O ouro conquistado pela seleção feminina de handebol em Santiago foi o sétimo consecutivo do Brasil, que venceu todos os Jogos Pan-Americanos desde 1999. Com a medalha, a equipe garantiu automaticamente sua vaga para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. “Para nós é muito importante ganhar um Pan-Americano, porque significa uma vaga para as olimpíadas. Isso proporciona visibilidade para o esporte, que recebe mais investimento por se tornar uma modalidade olímpica”, comemora a pivô Marcela Arounian.
Seleção feminina se garante em Paris após bater a Argentina na final do Pan. Foto: Reprodução/@maarounian_
Para a maioria das atletas que disputaram esse Pan-Americano, além da realização por estar na competição em si, a competição também significou estar mais perto da família, dado que grande parte delas atua em clubes da europa. “Para mim, sempre foi um grande sonho representar a seleção, então foi maravilhoso por isso e por ser perto do Brasil, já que tive a oportunidade de rever meus pais que foram lá torcer por nós”, afirma Marcela.
Graças a um trabalho de desenvolvimento do handebol feminino, visando as olimpíadas do Rio, a modalidade é hoje uma das potências do Brasil em competições mundiais. A campanha em Santiago começou com um 27 a 15 contra o Paraguai, seguido de um 28 a 9 contra o Uruguai e fechou a fase de grupos com um implacável 49 a 11 contra Cuba. Nas semis, o Brasil bateu o Chile por 30 a 10. Na final, a seleção aplicou um 30 a 18 contra a Argentina.
Assim como nas semis, a partida final atrasou duas horas, por conta de goteiras na quadra. A seleção fechou o primeiro tempo em 16 a 7. Aos 6’ da segunda etapa, a principal jogadora argentina, Karsten, foi expulsa e frustrou a possibilidade de uma virada.
Expulsão de Karsten abala Argentina e Brasil fica com o ouro em Santiago. Foto: Rafael Bello/COB.
Dolorida prata no masculino
A seleção masculina de handebol, que vinha de uma medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, subiu mais um degrau ao receber a prata em Santiago. Porém, com a derrota na final, perdeu a classificação direta para as Olimpíadas, e agora terá que disputar as eliminatórias para tentar uma vaga em Paris.
Na fase de grupos, após vencer o México por 51 a 19 e a República Dominicana por 36 a 20, o Brasil enfrentou um duro duelo contra o Chile, algoz na semifinal do último Pan. Dessa vez, saiu vitorioso por 30 a 28. Na semifinal de Santiago, a seleção brasileira bateu com larga vantagem os Estados Unidos e se classificou para a final após aplicar um 40 a 27.
A final foi equilibrada, e o primeiro tempo terminou com a Argentina na frente por duas bolas. Desconcentrada após a volta do intervalo, a seleção brasileira viu a Argentina abrir vantagem e, em um roteiro parecido com o do feminino, viu o adversário perder seu melhor jogador, Diego Simonet, expulso. Porém, a equipe não superou o momento crítico do jogo e acabou derrotada por 32 a 25.
Treinador da seleção masculina de handebol, Marcus “Tatá” avaliou a campanha de maneira positiva, mas lamentou a derrota na final pela maneira que ocorreu: “Acredito que fizemos uma competição equilibrada, conseguimos chegar na final com o elenco inteiro e bem fisicamente, mas infelizmente fizemos um jogo muito ruim na final”. Mesmo com atletas experientes e acostumados a decidir jogos importantes, o momento ruim no início do segundo tempo afetou o psicológico dos jogadores. “Acredito que o ‘fator cabeça’ pesou muito na final. Quando tivemos um apagão, não conseguimos superar o momento”, diz Marcus.
Mesmo com a derrota, o treinador ressaltou que foi importante a evolução em relação ao terceiro lugar do Pan-Americano de 2019. Porém, com a prata no Pan, a vaga direta para as Olimpíadas não foi alcançada, o que era o grande objetivo da comissão técnica e dos jogadores.
Vaga para Paris escapa com a prata em Santiago. Foto: @ruasmidia/CBHb
*Imagem de capa: Rafael Bello/COB.