Por Mariangela Castro (mariangela.ctr@gmail.com )
Tudo começou com uma mentira. É claro. Não poderia começar de outra forma.
Antes de mais nada, quero dizer que eu sou uma pessoa bem confiável, acho bom esclarecer isso logo no início. Eu falo muito sobre minhas mentiras ao longo deste texto e é capaz que você, leitor, termine-o me achando uma pessoa horrível. Mas pode confiar em mim. O que acontece, na verdade, é que eu não minto porque quero, mas acabo me metendo em situações onde a mentira é claramente a única saída.
Foi assim que tudo começou.
Eu estava tranquila, no sofá, quando recebi uma mensagem de uma amiga me fazendo uma pergunta sobre uma história que contei há muito tempo atrás (que na verdade nunca tinha acontecido). Veja bem, crianças mentem! A gente não pode julgá-las por causa disso! Tenho certeza absoluta de que você, quando criança, contou um monte de mentiras e hoje se envergonharia se fosse confrontado sobre elas. Eu li aquela mensagem e gelei. Pensei: “socorro, e agora?”. E então inventei outra história para me justificar. Eu menti.
Depois disso senti uma dor na boca do estômago (sinto agora só de lembrar). As mentiras que conto no dia a dia são aquelas pequenas, sabe? Que ninguém liga. Mas dessa vez tinha mentido DE VERDADE. A dor só aumentava e, por alguma razão, não conseguia pensar em outra coisa. Isso me deixou brava. Por que eu estava sentindo isso? O que significava?
E é por causa dessa dor que nós estamos aqui neste momento.
Preste atenção, a ideia era: se eu entender – e digo entender de verdade – por que as pessoas mentem e, principalmente, o que era aquela dor que eu estava sentindo, a dor iria sumir. Era isso que eu tinha que fazer.
E é estranho porque, sendo bem sincera, nunca pensei que esse texto realmente fosse ser escrito. Acho que na minha mente ele era só um pretexto para eu entrevistar pessoas que respondessem às minhas perguntas e me fizessem sentir melhor. Não pensei que realmente fosse sentar e escrevê-lo. Até agora.
E só agora eu percebo também que este texto todo foi construído em cima de mentiras. Eu menti e tive a ideia de produzi-lo. Eu menti pelo menos uma vez para todas as pessoas que entrevistei. Eu menti muitas vezes para os meus editores. Hoje mesmo. Disse para eles que estava escrevendo loucamente, quando na verdade nem tinha começado. Disse que entregaria (sem falta) em um determinado dia, quando tinha a certeza de que atrasaria pelo menos uma semana. Disse que estava tudo sob controle, mas na verdade eu estava prestes a desistir.
Então vamos lá, existem cinco principais perguntas que eu quis responder com essa reportagem:
1 – Por que as pessoas mentem?
2 – Temos a necessidade de mentir?
3 – O que é a “dor na consciência”?
4 – Quando a mentira vira doença?
5 – É possível viver sem mentir?
E pensando como eu, uma total leiga no assunto, havia três áreas que selecionei como principais: antropologia, neurociência e psicologia.
Não existem mentiras pequenas
Eu conversei com a Ana Lúcia Pastore por telefone. Ela é professora do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, e foi a minha primeira entrevistada para esta matéria.
Eu menti pra ela quando disse: “Professora, tem como a gente remarcar a entrevista para amanhã? Eu tive um imprevisto” (eu não tinha tido um imprevisto).
Segundo Ana, quando alguém mente é porque há naquele assunto alguma tensão, alguma polêmica. Há segredos envolvidos, vergonhas, coisas a serem escondidas. “Pra quem estuda relações sociais, a mentira é extremamente relevante. Se percebemos que alguém está mentindo, quer dizer que ali existe algo importante. Se você mente, há algum valor em jogo que merece ser preservado, parcialmente omitido ou revelado. A mentira é um dado de pesquisa.”
Para mim ela estava falando sobre mentiras muito grandes, o que não era bem o que eu queria, então perguntei: “mas e as mentiras pequenas? Do dia a dia?”. Ela riu e disse: “Não existe mentira pequena. A mentira sempre envolve um jogo de fazer o outro acreditar em algo que não aconteceu. Quem mente tem que ter uma performance que convença o outro de que aquilo que está sendo dito é verdadeiro. Envolve muitos jogos que podem ser interpretados de muitas formas. Pequenas mentiras somadas destroem uma relação de confiança.”
Neste momento eu senti a dor do julgamento da sociedade me esmagando. Só conseguia pensar ‘eu sou uma mentirosa, vou destruir todas as relações de confiança que tenho’ e quase me arrependi de ter decidido fazer essa reportagem. Então parti para a próxima pergunta: “nossa sociedade precisa da mentira para existir?”
“Falar ‘nossa sociedade’ é muito amplo. Mas não existem grupos sociais nos quais a mentira esteja ausente, em todos eles há jogos de poder nos quais você manipula valores. Mentira e verdade caminham sempre juntas. É impossível que alguém só minta ou só diga a verdade. Mas ao mesmo tempo, quando alguém mente, essa pessoa sabe exatamente o que deveria ter dito para ser 100% transparente”, foi a resposta que ela me deu, e me deixou um pouco mais aliviada.
Para concluir, a professora achou importante ressaltar que mentiras e verdades são construções sociais. E quando eu perguntei porque é impossível viver sem contar nenhuma mentira, ela me disse que no jogo da vida social ninguém pode estar no espaço público totalmente exposto. “A mentira não é necessariamente algo ruim, às vezes ela preserva uma pessoa de algo que pode não ser bom, e ninguém tem que se expor o tempo todo. Dizer a verdade pode causar danos terríveis quando envolve consequências graves para os outros. Às vezes você mente para se preservar. Envolve sempre decisões da vida social que não são fáceis, que são ambíguas, que são polissêmicas, que têm vários sentidos.”
E quando eu associei essa última fala à história mentirosa que contei para minha amiga, isso fez todo o sentido.
Nunca paramos de observar e imitar
Depois dessa conversa social um pouco abstrata, falar com uma neurocientista parecia o certo. Foi quando conversei por telefone com a Katerina Lukasova, do grupo de neurociência da UFABC.
Tínhamos combinado de realizar a entrevista às 15h, mas eu só liguei para ela às 15h20. Disse que estava sem sinal, mas na verdade só tinha esquecido mesmo. A entrevista foi ótima, mas Katerina, desculpa dizer isso, quando você tentou me explicar como as neuroimagens eram feitas e eu respondi “ahhhh, entendii”, na verdade não tinha entendido.
A primeira pergunta que fiz era se o cérebro tinha alguma parte exclusivamente ligada à mentira. Então ela disse que “isso, na verdade, é uma ideia antiga da frenologia, que tentava mapear comportamentos específicos na cabeça. Mas hoje sabemos que não funciona assim, não há uma região específica. O que existe são estudos de imagem que mapeiam qual o padrão de ativação durante tarefas. Mas o resultado ainda não é completamente seguro para utilizarmos como um detector de mentiras, por exemplo.”
Ela me contou diversos experimentos que criam situações artificiais nos quais a pessoa deve optar por mentir ou não. E quando mente, vive um certo “conflito neural”. Neste caso, as regiões frontais do cérebro são as mais ativadas, pois envolvem tomada de decisões e monitoramento. Essas mesmas regiões também se relacionam com atividades de cunho moral e valores sociais, o que é intrinsicamente ligado à mentira.
Quando eu perguntei o que é a dor na consciência, ela me deu uma reposta bem surpreendente: “Todos os nossos valores e conceitos sobre o que é certo ou errado são construídos socialmente, aprendidos e internalizados. O cérebro tem um circuito que monitora se eles são colocados em prática. De alguma maneira nosso cérebro nos dá valores, pesos e talvez punições internas no sentido de sentimentos negativos. Isso acontece quando a gente transgride as regras e também depende do funcionamento da parte frontal.”
Para Katerina, quando nos comparamos com outros animais, existem funções sociais que nos favorecem (ou desfavorecem) na convivência entre seres humanos. A dor na consciência se encaixa neste quesito. Ela também me explicou que, apesar de não compreendermos a linguagem de outros animais para saber se eles mentem, são sim observados comportamentos de “sacanear o outro” e “tirar vantagem”.
Após a conversa, eu obtive a resposta de uma pergunta que nem sabia que tinha: De onde veio o nosso hábito de mentir? Como aprendemos isso?
Segundo ela, quando as crianças são pequenas e começam a dominar a fala, também começam a inventar histórias, pois nessa idade é muito difícil separar a realidade da fantasia. Entretanto, nós, seres humanos, aprendemos muito apenas observando e imitando. E, conforme crescem, as crianças observam os adultos mentindo e fazem o mesmo. “A mentira tem motivos justos no começo, mas ao passar dos anos as crianças estabelecem esse comportamento como parte do repertório, porque ela vê que isso é esperado, é normal e que consegue tirar vantagem mentindo.”
Em algum momento da vida, aprendemos que temos que mentir
Chegou a vez da psicologia. Não vou mentir, estava bem animada para saber o que essa área diz sobre o assunto. Eu particularmente tive muita sorte, os dois psicólogos que entrevistei tinham coisas incríveis para falar.
Primeiro, conversei com Renan Miguel Albanezi, especialista em Análise do Comportamento pelo Núcleo de Educação Continuada do Paraná e em Terapia Comportamental pela Universidade de São Paulo. Nos encontramos no Instituto de Psicologia da USP. Eu atrasei e disse pra ele que havia ficado presa no trânsito, mas na verdade tinha demorado muito para sair de casa.
Depois de um tempo, entrevistei também a Mariéle Cortez, professora do Departamento de Psicologia da UFSCar. Nos falamos por telefone e em determinado momento tive que começar a entrevista novamente – disse que tinha caído a ligação, mas na verdade eu só tinha esquecido de apertar o botão gravar. (Descobri que faço isso muitas vezes).
A primeira coisa que perguntei para eles foi o porquê das pessoas mentirem. O Renan me disse que a mentira acontece em duas situações: para conseguir algo e para se livrar de algo. Ou seja, nós nos comportamos com base nas experiências anteriores que tivemos e nas recompensas que recebemos. Em algum momento da vida aprendemos que mentindo conseguimos as coisas que queremos e nos livramos daquilo que não desejamos.
“As crianças são ensinadas a falar a verdade, mas quando ela quebra um copo e assume, seus pais brigam e a colocam de castigo. Então ela fica confusa, porque teoricamente fez o certo falando a verdade, mas recebeu uma recompensa ruim. Da próxima vez que quebra um copo, ela não assume a culpa, e então percebe que mentindo pode se livrar daquela situação desagradável que passou.” Para ele, a mentira é essencial para a sobrevivência, sem isso não conseguiríamos sustentar nossas relações pessoais.
Mariéle completou dizendo que existem variáveis que influenciam nosso comportamento nesses casos: “fizemos um estudo recente com adultos no qual eles jogavam cartas e tinham que dizer o valor que possuíam em mão. O nível de mentira era relativamente baixo. Mas manipulamos uma situação em que colocamos o participante para ver outro jogador, que mentia todas as vezes. Em seguida o participante jogou a partida novamente e depois disso passou a mentir significamente mais do que antes.” A audiência também é uma variante de grande influência, é mais provável que confessemos a verdade para um computador do que para um conhecido, por exemplo.
A psicologia encara a mentira como um outro comportamento qualquer. Se seguido por consequências boas, tende a aumentar de frequência. Se seguido por consequências agressivas e ruins, tende a diminuir.
Mitomania é o nome que se dá à doença na qual a pessoa não consegue parar de mentir. Eu perguntei para eles quando isso acontece, em que momento a mentira vira doença (não que eu esteja preocupada, risos).
Mariéle me respondeu que não há um consenso na área acerca do momento no qual a pessoa se torna um mitômano (aquele que possui mitomania). Mas que no geral é quando a frequência é tão alta que causa danos e atrapalha a vida das pessoas constantemente. “O mitômano mente em situações que nem necessitava mentir, poderia ganhar sucesso, por exemplo, falando a verdade. Mas esse comportamento já foi tão fortalecido que se torna prejudicial.”
Renan disse que, quando se conversa com um mitômano, ele não consegue sustentar uma história nem por 15 minutos. As contradições nas coisas que conta são muito evidentes. Mas ele também explicou que, na maioria das vezes, a pessoa com mitomania não mente sobre o que ela quer ou sobre o que precisa, e sim sobre si. Isto é, ela diz que precisa de um carro porque é uma grande executiva. Mas na verdade precisa de um carro porque é taxista, não executiva. Ou seja, em algum momento da vida, o mitômano aprendeu que ele não pode ser ele mesmo. Porque se ele for ele mesmo, não será aceito nem respeitado.
Então eu fiz a pergunta mais importante de todas: O que é a dor na consciência?
Renan me disse que é quando lembramos da punição que sofremos e sentimos medo e vergonha. Portanto, essa dor pode ser tanto o próprio julgamento moral, de se sentir mal por ter mentido, quanto o medo da consequência que virá se você for descoberto.
A Mariéle complementou: “[A dor na consciência] também é chamada de culpa, em geral ela se dá porquê aprendamos a partir de regras que mentir é “feio”. Por meio dessa aprendizagem ou pelas consequências que temos, acabamos por classificar o nosso próprio comportamento como inadequado, mesmo quando não tem ninguém pra falar isso pra gente. Às vezes, até contamos a verdade, para tirar esse sentimento ruim de ter feito algo errado. Ou então tentamos secretamente minimizar essa atitude de algumas formas, agradando o outro, por exemplo.”
Algo muito precioso
Após essa longa sequência de entrevistas, ainda me sobrava uma pergunta fundamental a ser respondida: É possível viver sem mentir?.
É claro que eu já sabia algumas coisas. Quer dizer, é biologicamente possível viver assim, mentir não é essencial como beber água (né?). Mas e socialmente? Convivendo com pessoas? Seríamos capazes de levar uma vida sendo sempre 100% honestos?
Só havia uma forma de responder essa pergunta. Apesar dela não me parecer muito agradável, era como se tivesse que ser feita. Desafiei-me a ficar 15 dias seguidos sem contar nenhuma mentira. E com nenhuma, quero dizer nem uma mesmo. Nada. Only true reactions (apenas reações verdadeiras).
Escolhi o intervalo entre os dias 1 e 15 de março de 2018 para realizar este “experimento social”. A priori me parecia bom, porque eu teria um tempo razoável para finalizar este texto (quem diria que eu estaria escrevendo na madrugada antes da entrega já atrasada, né?). Mas depois comecei a perceber algumas problemáticas. Por exemplo, meu aniversário era no meio desse intervalo. Como seria possível ficar o dia do meu aniversário sem contar nenhuma mentira? E se uma pessoa que eu odeio me desejasse parabéns? Eu não poderia responder “desejo tudo em dobro para você”.
Além disso, no meio deste intervalo, também era a volta das aulas na faculdade. Ou seja, haviam calouros chegando, e eu não iria poder mentir para eles! Isso significava que, caso me perguntassem, eu teria que ser completamente honesta sobre o que eu achava da faculdade, do curso de jornalismo, das entidades estudantis ou das pessoas. Isso era assustador.
Mas decidi seguir em frente.
Talvez o dia mais dramático tenha sido 28 de fevereiro (sim, um dia antes do experimento). Quando eu lembrei que a partir do dia seguinte teria que dizer apenas a verdade, fiquei um pouco desesperada. Comecei a pensar em todos os acontecimentos que pudessem ocorrer nos próximos 15 dias e que talvez fossem necessitar de uma mentirinha. O maior medo que sentia era que as pessoas descobrissem que eu estava neste processo e quisessem se aproveitar de mim. E se aquele cara que partiu meu coração me perguntasse se podíamos ser amigos? Eu teria que ficar 15 dias sem responder a mensagem?
A minha ação imediata foi responder no Whatsapp as pessoas que eu ainda não tinha respondido e pretendia dar uma “desculpinha” mentirosa para o atraso. Tentei, nesse dia, resolver todas as pendências e preparar minha vida da melhor forma possível.
Mas nunca estamos preparadas para o acaso.
Quero deixar claro que a parte mais difícil para mim não foi ficar sem mentir, e sim lembrar que eu não podia mentir. Toda hora eu esquecia. E quando lembrava tinha que repassar o meu dia todo, cada frase, para ver se eu disse algo que não era verdadeiro. Quando acontecia, tinha que decidir entre deixar como está ou virar pra pessoa e dizer “lembra há dois minutos atrás quando eu disse que estava chegando? Então, na verdade era uma mentira, eu nem tinha entrado no ônibus” (eu disse frases assim muitas e muitas vezes).
As mentiras mais inofensivas são as mais difíceis de evitar.
No segundo dia eu escrevi um M em vermelho bem grande na minha mão, na tentativa de não esquecer. Eu minto demais sem perceber, é tão natural. Acho que no fundo este experimento só me deixou triste.
Eu esquecia de gravar a voz do entrevistado e dizia que teve uma queda de energia no estúdio e teríamos que começar novamente.
“Já fez tal texto Mariangela?”, “estou acabando!” (nem tinha ouvido o áudio da entrevista).
“Não vou poder ir no ensaio hoje da bateria porque tenho um compromisso” (eu só estava com o braço doendo mesmo).
“Porque você tá com essa cara de sono?”, “ a vida tá uma loucura, tanta coisa pra fazer…” (tinha passado a noite toda no Facebook).
Era extremamente difícil lembrar que eu não podia dizer essas frases, porque elas saiam da minha bocas da forma mais natural possível. Eu as dizia de um modo tão verdadeiro, ninguém nunca duvidaria de mim.
Então cheguei a conclusão de que “não”. Não é possível viver sem mentir (eu juro que me esforcei muito mesmo, mas só não consegui). Às vezes era confrontada por pessoas que amo, e a ideia de magoá-las para sempre me parecia muito mais grave do que esta reportagem. Mas eu juro que tentei! Tentei ao máximo! E por isso posso te dar um conselho: não tente fazer isso em casa. Conforme os dias foram passando foi se tornando mais e mais difícil manter a honestidade.
Até que tudo terminou com uma mentira. É claro. Não poderia terminar de outra forma.
Agora, escrevo este último parágrafo. Não quero que vocês pensem que foi um fracasso, na verdade eu aprendi muitas coisas. E este texto é só um efeito colateral, por que o objetivo principal foi atingido: aquela dor sumiu (apesar de eu ainda ter medo de pensar muito no assunto e ela decidir voltar). Às vezes a gente fica triste quando lembra das mentiras que contamos. Isso acontece mesmo. E acho que uma boa forma de lidar com o assunto (e de terminar esta reportagem) é com uma frase dita pela Ana Lúcia Pastore, antropóloga. Uma frase que me ajudou muito: “Quando alguém mente, pra gente é algo muito precioso.”