por Mirella Cordeiro
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Pode chegar para assistir ao filme com todos os seus preconceitos sobre uma comédia romântica. Um Amor à Altura (Un Homme à la Hauteur, 2016) não vai te surpreender. O longa-metragem começa com uma advogada, Diane, chegando em casa. O telefone toca e é um desconhecido que encontrou o celular dela e pretende devolver em um jantar. Sim, o arquiteto Alexandre foi esperto. Conseguiu a oportunidade de conversar um pouco mais com a linda advogada sem que ela se incomodasse com sua altura de 1,36m.
O filme francês, dirigido por Laurent Tirard, não foge do clichê hollywoodiano. Conhecendo parte da história, o final é previsível. Também não foi inovadora a abordagem sobre os problemas da vida de uma pessoa que possui uma altura menor do que a média, pois a vida amorosa provavelmente não é o maior dos obstáculos, mas tratar do assunto pode ser um bom começo.
Diane se apaixona rapidamente pelo homem que se mostra grandioso de coração e eles iniciam um relacionamento não assumido. Talvez pelo fato de ser baixo, o arquiteto se esforça para surpreender as pessoas a todo momento. E o personagem faz isso de forma satisfatória, afinal, ninguém espera pular de paraquedas no primeiro encontro como aconteceu com a advogada. Jean Dujardin também encanta a todos na sua interpretação como Alexandre. Da mesma forma, a belga Virginie Efira não deixa a desejar no seu papel. Logo no início, a atriz deixa claro a personagem desastrada que ela representa com naturalidade.
No desenrolar da trama, Diane tem dúvidas sobre continuar ou não a relação. Ela se mostra preocupada com a opinião do ex-marido (sócio dela) e da família sobre a aparência do amigo, que deseja se tornar namorado. Alexandre inicialmente aparenta ser muito seguro de si, mas depois percebemos que ele também tem suas vulnerabilidades. Por essa razão, Um Amor à Altura, apesar de não inovar na narrativa, não deve ser visto como apenas mais uma comédia romântica, porque propicia a reflexão sobre os nossos próprios preconceitos. Inclusive de forma explícita, quando uma personagem, secretária de Diane, afirma que é um problema de infância estranhar o que foge do padrão, pois nessa época colocam muitos esteriótipos na nossa cabeça.
O filme francês não surpreende na história, tampouco na abordagem. Entretanto discute, de forma leve e descontraída, algumas falhas que temos na sociedade. Os efeitos visuais são bons se levarmos em consideração que o ator Jean Dujardin possui 1,82m e aparece no longa com 1,36m. Assim, pesando na balança do “vale a pena ver”, é melhor se programar para visitar o cinema a partir do dia 4 de agosto. Bom filme!
Assista ao trailer: