos, contudo, parece ser uma exceção no cenário nacional, em que os músicos que se aventuram no cinema desafinam feio. Alguns exemplos de doer os ouvidos (e o bom senso do espectador) são: “Acquaria”, de Sandy & Júnior; “Vamos Dançar Disco Baby” e “Aluga-se(sic) Moças”, da cantora brega Gretchen e “Uma Escola Atrapalhada”, que conta com Polegar, Angélica e Supla.

Voltando para águas internacionais, outros exemplos de cantores/atores e vice e versa são: Jack Black, protagonista do genial “Por favor, Rebobine” (em cartaz), com sua banda Tenacious D (sobre a qual já fez até um “documentário”); a estrela latina Jennifer Lopez; a bela Scarlett Johanson, estrela de filmes como “A Ilha” e “Match Point”, que recentemente lançou um CD em que canta Tom Waits (músico também com carreira no cinema); Jared Leto, de “Réquiem Para um Sonho”, vocalista da banda emo “30 Seconds To Mars” e boa parte do elenco do sucesso musical da Disney “High School Musical”, que, apesar da qualidade questionável, lançou cantores teens campeões de venda. Ao que parece, a tendência de migração música-cinema, cinema-música tem mantido forte até os dias de hoje, sem dar sinal de esgotamento. Talvez, lugar de músico não seja exatamente no palco

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