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“Lenine Em Trânsito”: experimentação e intensidade são marcas do show em São Paulo

Imagem: Bianca Muniz / Jornalismo Júnior No último domingo, 19 de agosto, ninguém saiu só do Sesc Pinheiros. Mesmo depois de escapar da zona de conforto com os álbuns “Carbono” e “Chão”, Lenine alcançou outro patamar ainda mais peculiar no “Em Trânsito”, título também de sua turnê. O artista de Pernambuco somou dos mais diferentes …

“Lenine Em Trânsito”: experimentação e intensidade são marcas do show em São Paulo Leia mais »

Imagem: Bianca Muniz / Jornalismo Júnior

No último domingo, 19 de agosto, ninguém saiu só do Sesc Pinheiros. Mesmo depois de escapar da zona de conforto com os álbuns “Carbono” e “Chão”, Lenine alcançou outro patamar ainda mais peculiar no “Em Trânsito”, título também de sua turnê.

O artista de Pernambuco somou dos mais diferentes elementos para criação das músicas inéditas. Pela primeira vez apresentou elas sem violão para a banda, dando a Jr. Tostoi, Guila, Pantico Rocha e Bruno Giorgi funções essenciais no processo criativo. Além disso, o álbum foi lançado primeiro em show, fugindo da forma convencional do mundo da música. “Foi uma novidade pra mim. E nos levou a produzir um show mais da banda” disse Lenine ao Diário de Pernambuco.

Imagem: Bianca Muniz / Jornalismo Júnior

Quanto à apresentação no Sesc, a sofisticação musical, experimentação e intensidade são as qualidades que caracterizaram o espetáculo. Lenine explorou seu lado rockeiro junto com a brasilidade única de seu som. Os poucos momentos de delicadeza serviram como pequenos respiros antes do incrível fervor proporcionado pelo show. “Leve e suave” foi a ‘subida da montanha-russa’ antes da queda com “Sublinhe e releve”, “Virou Areia”, “Intolerância”, entre muitas outras.

Mesmo com toda essa vivacidade, as letras tocam um lado um pouco mais desesperançoso de Lenine. “O fato de a canção single do projeto ser Intolerância não é gratuito. Ela está sendo a vedete do momento, em todos os universos você vê a intolerância como porta-voz de tudo” diz ao Correio Braziliense.

Papel fundamental dos músicos do conjunto é notável na apresentação de Lenine. Imagem: Bianca Muniz / Jornalismo Júnior

Uma das melhores características do show foram os momentos de protagonismo da banda, principalmente do guitarrista Jr. Tostoi. O músico que possui uma “alma inquieta na eterna procura da beleza”, nas próprias palavras de Lenine, roubou a cena diversas vezes com seus solos primorosos, na exploração da diversidade de seus pedais e na criação de atmosferas cirúrgicas que as músicas exigiam. Não faltou diferenciais para Tostoi: na música “Lá e Lô” tocou sua guitarra com uma baqueta, fazendo novamente em algumas outras da setlist. Uma bela demonstração de virtuose, talento único e bastante marra.

Outro destaque fica para Bruno Giorgi. Conhecido também como filho de Lenine, Bruno faz um trabalho fantástico na produção musical e merece reconhecimento pela sua excelência. Seu momento de maior evidência foi quando dividiu o palco somente com seu pai na música “Ogan Erê”. Nela, nenhum instrumento foi utilizado. Somente vozes e uma somatória de cantos gravados em loop, ao vivo, como fundo para a letra. Certamente o auge da experimentação musical que permeia “Em Trânsito”.

Imagem: Bianca Muniz / Jornalismo Júnior

Ainda no show, tivemos a participação de Gabriel Ventura, guitarrista da banda Ventre, tocando o final da música Umbigo e sendo bastante reverenciado pela banda. No fim, como era de se esperar, Lenine dedicou cinco músicas do bis para tocar seus grandes sucessos – e de fato levantar a plateia. Jack Soul Brasileiro, Hoje eu quero sair só, Paciência, Leão do Norte e Do It foram os hits que garantiram que todos saíssem satisfeitos, desde o fã que queria apreciar novidades até os que esperavam para curtir suas músicas favoritas.  

Por César Costa
cesar.o.costa98@gmail.com

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