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Gorda não é palavrão: A gordofobia sob um viés superficial

Imagem: Reprodução O livro Gorda não é palavrão, lançado em 2017 pela editora Paralela, parte do grupo editorial Companhia das Letras, é escrito pela modelo plus size Fluvia Lacerda. No livro, ela aborda o seu desenvolvimento e relação com seu próprio corpo durante os seus anos de vida. A autora narra detalhes tanto da sua …

Gorda não é palavrão: A gordofobia sob um viés superficial Leia mais »

Imagem: Reprodução

O livro Gorda não é palavrão, lançado em 2017 pela editora Paralela, parte do grupo editorial Companhia das Letras, é escrito pela modelo plus size Fluvia Lacerda. No livro, ela aborda o seu desenvolvimento e relação com seu próprio corpo durante os seus anos de vida.

A autora narra detalhes tanto da sua vida pessoal – como relacionamentos vividos e o nascimento de seus filhos – quanto da vida profissional, comentando seu primeiro contato com o mundo da moda e os consequentes 15 anos de carreira. Ao contar sobre sua história, Fluvia deixa claro que a sua sinceridade sempre a possibilitou de responder aqueles que faziam quaisquer tipos de comentários sobre o seu corpo. “Aquilo [os comentários sobre o seu corpo] não me afetava. Eu, no máximo, achava que a pessoa não tinha mais o que fazer”, explica no livro. Ela também diz que sua relação de aceitação corporal sempre foi muito diferente, pois ela nunca viu problema no formato do seu corpo, não tendo isso como algo negativo, diferentemente da realidade de muitas mulheres.

Durante a narrativa, escrita de forma simples, a autora deixa claro a existência da gordofobia na sociedade e as suas consequências. Ser gordo não significa que as pessoas questionem a sua saúde, enquanto não fazem o mesmo a pessoas magras. Gorda é apenas um adjetivo, assim como magra, alta, baixa. Fluvia diz que as pessoas gordas não podem se abalar com uma palavra que é apenas a forma de afirmar uma característica, mas que, por conta da definição dada pela sociedade, tornou-se algo negativo, como um xingamento.

No desenvolvimento da história, pontos relevantes são mencionados, principalmente envolvendo o mundo da moda. Essa indústria não vende roupas para pessoas gordas e, quando vende, usam modelos plus size em suas propagandas, mas acabam exigindo e impondo um padrão mesmo entre elas. Outros pontos citados por Fluvia envolvem a falta de representatividade nos meios de comunicação, a questão dos padrões que a sociedade impõe às mulheres, o machismo, entre outros.

Apesar dos temas citados por Fluvia serem de extrema importância, a autora os descreve superficialmente, como se fosse uma conversa informal com um amigo, sem qualquer tipo de aprofundamento nas temáticas abordadas. A leitura provoca a sensação de que esses fatos são sendo somente citados ao leitor em meio aos fatos da vida da autora, sem qualquer tipo de aprofundamento ou comentários mais densos sobre os temas.

Outro fator que interfere no desenvolvimento do livro é a repetição contínua de alguns pontos da vida da autora que já foram citados anteriormente, tornando a leitura cansativa em alguns momentos da narrativa. O fato de parecer uma conversa entre amigos, novamente, traz no enredo a certeza que diversos pontos já foram abordados mas estão sendo escritos novamente para reforçar alguns argumentos da escritora, deixando o livro enfadonho.

“Gorda não é palavrão” é um livro de leitura rápida que, junto com diversas frases impactantes, possibilitam que os leitores conheçam a história da autora e alguns pontos sobre gordofobia e a pressão estética sofrida, principalmente, pelas mulheres. Porém, infelizmente, não se aprofunda muito nos assuntos abordados e em alguns momentos é bastante repetitivo e tedioso. Mesmo assim, é um bom livro para introduzir os leitores nas temáticas da importância do empoderamento feminino, gordofobia, machismo e dos diversos padrões impostos pela sociedade, escrito do viés de alguém que vivencia esta realidade.

Por Beatriz Gomes
beatrizgomesf9@gmail.com

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