Por Isabel Marchenta
Não são todos que a conhecem e nem todos que conhecem a consideram um esporte. A patinação sobre rodas é uma adaptação feita para que a patinação no gelo pudesse ser praticada no verão e em países onde não neva, como o Brasil. Apesar de ter sido pensada para que mais pessoas pudessem praticar, este tipo de patinação não conseguiu superar sua gêmea de inverno, mas é uma modalidade reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional e que luta para se tornar um esporte olímpico.
A patinação sobre rodas se divide em duas variantes: a patinação de velocidade e a artística. A patinação de velocidade, não popular no Brasil, tem duas provas, uma de 300m e uma de 1000m; em ambas, o atleta deve completar o percurso estabelecido o mais rápido possível. A patinação artística é mais complexa, tendo oito modalidades distintas (Figuras, Livre, Duplas, Dança, Solo, Show, Precisão e Inline), cada uma com suas regras e requisitos específicos, não sendo necessária a participação do atleta durante competições em mais de uma categoria.
Nas competições de patinação artística, os juízes avaliam a precisão com que os patinadores realizam os movimentos e acrobacias, que incluem saltos e giros semelhantes aos da patinação no gelo. Em algumas modalidades como Livre, Duplas, Dança, Solo e Show é obrigatório o acompanhamento musical, sendo assim a apresentação julgada por inteiro, desde a coreografia até a compatibilidade do figurino com a trilha sonora. Os movimentos obrigatórios em cada modalidade variam a dificuldade e a incidência de acordo com a categoria etária do atleta: mini, infantil, cadete, juvenil, júnior e sênior; apenas as últimas duas categorias podem participar do Campeonato Mundial, que em 2016 acontecerá em Novara, na Itália.
A seleção brasileira de patinação é uma das mais fortes da América Latina, liderando os resultados do Pan-americano de 2015 e ficado em 3º lugar na Copa Sul-Americana Internacional de 2015, atrás da Argentina e da Colômbia; A Itália é a principal referência no esporte, liderando o ranking mundial em praticamente todas as categorias.
A atleta Júlia Origuella, patinadora desde os 4 anos de idade, medalhista em 4 categorias no último Campeonato Brasileiro e convocada para o Pan-americano de 2015 e o Mundial de 2016, depõe que a falta de reconhecimento do esporte resulta na maior dificuldade em praticá-lo: “Os treinos são desgastantes e as competições são de dificuldade, mas quando se ama o esporte, isso não se torna um obstáculo. Mesmo com a grande representação do Brasil em campeonatos internacionais, o estímulo e o incentivo ainda é escasso, demandando muitos gastos por parte do atleta além da falta do reconhecimento merecido por todo seu esforço durante o período de treinos.”
A Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) não ajuda no custeio de uniformes e taxas de campeonatos, que variam de 80 a 200 reais e são cobradas por categorias; os patrocínios, importantíssimos para atletas de qualquer modalidade, são propostos por marcas especializadas em patinação apenas para os 5 melhores do mundo e outros atletas de destaque internacional; a maior parte dos atletas conta apenas com o auxílio familiar, custeando todas as taxas, o vínculo com a Confederação e as Federações, deslocamento para os locais de competição, manutenção de equipamento e figurinos sozinho. Apesar da patinação artística estar inclusa no programa federal Bolsa Atleta, a burocracia impede que o benefício seja amplamente aproveitado.
Amei a reportagem da patinação sobre rodas … Eu sou patinadora e foi a primeira reportagem Boa sobre o assunto!❤😁 parabéns.