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Austrália e Nova Zelândia 2023 | Australianas fazem jogo impecável e avançam às quartas de final

As onas da casa não deram chance à Dinamarca em partida que marcou a estreia de Sam Kerr na Copa do Mundo

Por Diego Coppio (diegocoppio@usp.br)

Após dominarem praticamente os 90 minutos da partida contra a Dinamarca, as Matildas garantiram a vaga nas quartas de final da Copa do Mundo de 2023. Além da vitória, o time comandado por Tony Gustavsson teve o retorno de Sam Kerr, afastada por lesão pouco antes do começo da competição.

Primeiro tempo

A impressão do começo da partida era que as dinamarquesas não dariam respiro às australianas. Com a marcação alta desde o início, recuperavam a bola rapidamente, sufocando as donas da casa em seu campo de defesa e explorando os contra-ataques. Logo aos 30”, Veje acertou chute de fora da área para a defesa da goleira Arnold. Aos 8’, a Dinamarca chegou novamente com Thomsen no contra-ataque. Aos 17’, Harder fez boa jogada de corpo e finalizou para a defesa de Arnold.

O jogo seguiu com uma leve superioridade dinamarquesa, mas sem levar perigo ao gol australiano. Aos 28’, a Austrália conseguiu uma chance em sua melhor jogada: o contra-ataque originado no erro do adversário. Após cruzamento errado de Madsen, Foord recuperou a bola, tocou para Fowler e partiu para o ataque. A jovem estrela australiana acertou lindo lançamento na faixa esquerda do campo para Foord, que superou Ballisager na corrida e tocou por baixo das pernas da goleira, abrindo o placar para as donas da casa.

O gol colocou as australianas no jogo e abalou o psicológico das dinamarquesas, que passaram a errar com mais frequência. Aos 37’, Foord ficou muito perto de ampliar o placar com um chute colocado, mas um desvio na defesa fez com que a bola passasse rente à trave.

Segundo tempo

A Dinamarca retornou ao campo com a mesma marcação alta com que começou a partida. Essa postura fez com que as ações no começo do segundo tempo ocorressem em sua maioria no campo da Austrália.

Mas ao contrário do início do primeiro tempo, Foord e Raso foram acionadas com mais frequência como válvulas de escape nos contra-ataques australianos. Aos 64’, Gorry lançou para Foord na esquerda. A camisa nove tocou para Van Egmond, que encaixou uma bela finalização de letra, mas sem levar perigo ao gol de Christensen.

Aos 70’, as Matildas ampliaram o marcador em um contra-ataque coletivo de almanaque. A jogada envolveu seis atletas, com destaque para o passe excelente de Fowler para Van Egmond, que fez o pivô e tocou para Raso finalizar para o gol. 

A essa altura da partida, a torcida australiana estava em êxtase. Dois minutos antes do gol, Sam Kerr havia se levantado para aquecer, o que levou o estádio inteiro abaixo — o principal nome da equipe havia se lesionado pouco antes da estreia da seleção. Aos 79’, as expectativas se confirmaram: a estrela australiana finalmente estreou na Copa do Mundo, entrando no lugar de Raso.

O final da partida foi marcado por uma leve pressão dinamarquesa, mas sem conseguir assustar a defesa australiana. Aos 86’, Harder recebeu a bola livre de marcação, mas a bola foi para fora.

Destaques

A Dinamarca tentou aproveitar os primeiros minutos dos dois tempos para sufocar rapidamente as adversárias, mas não conseguiu converter as finalizações em gols. Fran, ex-jogadora da Seleção Brasileira e comentarista da CazéTV, caracterizou a situação como um jogo de posse de bola “mentirosa”. A partir do momento em que as australianas abriram o placar, as dinamarquesas não conseguiram mais trabalhar as jogadas, dependendo mais da individualidade de Harder do que de uma organização tática coletiva.

Apesar da eliminação, a Dinamarca tem motivos para se animar com o futuro. A seleção não disputava uma Copa do Mundo desde 2007 e não avançava à fase de mata-mata desde 1995, quando foi eliminada pela Noruega, que viria a ser a campeã da edição. É um time jovem — Harder é uma das mais velhas, com 30 anos — e que tem potencial para estar presente na próxima edição do mundial, em 2027.

Já as donas da casa fizeram uma partida de manual. A defesa foi segura quando exigida e o ataque foi letal e eficaz nas transições e nos contra-ataques. O time soube segurar a pressão inicial da Dinamarca e impôs seu domínio durante todo o resto da partida, presenteando os mais de 75 mil espectadores com uma atuação impecável.

O jogo australiano foi exemplo da máxima futebolística que diz que “quando o coletivo funciona, as individualidades são reforçadas”. Foord e Fowler foram os grandes destaques, mas o time se portou de maneira organizada durante toda a partida, mostrando estar em um auge tático promissor. Ao deslocar Foord para a esquerda, Gustavsson conseguiu extrair as melhores características da atacante do Arsenal, que são a velocidade e intensidade — tanto ofensivas, quanto defensivas. Ela foi uma peça fundamental para o jogo coletivo da Austrália, junto à boa visão de jogo de Fowler — como pôde ser visto nos dois gols.

O time australiano se mostra mais entrosado a cada partida [Reprodução/Twitter: @TheMatildas]

Outra boa notícia é o retorno de Kerr, que tem tudo para colocar as Matildas como postulantes reais ao título se Gustavsson souber manter a organização coletiva e não mudar o que foi feito até aqui para jogar em função de uma grande jogadora. A entrada da atacante do Chelsea no lugar de Van Egmond garante mais mobilidade e velocidade ao ataque, características já muito exploradas pela Austrália. 

Próxima fase

As Matildas enfrentarão a França no próximo sábado (12), às 04h do horário de Brasília, no Suncorp Stadium em Brisbane. As seleções se enfrentaram em amistoso poucos dias antes do início da Copa. Na ocasião, as australianas saíram vencedoras por 1 a 0, gol de Fowler.

Ficha técnica

Austrália: Arnold; Carpenter, Kennedy, Hunt, Catley; Cooney-Cross, Gorry, Raso (Kerr), Foord (Yallop); Fowler (Polkinghorne), Van Egmond (Vine). Técnico: Tony Gustavsson

[Reprodução/Twitter: @TheMatildas]

Dinamarca (4-4-2): Christensen; Veje, Boye, Ballisager, Sevecke (Bruun); Madsen (Gejl), Holmgaard (Troelsgaard), Kühl (Hasbo), Thomsen; Harder, Vangsgaard (Snerle). Técnico: Lars Søndergaard

[Reprodução/Twitter: @dbulandshold]

*Imagem de capa: Reprodução/Twitter @TheMatildas

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