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Mistério e humor em ‘Um Assunto Privado’ 

Nova série da Amazon Prime Vídeo mistura humor de Sessão da Tarde e ação em uma história de investigação na Espanha dos anos 1940

A Amazon Prime Video lançou, em setembro deste ano, uma nova série espanhola intitulada Um Assunto Privado, que se ambienta na Espanha dos anos 1940, na cidade de Galiza. É uma história de investigação, que busca desvendar o mistério de um assassino em série que ronda a cidade por meses. Produzida pela Bambú Producciones — mesma produtora de As Telefonistas (2017-2020), Gran Hotel (2011-2013) e Velvet (2014-2016) —, a série não chega a ser tão macabra quanto as cenas de Benedict Cumberbatch em Sherlock, mas traz um toque suavizador para se ver numa “sessão da tarde” com a família.

Uma série de mistério recheada de humor. [Imagem: Divulgação]

Toda investigação tem começo, meio e fim

A história já começa com a morte de uma mulher no porto de Galiza, para impactar os telespectadores. Enquanto Arturo Quiroga (Pablo Molinero, de La Peste) está discursando no seu evento de promoção para comissário no corpo policial, sua irmã Marina Quiroga (Aura Garrido, de O Inocente) está correndo contra o tempo para receber revistas de ciência e criminologia de seu contato de importações.

Ao chegar no porto, Marina se depara com uma mulher prestes a morrer, degolada e com uma marca em formato de  flor de lis no peito. Marina até chega a correr atrás do assassino e a confrontá-lo, mas termina em uma tentativa falha. Com seu espírito policial, a menina da quinta geração policial dos Quiroga vê o caso como a sua oportunidade de pôr em prática tudo que seu pai falecido lhe ensinou.

Marina se vê diante da sua oportunidade de pôr em prática os ensinamentos de seu falecido pai. [Imagem: Divulgação]

Para isso, Marina conta com seu fiel mordomo Héctor (Jean Reno, de Quem Matou Sara?), que praticamente faz parte da família desde a geração do pai da protagonista. Além de driblar a superproteção da mãe, Dona Asunción (Ángela Molina, de La Valla), a dupla precisa enfrentar a repressão de Arturo, que não quer sua irmã envolvida nos casos policiais. Ao longo da história, Marina e Héctor se aventuram buscam resolver o mistério com a participação de alguns personagens, como o inspetor Pablo (Gorka Otxoa, de Velvet) e o policial Andrés (Álex García, de Antidisturbios).

Marina e Héctor formam a dupla investigativa na série. [Imagem: Divulgação]

Marina Quiroga e o espírito de Chapeuzinho Vermelho

Marina é uma figura cômica que suaviza o tom de suspense da série. Com uma personalidade agitada e determinada, a protagonista tem um espírito policial muito natural fomentadoa pelo seu pai quando ela era pequena. A sede por buscar evidências e conectar os fatos das investigações vem desse apego ao pai, que a instigava em expandir os seus horizontes para enxergar aqueles elementos invisíveis aos olhos, mas essenciais para compreender cada caso.

Marina vive em uma sociedade em que não haviam policiais mulheres por conta do machismo e da misoginia enraizados na Espanha. Ou seja, apesar de ser de uma família rica, a protagonista luta contra a opressão e o subjugamento típicos dos anos 1940. Ainda assim, a garota Quiroga se torna exemplo de uma mulher que, além de forte e destemida, encara todos os desafios — inclusive os legislativos — para fazer o bem à sociedade (mesmo que isso signifique arriscar a própria vida).

Marina Quiroga mostra-se capaz de investigar o caso do serial killer na cidade de Galiza [Imagem: Divulgação]

Logo nas primeiras cenas da série, o casaco vermelho com capuz de Marina indiretamente leva o espectador a lembrar a Chapeuzinho Vermelho, personagem dos contos de fadas que enfrenta com muita garra um Lobo Mau na floresta. Essa comparação não é essencial para entender a trama, mas pode ser útil para traçar o perfil da investigadora não oficial do assassino do porto.

“Os detalhes contam a história do crime”

Assim como nas investigações, os detalhes audiovisuais na série foram cuidadosamente escolhidos e se formam cenários interessantes para a narrativa. Primeiro, o telespectador se  depara com a ambientação dos anos 1940: os clássicos carros Ford da época, os eventos em edifícios históricos, as vestimentas da classe alta européia e os lugares secretos como os bordéis chiques e os bailes de máscara.

Os detalhes da série enriquecem a narrativa de Um Assunto Privado [Imagem: Divulgação]

O predomínio das cores vermelho, verde escuro, dourado e tons terrosos em Um Assunto Privado traz um ambiente mais próximo da época — e, para alguns espectadores, pode lembrar a coloração de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le fabuleux destin d’Amélie Poulain, 2001). Na parte sonora, há um foco no uso de trilhas instrumentais que geram tensão e que capturam a atenção do leitor, principalmente durante as cenas de ação.

Tem baile de máscaras, bordéis chiques e muito mais! [Imagem: Divulgação]

O que pode chamar mais atenção do público são as aberturas de cada capítulo, que são criadas especificamente para o episódio: cada abertura conta um resumo de cada aventura que será vista, com as cenas principais do capítulo. No formato de animação, as aberturas contam com uma construção minuciosa nas transições; os traços e as cores vivas chamam a atenção daqueles que são sugados pela experiência da série, que ressalta a importância dos detalhes.

Sherlock Holmes versão Sessão da Tarde

Para quem está esperando por um toque mais sombrio como visto nas produções de Sherlock Holmes, pode ser um pouco desanimador ver uma trama de investigação com tanto humor e cores vivas. Ainda assim, quem presta atenção na abertura dos capítulos já pode perceber que há um toque infantil e fora da realidade na narrativa (principalmente em Marina, que é uma menina rica, que tem contato com corpo policial e não precisa trabalhar para se sustentar) e que não se trata de uma série ambientada na Inglaterra dos Peaky Blinders (BBC Studios, 2013-2022).

Apesar disso, vale a pena assistir Um Assunto Privado e entrar nessa experiência misteriosa de Marina e Héctor para desvendar o caso do serial killer em Galiza. Por ser uma série mais leve, dá para reunir a família no café da tarde para se divertir e ver quem consegue resolver a investigação mais rápido (os competitivos da família vão amar!).

Assista e se divirta com Marina Quiroga e suas (atrapalhadas) aventuras! [Imagem: Divulgação]

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