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O apagar de uma constelação: as ausências do Rio 2016

Por Jasmine Olga, Lázaro Campos Júnior e Rafael Paiva Os Jogos Olímpicos chegam a cada quatro anos cheios de expectativas. As maiores estrelas do esporte reunidos no mesmo lugar em busca do mesmo objetivo: uma medalha olímpica. Mas o caminho até o pódio é longo e imprevistos acontecem. Atletas de renome mundial não estarão  no Rio …

O apagar de uma constelação: as ausências do Rio 2016 Leia mais »

Por Jasmine Olga, Lázaro Campos Júnior e Rafael Paiva

Os Jogos Olímpicos chegam a cada quatro anos cheios de expectativas. As maiores estrelas do esporte reunidos no mesmo lugar em busca do mesmo objetivo: uma medalha olímpica. Mas o caminho até o pódio é longo e imprevistos acontecem. Atletas de renome mundial não estarão  no Rio lutando pela máxima glória do esporte. Casos de corrupção no esporte, aposentadorias ou simplesmente descaso. O Arquibancada lista agora algumas das principais ausências do evento que se aproxima.

Doping no atletismo russo

A Rússia é uma potência no atletismo. São 77 lugares no pódio olímpico desde Atlanta 1996. Nas três últimas olimpíadas, se manteve no 2º lugar em medalhas conquistadas, perdendo apenas para os EUA. E em uma edição de Jogos Olímpicos marcados por grandes ausências, seja por lesões e aposentadorias, a maior ausência promete ser a do atletismo russo. Se a ausência é algo notório, a sua causa é gravíssima: a descoberta de um esquema de dopagem institucionalizado.

Por anos o doping no atletismo russo foi negligenciado pelas autoridades competentes, Agência Internacional Anti-Doping (WADA) e Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF). Até o ano de 2014, o que era sabido não chegava a ser punido como deveria. Até que alguém decidiu falar. Foi Yulia Stepanova, dos 800 m. Junto do marido, que trabalhava na RUSADA (Agência Russa Anti-Doping), ela contou para um jornalista alemão a sua situação. Através de investigação, o jornalista gravou o documentário The secrets of Doping: How Russia makes its winneres (Os segredos do Doping: Como a Rússia faz seus vencedores). A produção mostra que até mesmo as autoridades estatais de serviço secreto russo atuavam na promoção e proteção do esquema.  Enviado o documentário às autoridades, que passaram a investigar a questão, e veiculado na televisão alemã, a consequência foi uma bomba sobre o atletismo russo.

A atleta russa Stepanova (Imagem: Reprodução)
A atleta russa Stepanova (Imagem: Reprodução/Getty Images)

A fim de investigar o caso, a WADA criou uma comissão independente. Após quase um ano de investigação, em novembro de 2015 o relatório da comissão foi apresentado. O documento recomendava a suspensão dos russos de competições internacionais, o que os tira do Rio 2016.

Potência olímpica, o país tem sua delegação extremamente prejudicada graças aos casos de doping. (Imagem: Reprodução/Google)
Potência olímpica, o país tem sua delegação extremamente prejudicada graças aos casos de doping. (Imagem: Reprodução/Google)

Até mesmo o presidente da gestão anterior da IAAF, Lamine Diack, deixou seu posto no Comitê Olímpico Internacional (COI). Entretanto, uma vez que a punição foi voltada a todos os atletas, os que se dizem limpos também são prejudicados. Esse é o caso de Yelena Isinbayeva.

Diante da punição ao atletismo russo, a bicampeã olímpica do salto com vara se manifesta contrária à punição de todos os atletas. Em seu caso específico, ela declarou, em artigo ao The New York Times, que estender a punição aos atletas limpos por erros de outros é uma injustiça. Procurado pelo Arquibancada, o medalhista olímpico Robson Caetano comentou sobre o caso:

  • “Acho [a suspensão] injusta com os atletas russos que não tiveram envolvimento com o esquema, no entanto as sanções à federação recai sobre todos. Ainda há recursos a serem solicitados, mas a federação internacional está intransigente em relação ao caso. E não quer se render aos pedidos de termos Yelena Isinbayeva competindo.”

A IAAF havia colocado uma brecha para que os atletas russos competissem. As condições eram rigorosas e a delegação russa havia inscrito 68 atletas do atletismo. No entanto, a autoridade máxima do atletismo manteve a suspensão e até mesmo o recurso russo à Corte Arbitral do Esporte (CAS) foi negado. O Comitê Olímpico Internacional, diante da possibilidade de banir toda a Rússia do Rio 2016, delegou às federações de cada esporte a decisão quanto à possibilidade dos russos competirem, uma vez que o esquema de dopagem ultrapassou o atletismo. No entanto, uma das condições do COI é de que os competidores nunca tivessem testado positivo anteriormente, independentemente de já ter cumprido ou não a punição. Devido a isso, Stepanova fica de fora do Jogos – ela foi pega no doping em 2013. Já Isinbayeva decidiu recorrer ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos e também participar do Comissão de Atletas – o elo entre os atletas e o COI.

Até a apuração desta matéria (26/07), foram essas as informações referentes ao caso.

Ao Arquibancada, Robson também comentou sobre a luta contra o doping: “Estamos no caminho certo. O combate ao doping no Brasil e no mundo nunca foi tão acirrado. O que precisamos é encontra um jeito de estar um passo a frente dos químicos, fisiologistas que são responsáveis pela descoberta das novas substâncias.”

Yelena Isinbayeva, a maior desfalque russa. (Imagem: Reprodução)
Yelena Isinbayeva, a maior desfalque russa. (Imagem: Reuters)

Fim do ciclo olímpico

A cada quatro anos, o apreciador do esporte tem em mente que acompanhará mais uma jornada de figurinhas carimbadas na competição. O grande problema é que o tempo, grande vilão da continuidade, faz questão de impedir os novos escritos desses atletas na tábua da eternidade, forçando-os a se aposentarem.  

Na edição do Rio de Janeiro, inúmeros esportistas que carimbaram seus nomes nos livros olímpicos acompanharão as disputas fora dos ambientes que lhes eram habituais. O Arquibancada traz uma lista de alguns desses imortais que farão falta no maior evento esportivo do planeta.

Giba – Nas últimas três Olimpíadas, a seleção masculina de voleibol conquistou medalha (uma de ouro e duas de prata). O grande nome da geração que encantou o mundo com os expressivos resultados obtidos nesse período foi o ponteiro Gilberto Amauri Godoy Filho, o Giba. Para os amantes da modalidade, será difícil não vê-lo em ação no torneio após quatro edições seguidas – o esportista também atuou em Sydney.

Maurren Maggi – A maior referência da história do atletismo feminino brasileiro resolveu se aposentar no final do ano passado. Depois de participar das Olimpíadas de Sydney, Pequim e Londres, a medalhista de ouro no salto em distância, marcada pelas superações que tivera ao longo da carreira em relação às contusões e ao caso de doping, atuará apenas como comentarista dos Jogos do Rio.

Hugo Hoyama – Apesar de nunca ter conquistado uma medalha olímpica, o mesatenista de São Bernardo do Campo registrou sua marca na competição devido à quantidade de participações que teve: seis no total. Desde Barcelona, em 1992, o brasileiro se acostumou a torcer para o grande campeão do esporte no Brasil, que, no momento, treina a equipe feminina para a disputa da competição em solo nacional.

Hugo Hoyama em ação nos Jogos Olímpicos de Londres (Imagem: Reprodução / Site oficial do atleta)
Hugo Hoyama em ação nos Jogos Olímpicos de Londres (Imagem: Reprodução / Site oficial do atleta)

Kobe Bryant – A lenda do basquetebol mundial decidiu abandonar as quadras no primeiro semestre. Ilustre referência das equipes que conquistaram a mais desejada medalha na China e na Inglaterra, o esportista deixará saudade para aqueles que tiveram a oportunidade de vê-lo trajando as vestimentas do “Dream Team”.

Chris Hoy – O maior representante do ciclismo britânico aposentou-se em 2013. Dono de uma impressionante marca de seis medalhas de ouro e uma de prata, obtidas nas últimas três edições olímpicas, o atleta deixará uma lacuna que dificilmente será preenchida nos corações dos fãs da modalidade.

Amaury Leveaux –. O nadador quatro vezes medalhista olímpico (duas de prata, em Pequim, e uma de ouro e outra também de prata, em Londres) resolveu abandonar as piscinas em 2013. Marcado pela língua afiada e pelas qualidades nos 50m livres e nos revezamentos 4x100m e 400x200m livres, um dos maiores adversários de César Cielo fará muita falta para os torcedores franceses.

Abby Wambach – Vencedora da Bola de Ouro da FIFA em 2012 e considerada o terror das zagas adversárias, a centroavante estadunidense firmou sua chancela na história olímpica. Campeã em Atenas e em Londres, retirou-se dos gramados em 2015. Sorte para as rivais!

Wambach carrega a bandeira estadunidense (Imagem: Reprodução / Autostraddle)
Wambach carrega a bandeira estadunidense (Imagem: Reprodução / Autostraddle)

A maior ausência brasileira

Tricampeão mundial dos 50 metros livres e dono de três medalhas olímpicas  (ouro nos 50m livres e bronze nos 100m livres em Pequim 2008; bronze nos 50m livres em Londres 2012), César Cielo, o grande nome da natação brasileira dos últimos anos, não disputará o Rio 2016. Depois de uma temporada repleta de problemas e lesões – uma delas, no ombro, lhe tirou na disputa do mundial de Kazan, na Rússia – Cielo chegou ao Troféu Maria Lenk com a sua última chance de conseguir uma vaga no Rio 2016. O terceiro lugar impediu a classificação. As vagas, nos 50m, ficaram com Bruno Fratus e Ítalo Menezes. Não significa, no entanto, que o ciclo olímpico do nadador tenha acabado.

O caso do golfe

O golfe não é um dos esportes mais populares do mundo  mas, mesmo assim, os seus fãs pareciam ansiosos para o evento olímpico. Presente somente em duas edições olímpicas, Paris 1900 e St. Louis 1904, a modalidade vive um momento histórico em 2016. Após 112 anos de ausência dos Jogos, a modalidade faz o seu retorno em um momento que começa a expandir o seu público. O que deveria ser motivo de entusiasmo para os seus atletas, na realidade parece ter sido recebido com frieza e desconsideração.  Desde o início do ano, as notícias apontam para um evento sem estrelas. Com o evento olímpico acontecendo próximo do último Major do ano, a preocupação com o Zika vírus se espalhou pelo ranking masculino da PGA (Professional Golf Association). Até o momento, seis atletas da modalidade declararam que estarão ausentes.

Jason Day, nº 1 do mundo, não vira ao Rio (Imagem: Reprodução)
Jason Day, nº 1 do mundo, não virá ao Rio (Imagem: Reprodução)

As ausências declaradas até agora colocam a modalidade em uma crise. Todos os atletas que decidiram pelo abandono da disputa da tão sonhada medalha de ouro estão ranqueados dentro do TOP 20. Jason Day (nº1 do ranking), Dustin Johnson (#2), Rory Mcllroy (#4), Adam Scott (#8) e Branden Grace (#10) compõem os ausentes do top 10 mundial e ainda se unem a Louis Oosthuizen (#14)  e Hideki Matsuyama (#?).  

A crise já havia sido exposta em março, quando o COI realizou o evento-teste da modalidade no Rio. Nenhum golfista se deslocou até o país, mesmo com o apoio da PGA que chegou a fretar um avião para deslocar os atletas após o término do WGC – Cadillac Championships. Na época, o presidente da Confederação Brasileira de Golfe chegou a justificar a ausência de estrelas no evento-teste indicando que a prioridade dos golfistas no momento seria a busca por premiação, mas que não devia se temer pelas Olimpíadas. “Eles não vieram agora porque estão no meio da temporada. O torneio da semana passada pagou R$ 18,9 milhões de premiação. O próximo vai pagar mais de US$ 6 milhões. Os atletas acreditam que a viagem seria desgastante. Mas, nos Jogos do Rio, todos estarão aqui competindo de graça.”, afirmou o presidente Paulo Cezar Pacheco.

Rory McIlroy, um dos principais nomes do golfe mundial também desistiu de lutar pela medalha olímpica. (Imagem: Reprodução)
Rory McIlroy, um dos principais nomes do golfe mundial também desistiu de lutar pela medalha olímpica. (Imagem: Reprodução)

A maior preocupação, pelo menos oficialmente, se trata do Zika vírus. Jason Day declarou em sua nota oficial que os motivos de sua decisão é que ele poderia estar enviando um risco a sua família, mesmo que pequeno. Rory McIlroy fez uma declaração parecida, afirmando que “mesmo que o risco de contaminação seja baixo, é um risco que não quero assumir.”

Para Sheila Vieira, jornalista esportiva, o vírus pode ser apenas uma desculpa. “Temos percebido nas declarações dos atletas uma extrema preocupação e também certa desinformação sobre o tema [Zika vírus]. Ninguém parece levar em conta que a Olimpíada será no inverno, por exemplo. Mas minha impressão, principalmente no caso dos golfistas desistentes, é de que estão usando a doença como desculpa”, declarou ao Arquibancada.

No tênis

Não só o golfe vive uma crise de estrelas. O tênis vive uma crise de estrelas parecida, usando até mesmo de argumentos parecidos.

Na chave feminina, a ausência notável será da gigante russa, Maria Sharapova. A russa passa por momento delicado na carreira. Banida do esporte por dois anos devido ao uso de Meldonium, Sharapova, medalha de prata nas olimpíadas de Londres em 2012, não disputará as Olimpíadas.

Sharapova em coletiva em que anunciou o teste positivo para a substância Meldonium. (Imagem: Reprodução)
Sharapova em coletiva em que anunciou o teste positivo para a substância Meldonium. (Imagem: Reprodução)

O caso veio a público em março. Sharapova declarou em coletiva de imprensa que havia falhado em um antidoping durante o Aberto da Austrália. O uso do medicamento Mildronate teria sido utilizado durante os últimos dez anos pela tenista para melhorar a sua saúde. Alegando histórico de diabetes na família, Sharapova não se atentou ao fato que a substância se tornou ilegal no início de 2016. Uma das atletas femininas mais famosas do mundo, a russa fará mais falta pelo mito do que pelo tênis. Com uma chave recheada de novas caras, a chave feminina continua tão forte quanto antes. “Para o público, com certeza é uma ausência bem sentida. Sharapova é provavelmente a atleta mais famosa do mundo e traria mais espectadores, audiência e mídia para o torneio de tênis olímpico. De qualquer forma, há outros ídolos, como Federer, Nadal, Serena, Djokovic e Murray. ”, diz Sheila Vieira.

Ainda na chave feminina, duas outras estrelas do top 10 não disputarão os jogos. Victoria Azarenka, medalhista de ouro na categoria de duplas mistas e bronze no individual em 2012 e ex-nº1 do mundo, anunciou sua gravidez e Simona Halep, finalista de Roland Garros em 2014, que citou o Zika vírus como razão para sua desistência.

Seguindo o mesmo padrão demonstrado pelos golfistas, alguns tenistas do top 10 desistiram de disputar as olimpíadas, contrariando a postura apresentada pelos grandes nomes do esporte que sempre tiveram os Jogos Olímpicos como uma prioridade. Novak Djokovic, por exemplo, busca uma medalha de ouro inédita. O problema se encontra com atletas que não são favoritos ao pódio que preferem já se deslocar para a América do Norte em preparação para o último Grand Slam do ano.

No entanto, a maior ausência para o evento se dá por motivos de lesão. O suíço campeão de 17 torneios grand slams, Roger Federrer foi obrigado a desistir das olimpíadas e do restante da temporada de 2016 devido a uma lesão no joelho recém operado. Uma queda durante a semifinal de Wimbledon contra Milos Raonic comprometeu sua recuperação. A ausência do ex-nº1 não tem somente impacto para os jogadores que vão em busca do ouro olímpico. Um dos principais nomes do esporte na última década, Federer é o responsável por atrair grande parte do público.  Logo após a publicação da nota pelo suíço, centenas de ingressos para o torneio olímpico foram devolvidos e voltaram a venda. Para especialistas, a devolução de ingressos mostra o perigo em se promover um esporte com base em um único jogador. A ausência de Federer interfere também  na chave de duplas mistas, onde iria disputar ao lado da compatriota e nº 1 do ranking de duplas Martina Hingis.

Roger Federer colocou um ponto final em sua temporada 2016 e no sonho da medalha de ouro. (Imagem: Reprodução)
Roger Federer colocou um ponto final em sua temporada 2016 e no sonho da medalha de ouro. (Imagem: Reprodução)

Ao contrário do ocorrido em Londres, a participação nas olimpíadas não será revertida em pontuação no ranking. Atletas como John Isner (nº1 americano e 19º no ranking mundial), o australiano Bernard Tomic (22º do ranking) e o espanhol Feliciano Lopez (21º) já afirmaram que não irão jogar os Jogos para jogar torneios oficiais da ATP.

A pior ausência da nova geração fica por conta do número dez do mundo e grande estrela da nova geração, Dominic Thiem. O austríaco conhecido por sempre manter o seu calendário recheado de torneios, Thiem não deu explicações para a recusa em participar dos Jogos, mas também jogará um torneio ATP na semana olímpica. Com grandes chances de medalha, a atitude do atleta foi muito criticada.

Também parte da nova geração de estrelas, Nick Kyrgios da Austrália decidiu não jogar os Jogos por afirmar ter sido maltratado pelo Comitê Olímpico Australiano. Kyrgios é frequentemente criticado pela sua falta de ética dentro e fora de quadra.

Ainda dentro do Top 10 do tênis masculino, o tcheco Thomas Berdych e o canadense Milos Raonic, finalista de Wimbledon, decidiram não disputar os jogos citando o Zika vírus como justificativa.

O relacionamento entre a ITF (Federação Internacional de Tênis) e a ATP/WTA é complicada. As entidades exigem compensação financeira pela realização dos Jogos durante o calendário do circuito e mediante a recusa da entidade, decidiram não premiar com pontos os atletas.

É uma pena que o Rio 2016 sofra com a falta desses atletas. Algumas ausências apontam para o surgimento de novas gerações e, talvez, como nos casos de doping, colocam em debate a luta pela ética esportiva. Apesar das grandes ausências dessa edição, os Jogos Olímpicos não deixarão de ser a maior festa esportiva do planeta, com os olhos do mundo voltados para a cidade maravilhosa.

 

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