O Brasil não deu chances para o adversário nas oitavas de final da Copa do Catar. Teve retorno de lesão, teve gols, e teve muita dança. A seleção brasileira venceu a Coreia do Sul por 4 a 1 no estádio 974 e finalmente empolgou na competição. Paquetá, Raphinha, Vinicius Júnior, Richarlison e Neymar ditaram o ritmo de uma equipe que fez o que quis no primeiro tempo e jogou com tranquilidade na etapa final. 

Seja como país do futebol ou até mesmo como país da dança, o Brasil, que mais de 213 milhões de brasileiros queriam ver, enfim deu as caras no Catar. A seleção não vinha jogando mal. Teve pela frente um dos grupos mais difíceis da competição e conseguiu a classificação antecipada para a fase mata-mata. Mas faltava aquela partida que empolgasse o torcedor e espantasse a insegurança. Veio aí!

Durante a semana, toda a expectativa estava no departamento médico. Depois de enfrentar Camarões, o lateral-esquerdo Alex Telles e o atacante Gabriel Jesus tiveram lesões constatadas e foram cortados da competição. Neymar, Danilo e Alex Sandro, lesionados anteriormente, trabalharam com intensidade para se recuperar a tempo de voltar para a partida. Para o  camisa 2 e o camisa 10, a estratégia deu certo. Na ausência de Alex Sandro, Danilo fez a lateral-esquerda e Militão foi mantido no time, na lateral-direita.

Quando a bola rolou, o baile brasileiro começou cedo. Logo aos 6 minutos do primeiro tempo, Raphinha fez excelente jogada pelo lado direito e cruzou para o  meio da área. Enquanto os coreanos se preocupavam com Richarlison, Neymar e Paquetá vindo por dentro, a bola caiu nos pés de Vini Jr., que teve tempo, calma e tranquilidade para colocar a bola dentro do gol. Começava a festa!

Pouco depois, aos 10 minutos, Vini tentou um passe para a grande área e Richarlison surpreendeu o defensor sul-coreano, que acabou cometendo um pênalti em cima do camisa 9. Sem nenhuma surpresa, Neymar, um dos melhores batedores de pênaltis do mundo, cobrou do jeito que todo goleiro já sabe, mas nenhum pega. 

O Brasil abriu 2 a 0 e Neymar se tornou o terceiro jogador da história do futebol brasileiro a marcar gols em três Copas do Mundo, ao lado de Ronaldo e Pelé. Ele também chegou ao seu gol de número 76 com a camisa da seleção e se aproximou da marca de gols do Rei em jogos oficiais (77). 

O ritmo do jogo era acelerado e os sul-coreanos tentavam uma reação. Aos 16’ Hee-Chan acertou um belo chute na direção do gol e fez o goleiro Alisson trabalhar com as mãos pela primeira vez na competição, com grande defesa. O goleiro brasileiro, que não sofreu nenhuma finalização em direção a seu gol nas duas partidas que disputou, continuou trabalhando e defendeu outro chute dos sul-coreanos aos 25’.

Para quebrar a reação dos adversários, a seleção só precisou de mais uma chance. Pouco tempo depois de uma cobrança de escanteio, a pressão alta dos jogadores brasileiros funcionou perfeitamente. No famoso “perde-pressiona”, Richarlison brigou com os zagueiros sul-coreanos pela bola, e trabalhou com Marquinhos e Thiago Silva, que no melhor estilo de camisa 10, deixaram o pombo na cara do gol para fazer o terceiro gol do Brasil.

Sem conseguir reagir, a Coreia do Sul sucumbiu ao baile brasileiro de uma vez por todas aos 35’, quando Vini Jr. disparou pela esquerda e recebeu a bola de Neymar. O camisa 20 fez relembrar os tempos nas categorias de base do Flamengo quando cruzou nos pés de Lucas Paquetá, ex-companheiros na Gávea,que bateu com categoria no canto direito do goleiro. Era 4 a 0 fora o baile (literalmente).

A seleção brasileira ainda teve duas oportunidades de ampliar ainda mais o placar. Uma com Paquetá e a outra com Richarlison, mas a primeira etapa terminou marcando 4 para o Brasil e 0 para a Coreia do Sul.

No segundo tempo, os sul-coreanos conseguiram equilibrar a posse de bola e tentavam impedir o Brasil de ampliar a vantagem. Raphinha foi o único dos cinco jogadores que jogam mais no campo de ataque brasileiro a passar em branco. O camisa 11 fez um belo jogo, criou muitas oportunidades, mas parou no goleiro adversário.

O Brasil jogava com tranquilidade, fazia alterações e continuava atacando a Coreia do Sul, mas sem levar grande perigo. Tite sacou Militão, que está pendurado e era o único jogador em campo que também havia sido titular contra Camarões, e colocou Daniel Alves. O destaque da partida passada, Gabriel Martinelli, teve nova chance entrando no lugar de Vini Júnior. 

Neymar e Danilo, recém recuperados de lesão, deram lugar a Bremer e Rodrygo, e para que todos pudessem jogar na competição, Tite substituiu Alisson — que fez excelente partida — por Weverton. O goleiro do Palmeiras entrou nos 10 minutos finais, e com isso a seleção brasileira é a única da Copa até então que utilizou todos os seus 26 jogadores convocados.

Para os sul-coreanos, restou um último suspiro de comemoração na Copa do Mundo aos 75’, quando Seung-Ho Paik aproveitou a sobra numa cobrança de falta e fuzilou no gol de Alisson para diminuir o placar. Sem muito movimento nos minutos finais, a partida terminou 4 a 1 para o Brasil, que empolgou sua torcida e passou a botar ainda mais medo nos futuros adversários. O próximo confronto é na sexta-feira, dia 9, às 12h (horário de Brasília) contra a Croácia, atual vice-campeã do mundo, que eliminou o Japão nos pênaltis para avançar na competição. 

Após o apito final, todo o elenco da seleção brasileira se reuniu no meio de campo para prestar uma homenagem ao Rei do futebol. Pelé está hospitalizado desde o dia 29 de novembro e combate um câncer no cólon. Bandeirões foram estendidos pela torcida brasileira e os jogadores levaram uma faixa com o nome e uma foto do Rei ao centro de campo. Pelé tem se manifestado nas redes sociais por meio de seus familiares acompanhando a seleção brasileira no Catar e agradeceu as homenagens.