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Festival Varilux de Cinema Francês 2019: diversidade no público e nas narrativas

No dia 5 de junho, no teatro da Aliança Francesa, ocorreu a coletiva de imprensa do Festival Varilux de Cinema Francês 2019. Em sua 10ª edição e prestes a alcançar a marca de um milhão de espectadores, o festival de cobertura nacional traz aos cinemas brasileiros a diversidade de histórias e a apreciação de produções …

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No dia 5 de junho, no teatro da Aliança Francesa, ocorreu a coletiva de imprensa do Festival Varilux de Cinema Francês 2019. Em sua 10ª edição e prestes a alcançar a marca de um milhão de espectadores, o festival de cobertura nacional traz aos cinemas brasileiros a diversidade de histórias e a apreciação de produções fora do circuito comercial, em um ato de resistência aos frequentes cortes orçamentários na cultura por parte do governo federal e à dominação de salas de cinema por produções hollywoodianas.

Na coletiva, estavam presentes Emmanuelle Boudier e Christian Boudier, diretores do festival; Alex Michalik, diretor de Cyrano Mon Amour (Edmond, 2019); Swann Arlaud, ator de Graças A Deus (Grâce À Dieu, 2019); Lisa Azuelos, diretora, e Thaïs Alessandrin, atriz, ambas de Meu Bebê (Mon Bébé, 2019) e Pierre Schoeller, diretor de A Revolução em Paris (Un Peuple Et Son Roi, 2019).

Esse ano, o festival conta com a ajuda de 35 Alianças Francesas, além de parcerias com SESCs e salas comerciais de cinema, como Cinemark e Cinépolis, que auxiliarão na exibição dos filmes. Entre os patrocinadores, estão a Essilor/Varilux – principal patrocinadora –, a Ticket/Edenred, o Ministério da Cidadania por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura; a Secretaria de Estado de Cultura, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro; a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Secretaria Municipal de Cultura por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. Com exceção de Amapá, Roraima, Rondônia e Acre, todos os estados serão contemplados com sessões do festival, somando mais de 80 cidades espalhadas pelo país.

Depois de uma fala inicial de Christian Boudier, contando um pouco do festival e de como a edição deste ano é muito importante, pois representa a resistência das artes no contexto de crescente desvalorização e a importância da diversidade – nas telas e no público –, as perguntas foram abertas para a imprensa.

Respectivamente, Thaïs Alessandrin, Lisa Azuelos, Pierre Schoeller,Christian Boudier, Emmanuelle Boudier, Swann Arlaud e Alex Michalik [Foto: Maria Luísa Bassan/Jornalismo Júnior]

O ator Swann Arlaud foi questionado sobre o seu papel e processo criativo para dar vida ao personagem. Em Graças A Deus, ele interpreta Alexandre, rapaz que foi abusado por um padre quando criança e agora luta para levar seu caso a público, como forma de expor a negligência da Igreja e exigir respostas. O caso retratado no filme é real, e Swann teve contato com o homem que sofreu os abusos, o qual ficou muito sensibilizado pelo trabalho do ator. Para Swann, seu papel representa uma ferida invisível, portanto, trazê-lo às telas era muito complicado. O ator disse que, além do roteiro bem escrito, a construção do personagem foi feita a partir da ideia de apresentá-lo como uma pessoa de aparência forte e trazer à tona, ao longo do filme, sua fragilidade e sentimento de repressão.

A diretora Lisa Azuelos contou um pouco mais sobre a temática de seu filme e como ele se relacionava com sua própria vida. Meu Bebê tem como temas principais a “síndrome do ninho vazio”, a ligação e a memória familiares, e a diretora trouxe muito desses sentimentos a partir da própria vivência, uma vez que ela está lidando com a maternidade e sua mãe, Marie Laforêt, é uma cantora muito famosa na França. Quando era mais nova, ela viu a mãe viajar muito, então o sentimento de separação foi muito frequente em sua vida. Quanto à maternidade, disse que sofre muito por antecipação, já imaginando quando suas filhas irão se distanciar dela, então quis trazer esse sentimento para o filme também.

Alexis Michalik, diretor de Cyrano Mon Amour, contou que o processo de criação de seu filme foi extenso e trabalhoso. Ele se inspirou na famosa peça Cyrano de Bergerac, a qual ninguém acreditava no sucesso na época em que foi lançada. O diretor contou que, entre captar recursos, achar um produtor e decidir o direcionamento do filme, passaram-se alguns anos. Cyrano Mon Amour foi desenvolvido a partir de um processo criativo incomum: foi idealizado inicialmente como filme, transformou-se em uma peça chamada Edmond, que alcançou grande sucesso na França, e após o reconhecimento desse trabalho, foi possível levá-lo às telonas. Esse é o primeiro longa de Alexis como diretor.

O diretor Pierre Schoeller expôs para a imprensa como foi a idealização de seu filme, A Revolução Em Paris. Por se tratar de um filme histórico, ambientado na Revolução Francesa, Pierre contou que ele só existiu graças à energia de diversas pessoas, como produtores, atores e historiadores, entre outros profissionais envolvidos. Ele é o idealizador do filme e quis agregar à história um tom intimista ao abordar os personagens de maneira profunda.

Christian e Emmanuelle Boudier pontuaram ao longo da coletiva como os filmes franceses focam em retratar a realidade, trazendo às telas discussões sobre temas como abuso sexual – Graças A Deus  e Inocência Roubada (Les Chatouilles, 2019) são centrados nessa temática. Para eles, o ponto de maior destaque do festival é a diversidade cultural que ele agrega, tanto em relação ao público quanto aos filmes selecionados.

Com a exibição de 16 lançamentos e sessões especiais do clássico Cyrano de Bergerac (1990), o Festival Varilux de Cinema Francês ocorrerá entre os dias 6 e 19 de junho. Confira abaixo o teaser da edição deste ano:

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