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Liderada pela melhor jogadora do mundo e em meio a polêmica, Espanha chega ao mundial como uma das candidatas ao título

Apesar da pouca tradição, a Roja conta com seu forte elenco para superar as recentes polêmicas e buscar conquista inédita na Oceania

Após conquistar seu melhor resultado em Copas do Mundo na França, em 2019, quando foi eliminada pela seleção norte-americana — que se sagrou tetracampeã — nas oitavas de final, a Espanha será cabeça de chave de um mundial pela primeira vez. Essa mudança passa pelo grande desenvolvimento recente da seleção, que aumenta as expectativas para um resultado ainda mais contundente. 

O bom investimento feito pela Federação Espanhola de Futebol (RFEF) aumentou a infraestrutura e a visibilidade da modalidade dentro do país. Após um bom desempenho nas duas últimas Eurocopas, a Roja precisa superar os recentes problemas de relacionamento envolvendo o elenco e seu técnico, Jorge Vilda, para alcançar a glória na nona edição do maior torneio de futebol do mundo.

O desenvolvimento e o investimento do futebol feminino espanhol refletem na seleção da Espanha

O futebol feminino espanhol passou por um processo de desenvolvimento significativo nas últimas décadas. Porém, apenas nos últimos anos e depois de muito esforço é que essa transformação pôde ser visualizada.

A RFEF tem realizado investimentos significativos na modalidade ao promover programas de desenvolvimento e melhorias na infraestrutura, o que tem aumentado a visibilidade do esporte no país. Esse subsídio tem contribuído para o crescimento do número de jogadoras, para a melhoria da qualidade técnica e tática e para o fortalecimento das competições internas, como a Liga Iberdrola.

Uma das jovens promessas dessa seleção, Athenea del Castillo atua pelo Real Madrid feminino na Liga Iberdrola [Imagem: Reprodução: Instagram/@atheeneea_10]

O destaque e os resultados expressivos nas últimas participações em torneios reforçam uma retomada do futebol feminino espanhol. Após atingir a semifinal da Eurocopa em 1997, a seleção voltou a ter mais destaque na competição nas duas últimas edições, em 2017, na Holanda, e em 2022, na Inglaterra, quando atingiu as quartas de final. As oitavas de final alcançadas na última Copa do Mundo, por sua vez, foram uma conquista importante para uma seleção que, até então, só havia disputado um mundial, em 2015, e caído na fase de grupos. Os resultados expressivos para uma seleção que havia sumido do radar das grandes equipes europeias após a boa campanha europeia de 1997 evidenciam que o investimento obteve resultados e as consolidou como uma das principais candidatas ao título na Oceania.

Putellas comanda uma equipe jovem e talentosa

A Espanha conta com um elenco praticamente todo formado pelo atual campeão da Liga dos Campeões da Uefa, o Barcelona. A equipe blaugrana é a base do time titular espanhol. A equipe ainda conta com muitas atletas do Real Madrid Feminino. Além de Alexia Putellas, eleita duas vezes a melhor jogadora do mundo pela Fifa e pela revista France Football, nomes como os de Jenniffer Hermoso, Aíntana Bonmatí, Cláudia Pina, Irene Paredes e Virginia Torrecilla têm brilhado em suas respectivas posições, conquistado prêmios individuais e sido reconhecidas como referências do futebol feminino. 

Alexia Putellas, eleita melhor jogadora do mundo no troféu Fifa The Best, da Fifa, e pelo prêmio Ballon D’Or, da France Football, em janeiro de 2022 [Imagem: Reprodução: Instagram/@alexiaputellas]

Além disso, a presença dessas jogadoras em ligas de destaque contribui para a evolução técnica e tática do futebol feminino no país e faz com que a Espanha seja uma das favoritas ao título. Entretanto, elas terão que superar fatores que vão além do gramado para seguir com o sonho do título inédito.

Polêmicas com o treinador: novo adversário 

Em 2022, 15 jogadoras da seleção espanhola se recusaram a defender a equipe pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2023. As atletas alegaram que não possuíam condições emocionais para seguir atuando pela seleção após a manutenção do treinador Jorge Vilda no comando técnico da equipe — ele está há oito anos no cargo.

Pouco antes, algumas atletas haviam pedido a demissão do treinador por meio de um e-mail, devido às sequências de maus resultados e a não concordarem com os métodos de Vilda. No entanto, a solicitação foi negada e o técnico foi mantido no cargo pelo presidente da federação, Luis Rubiales. O contrato do comandante vai até 2024 e sua demissão nunca foi considerada por seus superiores.

Porém, esse imbróglio vem deixando o ambiente da equipe cada vez mais conturbado. A zagueira Mapi León, do Barcelona, revelou que não disputará o mundial, pois acredita que as mudanças internas da federação não vem surtindo efeito. 

“A partir de hoje não estarei na Copa do Mundo e isso me entristece, ganhei a vaga e merecia estar lá. Não é uma decisão tomada levianamente, mas Mapi León tem uma forma de vida e valores. Não posso voltar se não vierem mudanças, e o que houve hoje [mudanças internas] é insuficiente, não as vejo”, disse a defensora espanhola. 

Várias atletas assinaram o documento pedindo a saída de Jorge Vilda. A informação veio a público posteriormente, via própria federação, que manifestou seu apoio ao treinador. Devido ao rumor do desejo de não convocação por parte de algumas atletas, expressou que “contará unicamente com jogadoras comprometidas, ainda que tenha que jogar com juvenis”.

As atletas responderam com críticas à federação por tornar pública “de forma parcial e interessada” uma comunicação privada com informações que, segundo elas, afetavam diretamente a sua saúde mental. O comunicado seguiu e as jogadoras afirmaram que não renunciariam à seleção, mas admitiram pedir para não serem convocadas na ocasião, em setembro do ano passado. 

Em setembro de 2022, jogadoras da seleção espanhola emitiram nota em conjunto com críticas à Federação Espanhola [Imagem: Reprodução: Instagram/@aitana.bonmati]

“Queremos uma aposta firme em um projeto profissional no qual todos os aspectos para obter o melhor desempenho de um grupo de jogadoras com quem acreditamos que mais e melhores objetivos podem ser alcançados sejam considerados. Desejamos o melhor para a RFEF, para a Seleção Nacional Feminina e para nós em particular, sem entrar em guerras públicas. Nunca pedimos a demissão do treinador, como foi referido”

Jogadoras, em trecho da nota

A queda de braço segue e, como consequência, nenhuma das atletas que promoveram o boicote foi convocada nas oportunidades seguintes. Com exceção de alguns nomes, a seleção fez sete jogos em 2023 e a maioria delas segue fora da lista de Vilda.

Caminho da Espanha na Copa do Mundo

Independentemente das polêmicas e da presença ou não de algumas de suas principais atletas, o fato é que a competição se aproxima para a Espanha e o caminho parece ser tranquilo no grupo C. 

A Roja estreia contra a Costa Rica, no dia 21 de julho, às 4h30 (BRT), no Wellington Regional, na cidade de Wellington. Após enfrentarem as centro-americanas, as espanholas desafiam a Zâmbia no dia 26 de julho, às 4h30 (BRT), no Eden Park, em Auckland. Para fechar uma fase de grupos disputada toda na Nova Zelândia, elas terão um duro confronto contra o Japão no mesmo palco do primeiro jogo, às 4h (BRT) do dia 31.

*Imagem de capa: Divulgação/RFEF

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