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‘Light the Beam’: Sacramento Kings volta aos playoffs da NBA após 17 anos

Apesar da eliminação na primeira rodada da pós-temporada, a equipe californiana realizou sua melhor temporada das últimas décadas

Em 5 de maio de 2006, os fãs da NBA (National Basketball Association) ainda se encantavam com as performances de lendas como Tim Duncan, Kobe Bryant e Shaquille O’Neal. Outras estrelas, como LeBron James e Chris Paul, davam seus primeiros passos no basquete profissional. Esse era o cenário da liga na última vez que o Sacramento Kings se classificou para disputar uma série de playoffs. 

Na ocasião, a franquia avançou com a oitava colocação na temporada regular e acabou desqualificada na primeira fase eliminatória pelo San Antonio Spurs em seis jogos. Desde então, os torcedores de Sacramento observaram sua franquia ficar quase duas décadas sem figurar entre as oito melhores equipes da Conferência Oeste. Considerando as quatro principais ligas esportivas estadunidenses (NBA, NFL, NHL e MLB), esse era o maior jejum de uma equipe em relação a partidas eliminatórias de pós-temporada.

O começo da seca

No início dos anos 2000, a franquia teve times extremamente talentosos e competia com os elencos mais estrelados da liga. As campanhas do Sacramento até o ano de 2004 chegaram a atingir a marca de 65% de aproveitamento na temporada regular. 

Marcelo Gomes, narrador da NBA Brasil e do Prime Video, aponta a saída dos principais jogadores do time na época como um dos principais fatores para o longo período de seca da equipe. Segundo o narrador, a falta de reposição para jogadores como Peja Stojakovic, Doug Christie e Chris Webber foi responsável pelos primeiros sinais de declínio técnico do elenco.

Os problemas administrativos são outros pontos citados por Marcelo para explicar os anos difíceis da franquia: “Além das saídas, os diretores passaram a tomar muitas decisões erradas e não ajudaram no desenvolvimento de seus jovens talentos. Também houve inúmeras trocas de treinadores e uma mudança na gestão executiva que, após um longo período, foi começar a dar resultados apenas na temporada atual”, comenta.

Impacto da contratação do técnico Mike Brown

Após ter passado por uma mudança de treinador no meio da temporada anterior, a franquia contratou Mike Brown para o cargo de técnico principal em maio de 2022. Como treinador, o Brown já havia conquistado um vice-campeonato em 2007, pelo Cleveland Cavaliers, e havia feito parte da comissão técnica de treinadores vitoriosos, como Gregg Popovich e Rick Carlisle. 

De 2016 a 2022, o comandante atuou como auxiliar técnico no Golden State Warriors e foi peça importante na equipe que se tornou uma das maiores dinastias da NBA. Ao todo, foi campeão da liga em quatro oportunidades como auxiliar — três no Golden State e uma no San Antonio Spurs. 

A experiência de Mike Brown e a implementação de um estilo de jogo ofensivo mostraram-se eficientes e os Kings encerraram a temporada regular com 48 vitórias. Aliado a isso, o técnico apresentou uma grande capacidade na exploração do potencial de jovens atletas, como o calouro da equipe, Keegan Murray, que encerrou o seu primeiro ano com média de 12.9 pontos por partida. A consagração do ótimo trabalho de Brown veio ao fim da temporada, quando venceu de forma unânime o prêmio de Melhor Treinador do Ano.

Mike Brown foi eleito o melhor treinador da temporada [Imagem: Reprodução/ Twitter/ @sacramentokings]

Sabonis e Fox: duas estrelas em ascensão

Durante a pré-temporada, os Kings movimentaram-se ativamente no mercado. Com dois promissores armadores no elenco, De’Aaron Fox e Tyrese Halliburton, a equipe observou a necessidade de abrir mão de um deles para a adição de um pivô ao plantel. Halliburton foi o escolhido para ser enviado ao Indiana Pacers, em uma troca que trouxe o lituano Domantas Sabonis a Sacramento. 

Em sua primeira temporada na Califórnia, o pivô teve seus melhores números na carreira. Ele liderou a liga em rebotes com 12.3 apanhados por jogo, teve uma média de 19.1 pontos e de 7.3 assistências. Sua imensa contribuição para a franquia acarretou sua presença na lista do All Star Game e no All-NBA Third Team.

De’Aaron Fox aproveitou a chance de permanecer em Sacramento e tornou-se o principal jogador da equipe. Teve uma média de 25 pontos e de 6.1 assistências por jogo. O seu protagonismo e os arremessos precisos nos momentos mais tensos das partidas renderam ao armador o prêmio de jogador clutch da temporada, ou seja, o jogador com o maior poder de decisão nos minutos finais dos confrontos. Assim como seu companheiro, Fox também marcou presença na lista do All-NBA Third Team.

Fox e Sabonis tiveram números surpreendentes nas principais estatísticas [Imagem: Reprodução/ Instagram/ @dsabonis11]

Fator torcida

Desde o momento em que a franquia se tornou uma das sensações da temporada, o público de Sacramento abraçou a equipe e foi um aspecto significativo na campanha. Os fanáticos californianos passaram a ser conhecidos como uma das mais calorosas torcidas da liga devido ao barulho provocado por eles no Golden 1 Center. Um momento emblemático ocorreu em uma partida contra o Utah Jazz, em que uma cesta de Kevin Huerter virou a partida nos segundos finais e levou o ginásio ao delírio:

Kevin Huerter acerta uma cesta de três e vira o jogo contra o Utah Jazz [Reprodução/ Youtube/ The NBA Freak]

Outra tradição adotada pela torcida do Kings foi o ‘Light the Beam’ (acenda o laser, em português). A frase era gritada pelos presentes no ginásio após cada vitória da equipe e prontamente um feixe de luz roxo surgia de dentro da arena e iluminava o céu da cidade, anunciando a toda Sacramento mais um triunfo do time local.

Após mais uma vitória, Sabonis (em destaque) aciona o botão que acende o feixe de luz do ginásio [Reprodução/ Twitter/ @sacramentokings]

Torcida do Sacramento do lado de fora da arena observando o laser roxo sendo acionado [Reprodução/ Twitter/ @mattfraser_9]

Como manter o nível para as próximas temporadas?

O alto nível das performances apresentadas pelo elenco do Kings provou a capacidade da equipe de competir contra as principais equipes da liga. De acordo com Marcelo Gomes, a manutenção do plantel e do atual treinador são fatores fundamentais para que a franquia permaneça em busca de grandes objetivos na competição.

A grande quantidade de jovens na equipe exige um amadurecimento coletivo que pode ter feito falta nos playoffs da atual temporada. Após vencer os dois primeiros jogos da primeira fase eliminatória contra o Golden State Warriors, o  Sacramento tomou a virada e foi eliminado pela experiente equipe liderada por Stephen Curry.

Segundo Marcelo, a união da equipe com a cidade de Sacramento será preponderante para definir os rumos da franquia nos próximos anos: “É preciso firmar essa sinergia entre o time e a cidade, conforme ocorreu no final da temporada. Para equipes de basquete, a ligação com a comunidade é muito importante e, caso a franquia consiga unir essa sinergia com boas atuações em quadra, certamente alcançará ótimos resultados”, finaliza o narrador.

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