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Tênis: Marcelo Melo perde final nas duplas e Brasil vê adiado sonho de título inédito no Rio Open

Ex-número um do mundo e sua dupla, o bi-campeão do torneio Juan Sebastián Cabal, melhoraram ao longo da partida, mas não conseguiram superar inspirada dupla argentina; no simples, Cameron Norrie consegue revanche contra Carlos Alcaraz e é campeão pela primeira vez

Na noite do último sábado (25), Marcelo Melo (39) disputou a final das duplas do maior torneio de tênis da América do Sul, o ATP 500 do Rio de Janeiro, ou Rio Open, ao lado do colombiano Juan Sebastián Cabal (36). Os adversários foram os argentinos Máximo González (39) e Andrés Molteni (34). 

Vice-campeão do torneio em 2014, quando jogou com o espanhol David Marrero e foi derrotado pelo próprio Cabal e por sua dupla, Robert Farah, Marcelo Melo já foi o melhor duplista do mundo em 2015 e em 2017, totalizando cerca de 50 semanas no topo do ranking de duplas da ATP. Marcelo iniciou o torneio na 41ª colocação, enquanto Cabal era o 24º — o colombiano também chegou a liderar o ranking, em 2019, além de ter sido campeão no Rio não só em 2014, como também em 2016, além de ter sido vice em 2017. 

González e Molteni começaram a competição na 39ª e na 42ª posições, respectivamente. Recém campeões do ATP 250 de Córdoba, ambos também venceram o ATP 250 de Gijón, em 2022. González, mais experiente, jogou simples por muito tempo (chegando a ficar entre os 60 melhores tenistas do mundo). Nas duplas, já era campeão do Rio Open de 2019 — ano em que, ao lado do chileno Nicolas Jarry, derrotou os brasileiros Thomaz Bellucci e Rogério Dutra Silva, o Rogerinho, na final. Molteni, por sua vez, tinha três semifinais de Rio Open no currículo antes mesmo da edição de 2023 começar: 2018 (ao lado de Horacio Zeballos, da Argentina), 2019 (com o tcheco Roman Jebavý) e 2022 (junto ao mexicano Santiago González).

Marcelo Melo e Juan Sebastián Cabal: uma dupla vencedora por si só

Marcelo Melo não tinha uma dupla desde que se separou de Mackenzie McDonald, que se lesionou durante o Australian Open, em janeiro. Foi com McDonald que ele venceu seu 36º título de ATP, no ano passado, no ATP 500 de Tóquio. Os derrotados da vez foram Rafael Matos e David Vega Hernández. Os dois anos em que foi número um do mundo, 2015 e 2017, coincidiram com os anos em que venceu títulos de Grand Slam (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open). Em 2015, Melo foi campeão de Roland Garros ao lado do croata Ivan Dodig, enquanto em 2017 venceu Wimbledon jogando com o polonês Łukasz Kubot. Ambos foram parceiros de longa data do brasileiro. Com o croata, foram seis títulos. Já com o polonês, ele foi campeão incríveis 15 vezes. 

Juan Sebastián Cabal, por sua vez, venceu 19 de seus 20 troféus de ATP com Robert Farah, incluindo dois Grand Slams em 2019: Wimbledon e US Open. Ele também tem um título de duplas mistas no Australian Open de 2017, ao lado de Abigail Spears, dos Estados Unidos. Neste ano, porém, Farah teve que se separar de Cabal temporariamente para cuidar de seu filho, recém-nascido. Isso deu a Melo e Cabal a chance de jogarem juntos pela primeira vez.

A campanha das duplas até a final

A dupla brasileiro-colombiana estreou nas oitavas de final em duelo apertadíssimo contra os austríacos Alexander Erler e Lucas Miedler, que iniciaram o Rio Open em 54º e 56º do ranking mundial, respectivamente. Eles venceram o primeiro set por 6 a 4, perderam o segundo por 6 a 3 e, no match tie-break (ou super tie-break), que vai a 10 pontos, venceram por 10 a 7. Nas quartas de final, a vitória veio com tranquilidade por 2 sets a 0, com um 6 a 1 e um 6 a 2 diante dos argentinos Tomas Martín Etcheverry e Diego Schwartzman. Ambos são jogadores majoritariamente de simples e, portanto, mal ranqueados nas duplas em relação a Melo e Cabal (Etcheverry é o 208º após subir 63 posições, enquanto Schwartzman é o centésimo). Já na semifinal, um meio-termo entre a tensão da estreia e a facilidade do segundo jogo: os duplistas derrotaram os franceses Sadio Doumbia (48º do ranking após o torneio) e Fabien Reboul (45º depois da disputa) por um duplo 6 a 4.

Firmes. Juan Sebastián Cabal (E) e Marcelo Melo (D) não sofreram diante da dupla francesa na semifinal. [Foto: Reprodução/Twitter @AlemTenis]

Os argentinos, por sua vez, tiveram ainda mais obstáculos para alcançar a final na Quadra Guga Kuerten, no Jockey Club do Rio de Janeiro. Nas oitavas, a vitória por 2 sets a 0 diante dos brasileiros Mateus Alves (que antes era o 383º do mundo e agora ocupa a 341ª colocação) e João Fonseca (número 726 do mundo após subir 246 posições) já era esperada. Mas foi preciso suar para derrotar os donos da casa. González e Molteni precisaram chegar aos sete games em ambos os sets, vencendo por 7 a 5 e 7 a 6 (com 7 a 4 no tie-break), antes de alcançar as quartas de final. Lá, outro jogo longo, difícil e apertado: foram três sets e mais de duas horas de confronto para que eles vencessem Nikola Ćaćić, da Sérvia (atual número 66 do mundo), e Andrea Pellegrino, da Itália (190 no simples e 298 nas duplas, tendo subido 373 posições apenas pela campanha no Rio), por 2 sets a 1. Os argentinos perderam o primeiro set por 7 a 5 e ficaram muito perto de serem derrotados no tie-break do segundo, vencendo por 9 a 7 e fechando o set em 7 a 6. No super tie-break, vitória por 10 a 3. 

Suado. A vitória de virada de González (atrás) e Molteni (à frente) nas quartas de final foi, definitivamente, o embate mais difícil dos argentinos ao longo de toda a competição. [Foto: Reprodução/Twitter @RioOpenOficial]

Após dois jogos em que a classificação ficou por um fio, a semifinal foi mais tranquila para González e Molteni, que venceram seu conterrâneo Horacio Zeballos, campeão do Rio Open em 2020, e o português Francisco Cabral por 2 a 0, parciais de 6 a 3 e 6 a 4. Zeballos é, hoje, o 13º do ranking, enquanto Cabral ocupa o 52º lugar.

Pré-jogo

As duas semifinais do simples aconteceram antes da final das duplas. E ambas tiveram três sets. Isso fez com que o duelo entre a dupla brasileiro-colombiana e a argentina atrasasse quase uma hora. Com o jogo sendo iniciado após as 23h e depois de uma vitória suada de Alcaraz no simples, o que se viu foi uma Quadra Guga Kuerten com cerca de 25% de sua capacidade máxima (6 200 pessoas), isto é, pouca gente para prestigiar aquele que era, em tese, o jogo mais importante do dia. É comum que partidas de duplas sejam menos atrativas ao público geral do que os jogos de simples, mas tendo em vista a chance de um título inédito para o Brasil com um dos maiores duplistas da história do país jogando em casa, esperava-se mais tanto do público como da organização.

Antes da partida, González falou pelo lado argentino, enaltecendo a amizade que ele e Molteni têm com os adversários. O duplista já jogou ao lado de Marcelo Melo no passado. O brasileiro, por sua vez, teve uma postura mais séria, lembrou o título recém-conquistado pelos argentinos [Córdoba] e elogiou o jogo que ele e Cabal vinham fazendo.

Primeiro set: passeio argentino

A dupla argentina começou sacando, sempre com preferência para González, e abriu 1 a 0. No segundo game, foi a vez de Marcelo sacar. Apesar de alguns bons saques, ele cometeu uma dupla-falta e ainda contou com uma ótima recepção dos oponentes para ser quebrado. Os games seguintes mostraram uma superioridade de González e Molteni em todos os aspectos: eles eram mais intensos tanto na movimentação como na hora de fazer a raquete ter contato com a bola e pareciam mais firmes e agressivos na hora de devolvê-la. Marcelo e Cabal, por sua vez, arriscavam menos e jogavam melhor longe do fundo da quadra — ainda que Cabal fosse melhor nesse aspecto — enquanto os rivais pareciam cobrir muito mais espaço. Marcelo em especial parecia ir muito bem quando estava na rede, mas não conseguia fazer valer seus mais de dois metros de altura para defender lobs e atacar a bola quando ela não vinha em sua direção. Isso tudo, aliado a mais duplas-faltas e a erros não-forçados além do comum, fez com que González e Molteni fechassem o primeiro set em 6 a 1. 

Segundo set: temos um jogo!

No segundo set, Juan Sebastián Cabal começou no saque e o primeiro game já mostrou como o jogo teria um novo e mais realista cenário a partir dali. O colombiano acabou cometendo uma dupla-falta e os argentinos abriram 40 a 0. Ainda assim, Cabal acertou o saque e fez dois aces. Marcelo também pontuou na rede e o jogo ficou empatado em 40 iguais — note-se que em jogos de duplas não existe a vantagem depois do empate em 40 a 40 antes que se feche o game; quando o jogo está empatado nesse cenário, qualquer ponto é vencedor. Apesar da reação, Molteini acabou fechando o game. No momento em que mais precisava reagir, a dupla brasileiro-colombiana tinha sido quebrada logo no primeiro game.

González e Molteini confirmaram seu serviço e abriram 2 a 0, mas Marcelo sacou bem e sua dupla conseguiu diminuir para 2 a 1. O quarto game veio para trazer esperanças à torcida ainda presente nas arquibancadas: em game primoroso de Cabal, a dupla conseguiu quebrar o saque argentino e empatar a partida em 2 a 2. No game seguinte, confirmou seu serviço com o colombiano bem no saque e o brasileiro bem na rede. 3 a 2. O jogo tinha mudado completamente de cenário e praticamente tudo o que faltava a Melo e a Cabal no primeiro set, estava aparecendo no segundo. 

Naquele momento, bastava confirmar seus serviços e quebrar os adversários mais uma vez para levar o jogo para o tie-break. E quase conseguiram: ao som do “Vamos quebrar!” da torcida e com o jogo em 6 a 5 a seu favor (após os serviços serem confirmados), o 12° game teve Marcelo Melo muito bem na rede e Juan Sebastián Cabal forte nas devoluções aos saques de Máximo González, que há alguns games tinha dificuldades em acertar os saques de primeira e teve uma dupla-falta marcada contra si. O brasileiro e o colombiano chegaram a abrir 40 a 30, tendo, portanto, dois set points a seu favor. Mesmo com a vantagem rival e com a pressão da torcida, porém, González e Molteni se recuperaram e empataram o set em 6 a 6.

No tie-break, o jogo vai a sete pontos e o saque é alternado entre as duplas. Logo nos primeiros pontos, a dupla brasileiro-colombiana acabou sendo quebrada em erro de Marcelo. A quebra veio novamente e logo os argentinos tinham 5 a 2 a seu favor. Melo e Cabal tentaram, fizeram boas jogadas, mas a noite terminaria em tango: vitória de Máximo González e Andrés Molteni por 7 a 3 no tie-break, fechando o set em 7 a 6 e o jogo em 2 a 0. Não foi nessa noite que o Brasil ganhou seu primeiro título no Rio Open.

Impecáveis. Máximo González (à direita) e Andrés Molteni (à esquerda) sofreram ao longo de toda a competição para darem show na Quadra Guga Kuerten. [Foto: Reprodução/Twitter @atptour]

Após a decisão, González elogiou o torneio, a cidade e todas as pessoas que vieram acompanhá-lo na decisão, além de dizer que se sentiu muito bem na quadra. Molteni, por sua vez, enalteceu a manutenção da tranquilidade por parte da sua dupla e fez questão de ressaltar que ele e González sabiam que o segundo set seria mais difícil, que a torcida estaria apoiando o Brasil e que o tênis apresentado por Marcelo e Cabal no primeiro set não condizia com sua qualidade. Ele subiu para a 30ª posição no ranking. Andrés também se disse feliz por poder jogar na quadra central do Rio pela primeira vez (o que para um atleta de duplas é ainda mais raro e especial). Andrés é, agora, o número 35 do mundo nas duplas.

Marcelo Melo também falou após a derrota, reconheceu que o jogo adversário foi bem melhor e disse que o segundo set é o que de fato representava o equilíbrio daquela final. Embora abatido, ele agradeceu o apoio do público durante todo o circuito e brincou com os argentinos. O brasileiro subiu para a 38ª colocação. Juan Sebastián Cabal, que é o 21°, também agradeceu ao Brasil e a quem veio apoiá-lo.

A premiação da competição para a dupla vencedora foi de R $640.706 e de R$ 341.737 para os vice-campeões. O troféu, que imita o Pão de Açúcar, foi entregue por André Sá e Bruno Soares, dois nomes de sucesso no tênis nacional.

Próximos passos de Marcelo Melo e Juan Sebastián Cabal

Ainda não se sabe se Marcelo Melo e Juan Sebastián Cabal voltarão a jogar juntos. Por ora, Robert Farah já retornou de seu tempo com a família e disputa, hoje (1º), as oitavas de final do ATP 500 de Acapulco ao lado de Cabal. Também em Acapulco está o brasileiro Rafael Matos (27, número 27 do mundo), que joga mais uma vez ao lado do espanhol David Vega Hernández (28, número 28 do mundo). Eles derrotaram a fortíssima dupla do salvadorenho Marcelo Arévalo e do holandês Jean-Julien Rojer, empatados na quinta posição do mundo, e avançaram para as quartas de final — os adversários ainda não foram definidos.

Marcelo Melo, por sua vez, caiu nas oitavas de final do ATP 500 de Dubai jogando ao lado do alemão Alexander Zverev, que é atleta top-20 do mundo no simples, mas apenas top-150 nas duplas. Eles foram derrotados pelos indianos Saketh Myneni (80º) e Yuki Bhambri por 2 sets a 0. Após a final, no Rio, Marcelo Melo admitiu que gostaria que Farah “tivesse mais cinco filhos”, para que ele pudesse jogar com Cabal mais vezes, e disse que pretende estar no Rio Open no ano que vem. Marcelo Melo joga profissionalmente desde 1998 e completa 40 anos de idade em setembro deste ano.

Norrie e Alcaraz: uma rivalidade que não para de crescer

Desde que se tornou profissional em 2018, ano em que completou 15 anos, Carlos Alcaraz vem assombrando o mundo com seu talento. Desde então, ele tem 10 finais disputadas e sete títulos vencidos, incluindo um US Open, dois Masters Mil (Miami e Madri) e um Rio Open, todos em 2022. O espanhol de 19 anos liderou o ranking ATP de simples de setembro de 2022 (quando venceu o US Open) até janeiro de 2023 (quando Novak Djoković venceu o Australian Open e retomou o posto de número um). É importante ressaltar que Alcaraz esteve lesionado no início do ano e nem disputou o primeiro Grand Slam de 2023. Ele estreou na temporada no ATP 500 de Buenos Aires (que ocorreu na semana anterior ao Rio Open). Em solo argentino, Alcaraz voltou em grande estilo e foi campeão diante do britânico Cameron Norrie (27), número 12 do mundo naquele momento.

Quis o destino que Alcaraz voltasse a defrontar Norrie no Rio de Janeiro. Antes disso, porém, eles tiveram um longo caminho. Ambos iniciaram a competição nas quartas de final: Alcaraz, contra Dušan Lajović (SER), então número 80 do mundo; Norrie, contra Hugo Dellien (BOL), então 111. Enquanto o espanhol sofreu no segundo set, mas venceu no tie-break e fechou em 2 a 0, o britânico, nascido na África do Sul, saiu atrás, mas virou sem muitas dificuldades e venceu por 2 a 1. As semifinais, porém, guardavam grandes emoções para os tenistas.

Cameron Norrie saiu vencendo o espanhol Bernabé Zapata Miralles, então número 63 do mundo, com tranquilidade, por 6 a 1. No segundo set, porém, sofreu o empate, e no set decisivo precisou do tie-break para fechar em 7 a 6 (7 a 3 no tie-break), se classificar para sua terceira final do ano e tentar seu primeiro título (antes de perder para Alcaraz em Buenos Aires, Norrie já tinha sido derrotado pelo experiente Richard Gasquet na final do ATP 250 de Auckland, Nova Zelândia).

Mas a odisseia do menino Carlos Alcaraz era ainda mais épica: seu adversário era o número 139 do mundo, o chileno Nicolas Jarry. A princípio, um adversário fácil. Mas assim como Juan Martín Del Potro, argentino que derrotou o também espanhol Rafael Nadal na mesma quadra Guga Kuerten nas Olimpíadas de 2016, Jarry queria fazer história e derrubar um gigante. E começou com tudo: levou o primeiro set para o tie-break e venceu por 7 a 6 (7 a 2 no tie-break). No segundo set, Jarry chegou a empatar o jogo em 5 a 5, mas acabou perdendo por 7 a 5. Depois de lutar muito nos dois primeiros sets, prevaleceu a força de Alcaraz, que fez 6 a 0 e venceu.

Na grande final, Alcaraz saiu na frente e venceu por 7 a 5. Uma lesão na perna direita acabou por atrapalhá-lo, porém. Isso, somado à qualidade do britânico, fez com que Norrie empatasse o jogo mesmo saindo atrás no segundo set. O espanhol abriu 3 a 0, mas ele conseguiu virar e ganhar por 6 a 4. No set decisivo, Alcaraz chegou a vencer por 5 a 4, mas teve o saque quebrado e foi derrotado por 7 a 5. Vitória de Cameron Norrie, que volta a ser número 12 do mundo ao conquistar seu quinto título de simples em sete anos de carreira! A Alcaraz, fica a boa impressão de mais ótimas atuações e capacidade de superar adversidades reconhecida pelo público carioca. Cada vez mais, quem o compara a Nadal vai tendo razão e se impressionando com o que o jovem consegue fazer com uma raquete em suas mãos. 

Para a história. Cameron Norrie (à esquerda) e Carlos Alcaraz (à direita) fizeram uma final digna de dois grandes talentos. A mais longa e disputada da história do Rio Open em suas 10 edições. Ambos desistiram da disputa do ATP 500 de Acapulco. [Foto: Reprodução/Twitter @EsportudoBr]

Outros brasileiros no Rio Open 2023

O grande destaque brasileiro no Rio Open não foi uma vitória, tampouco o surgimento de um novo fenômeno. Apesar do jogo duro e louvável que Mateus Alves e João Fonseca fizeram contra a dupla campeã e das ótimas campanhas de Thiago Monteiro, que caiu para o campeão Cameron Norrie nas oitavas, e do próprio Mateus Alves, que fez jogo duro contra o então campeão e agora vice Carlos Alcaraz, o Brasil celebrou o final da carreira de Thomaz Bellucci. 

Segundo maior tenista brasileiro de simples, atrás apenas da lenda Gustavo Kuerten, Bellucci chegou a ser o 21º melhor tenista do mundo em 2010 e fez grandes campanhas em sua carreira, incluindo partidas épicas contra o trio lendário do tênis mundial: Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djoković. No Rio Open de 2023, ele foi derrotado pelo argentino Sebastián Báez, número 35 do mundo — o placar, entretanto, foi o de menos, e valeu a exaltação ao ídolo. O Arquibancada produzirá, em breve, um texto contando todos os detalhes da despedida de Thomaz Bellucci das quadras. 

Também participaram do Rio Open: Eduardo Ribeiro (simples, eliminado nas qualificatórias), João Fonseca (simples, eliminado por Alex Molčan nos 16 avos de final), Mateus Almeida e Pedro Sakamoto (duplas, eliminados nas qualificatórias), e Felipe Meligeni Alves e Marcelo Demoliner (duplas, eliminados nas oitavas de final), além do já citado Rafael Matos (eliminado ao lado de David Vega Hernández nas oitavas)

WTA do Rio de Janeiro: vem aí?

Quando o Rio Open surgiu com esse nome, em 2014 (em 1989 e em 1990, a capital fluminense já havia sediado um evento de tênis, do qual Luiz Mattar foi bi-campeão), tinha, também, a modalidade feminina — ligada à WTA (Associação de Tênis Feminino). A partir de 2017, porém, a chave feminina — que também havia tido uma edição em 1984 —  deixou de existir.

Uma reportagem do jornal O Globo dá conta, porém, de um movimento pelo retorno do tênis feminino WTA ao Rio de Janeiro — desta vez, porém, de uma forma diferente, que não ocorra ao mesmo tempo da chave masculina e propicie a devida atenção às mulheres. Diante do bom desempenho de Luisa Stefani e Beatriz Haddad Maia e do uso da hashtag #RioOpenpraElas, que teve o engajamento de Luisa, existe uma expectativa para que, a partir de 2024, possa-se pensar em um torneio como esse no Brasil. O diretor do Rio Open, Lui Carvalho, ressaltou que as conversas existem e que encontrar espaço no calendário da WTA é um dos empecilhos. Ele também não quer colocar uma pressão exacerbada sobre Bia, que hoje é a 12ª melhor tenista do mundo e tem o melhor resultado do Brasil na era profissional. Atualmente, o único torneio organizado pela WTA na América do Sul é o WTA 250 de Bogotá, Colômbia

*Imagem de capa: Reprodução/Twitter @RioOpenOficial e @Beerolicius

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